Com vacina, sem mortes

Com vacina, sem mortes

Um grupo de 63 municípios gaúchos começou a imunizar seus habitantes sem ter registrado nenhum óbito por Covid-19

Por
Gabriel Guedes

Quando a pandemia de Covid-19 vai terminar é o que todos esperam saber. Certo é que com a vacinação iniciando, ela está mais perto do fim. Com esta etapa de enfrentamento iniciada, um grupo de 63 municípios gaúchos poderá encerrar este período difícil sem que nenhum de seus cidadãos tenha morrido pela doença. Isso corresponde a 12% das cidades do Rio Grande do Sul. Entre os estados, o RS só fica atrás de Minas Gerais neste ranking, que tem 95 municípios. A maior parte destas localidades são pequenos municípios, com população predominantemente rural e mais isolados geograficamente das médias e grandes cidades e, por consequência, dos locais onde estão as maiores quantidades de casos de Covid.

Entretanto, mesmo que tenhamos ainda mais meses de pandemia, frente aos quase 12 que já se passaram, isso não se traduz em menos desafios. Para alguns destes municípios, resistir à Covid-19 sem o registro de qualquer óbito é quase uma meta que, para ser cumprida, depende de manter a qualidade dos serviços de saúde pública e, principalmente, do fornecimento regular de imunização. Tudo para se adiantar às novas variantes do Sars-CoV-2, potencialmente mais infecciosas e, segundo alguns estudos, mais fatais, como a P1, observada pela primeira vez no Amazonas e que já se faz presente no Rio Grande do Sul, conforme anunciou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia 13 de fevereiro.

Dos 63 municípios que pertencem a este seleto grupo, apenas quatro estão na metade sul do Estado. Os 59 demais se situam do centro para o norte gaúcho, concentrados em áreas entre o Vale do Taquari e a Serra do Botucaraí, e no noroeste, entre Santa Rosa e Erechim. Nestas localidades, o número de casos acumulados da doença fica entre 26 e 339. Já a taxa de incidência por 100 mil habitantes varia de 554,3 a impressionantes 20.683,3, segundo a SES. Como na pequena Santa Cecília do Sul, situada no norte do Estado, distante 66 quilômetros de Passo Fundo. Com 1.699 habitantes, 19% da população já teve Covid-19, o que faz do município aquele com a maior incidência de casos da doença entre seus moradores no Rio Grande do Sul, mas sem qualquer registro de óbito.

Na ponta de baixo desta lista está Cerro Branco, distante 65 quilômetros de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, e 95 quilômetros de Santa Maria. A cidade de pouco menos de 5 mil habitantes somou até o momento 26 pessoas infectadas por Covid-19. Em relação ao Estado, ocupa a 489ª posição na taxa de incidência e está entre as dez mais baixas do RS. E, assim como Santa Cecília do Sul, sem nenhum óbito pela doença.

Em termos de execução da vacinação, ambas as cidades já passam dos 70% de aplicação das primeiras das doses recebidas nas remessas iniciais. Entretanto, entre as com nenhum óbito, a mais avançada é Santo Antônio do Palma, também no Norte, que tem 99% já aplicadas, o que corresponde a 89 das 90 doses disponibilizadas inicialmente. No lado oposto, Rio dos Índios, na divisa com o oeste de Santa Catarina, recebeu por enquanto 256 doses e teria aplicado, até a terça-feira, somente 13, segundo dados da SES.

Mestre e doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e professor da Faculdade de Odontologia da instituição, Paulo Petry assegura que estas situações, ainda que distintas, “não são questão de sorte”. Além de um padrão que o novo coronavírus segue, como a altíssima letalidade entre pessoas com mais de 60 anos, conforme Petry, há características geográficas, populacionais e de serviço público de saúde que corroboram estes números. “Faz diferença o fato de ser um município pequeno, como ter a vantagem de haver poucas aglomerações. Também pode ser uma característica da população e até mesmo a qualidade da atenção primária. A questão de cuidado da população, as ações que elas tomam, também se somam”, elenca o professor. O presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) e titular da pasta em Canoas, Maicon Lemos, diz que a entidade tem acompanhado o comportamento do processo de adoecimento das pessoas por coronavírus e destaca o papel da atenção primária. “Os municípios menores, que têm o controle da população, principalmente prioritária, têm tido um manejo mais ágil e proveitoso. O atendimento a este público tem apresentado melhor resultado. Quando as pessoas são acompanhadas mais de perto, as necessidades delas são atendidas mais rapidamente.

