Atenção antes do voo

Atenção antes do voo

As viagens ainda requerem um planejamento mais cuidadoso em função das regras de cuidados com a Covid-19

Por
Mauren Xavier

Passados 20 meses do início da pandemia da Covid-19 e com aumento nos índices de cobertura vacinal, a Europa abre as portas para turistas brasileiros. No início dessa semana, Londres também passou a liberar o acesso dos viajantes vindo do Brasil sem a necessidade de quarentena. Mesmo assim, encarar uma viagem para a Europa requer planejamento, atualização constante da documentação e estar preparado para possíveis contratempos. Isso deve-se basicamente porque cada país define suas próprias regras, que são atualizadas constantemente.

Na Europa a principal demanda passa pela vacinação completa, o que na prática significa ter tomado duas doses, sendo a última há pelo menos 14 dias. A questão é a comprovação, uma vez que deve ser aceita pela União Europeia. O documento emitido pelo Ministério da Saúde, por meio do ConectaSUS, no qual consta os detalhes da vacina, assim como as datas, deve ser impresso e apresentado, mas é possível que o controle sanitário dos países peça documentação extra. De qualquer maneira, o ideal é ter o documento do SUS em inglês e espanhol.

Nas viagens aéreas recaem sobre as companhias as principais orientações e exigências, uma vez que a documentação é verificada no momento do embarque. Neste ponto, a antecipação do check-in e a leitura atenta dos requisitos pode fazer diferença. Na Espanha, um dos pontos de entrada no continente europeu, os brasileiros precisam, além do comprovante vacinal, preencher um documento do governo espanhol, chamado de Formulário de Controle Sanitário (FCS), no qual são inseridas as informações do passageiro, do voo e do roteiro, além das condições de saúde.

Apesar de a exigência de teste de PCR não ser mais obrigatória para embarcar no Brasil, ao chegar ao aeroporto, como, por exemplo, em Madrid, é possível que a pessoa seja submetida ao teste rápido. Neste caso, na maioria das vezes, o exame é feito e custeado pelo próprio governo. Logo após passar pelo controle de passaportes, os passageiros são encaminhados para uma área de teste. Com a senha, é preciso esperar o resultado, que sai em poucos minutos, para, enfim, deixar a área do aeroporto. No caso de a movimentação ser muito intensa no aeroporto, quando a tenda está lotada, é possível que o passageiro seja liberado, mas tenha que fazer, posteriormente, o teste de antígeno ou PCR, pago por conta própria, e encaminhar o resultado por e-mail do controle de saúde do país.

A circulação entre os países da Europa também pode resultar em exigências diferenciadas. No caso de sair da Espanha e entrar na França, podem ser solicitados documentos aos visitantes como o comprovante de vacinação completa (no caso, a Coronavac ainda não é aceita) ou o teste de PCR negativo. Mesmo com a vacinação completa, o teste é muito importante em território francês. Isso porque muitos espaços fechados, como museus, restaurantes e até hotéis, solicitam a apresentação de algum documento para liberar o acesso. Normalmente é o certificado de vacinação europeu, o teste negativo ou o certificado de reabilitação (para quem teve Covid recentemente).

E a volta?

O visitante que estiver no exterior também precisa ficar atento às regras parar retornar ao Brasil. A portaria mais recente em vigor é a de número 658, de 5 de outubro de 2021, que é emitida pelo governo federal. Uma das obrigações é o RT-PCR não detectável (negativo), realizado nas últimas 72h antes do embarque, ou exame negativo do tipo antígeno, realizado em até 24h antes do embarque. A exigência em questão requerer atenção extra dos visitantes. Em muitos locais o resultado pode demorar 24 horas para sair. E os custos variam, de 40 a 120 euros, dependendo do tempo e da maneira da coleta. Muitos aeroportos, como o de Frankfurt, na Alemanha, contam com laboratórios que fazem o teste rápido no caso de urgência. Porém, o preço pode ser bem salgado. Em algumas cidades, como em Toulouse, no sul da França, é possível encontrar tendas na rua, onde é possível fazer o teste rápido.

Na volta, também é preciso preencher formulário da Anvisa, chamado de Declaração de Saúde do Viajante, com as informações autodeclaratórias sobre o estado de saúde. A recomendação é que o documento seja preenchido com antecedência para evitar contratempos no momento do embarque, como o site estar fora do ar.

Tanto o exame como o formulário da Anvisa são solicitados pela companhia aérea no momento do embarque. No desembarque, então em aeroporto brasileiro, pode ocorrer algum tipo de abordagem no processo de imigração.

Segundo a portaria, não há mais proibição de voos de passageiros oriundos do Reino Unido, Irlanda do Norte, Índia e África do Sul. Os viajantes com passagem por esses países nos últimos 14 dias ficam desobrigados de realizar quarentena. Segue a obrigatoriedade da apresentação do exame negativo do tipo PCR ou antígeno.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895