Isso tudo faz uma grande diferença”, aponta Lemos. Outro ponto que ele coloca são os métodos de enfrentamento à doença. “A questão da testagem, da forma mais ágil possível, no mínimo espaço de tempo, nos permite fazer uma grande ação, isolando o contaminado e rastreando seus contatos. Isso é um desafio no Sistema Único de Saúde (SUS), mas realidade nestes municípios. Além disso, esses municípios de menor porte populacional monitoram em domicílio, acompanham a saturação de oxigênio, dão suporte a estes pacientes com suas equipes. Os municípios menores têm um conhecimento maior da rede e de seus pacientes do que nas cidades grandes”, acrescenta o secretário.

A SES afirma que municípios maiores, com um número maior de população, têm tido maior circulação de pessoas e aglomeração, com consequente chance de aumento de taxas de contaminação e risco de óbitos. Em municípios menores, menos aglomeração, menor risco de contaminação. Quanto à regulação de leitos de enfermaria e em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já que muitas destas cidades não possuem hospitais ou, se possuem, são de baixa complexidade, a SES informa que o Estado assegura acesso aos usuários de acordo com cada necessidade, não importando o tamanho do município.

Brochier, localizado no Vale do Caí, a 80 quilômetros de Porto Alegre, foi um dos 63 municípios gaúchos que não registrou nenhuma morte por Covid-19. Foto: Fabiano do Amaral

Brochier, no Vale do Caí, que fica a cerca de 80 quilômetros de Porto Alegre, é um destes exemplos. Sem mortes por Covid-19, o município de 4.975 moradores tem no cultivo da acácia negra e na transformação da madeira desta espécie de reflorestamento em carvão vegetal a base da economia local, que tem ainda algumas indústrias de calçado e móveis. Até o dia 16, 138 pessoas haviam se infectado por Covid-19, equivalente a 2.719,7 casos por 100 mil habitantes, segundo a SES. Quem vê números tão ínfimos, se comparados com Montenegro, por exemplo, maior cidade do Vale do Caí, que com 65 mil habitantes tem 3.657 casos confirmados de Covid-19 e 50 mortos, não consegue imaginar o tamanho da transformação de Brochier para encarar a pandemia. “Corremos contra o tempo. Rapidamente transformamos a sala de reuniões em área de triagem. Instalamos uma tenda externa, onde as pessoas são testadas e a porta de emergência virou a saída dos casos mais graves para tratamento no Hospital Montenegro. Tivemos falta de EPIs (equipamentos de proteção individual)”, relembra a secretária de Saúde e Assistência Social do município, Mônica Aline Kerber Neis. Ela vê a população bastante consciente, utilizando máscaras, respeitando protocolos no comércio e evitando aglomerações, o que tem ajudado a reduzir a propagação da doença, principalmente para a população predominantemente idosa do município

A única estrutura de saúde para atendimento da população é a do SUS, que tem dois postos de saúde no interior e uma Unidade Básica de Saúde (UBS), situada na rua Ricardo Hartman, no Centro. Brochier até contava com um hospital, o São João, que, nos últimos anos, vinha enfrentando dificuldades financeiras até suspender por completo o atendimento. É na UBS o principal ponto de atendimento à população. O local, bem cuidado e limpo, conta com consultórios onde trabalham clínicos-gerais e especialistas.

Também há odontologia. E é de lá também que despacha a secretária Mônica, que observa de perto tudo o que acontece no local. “A pessoa com sintomas chega e vai para a triagem. Depois vem para a tenda, onde é coletado para teste de Covid. Se positivou, a gente monitora. E, se for necessário, caso a situação piore, a ambulância leva o paciente até o Hospital Montenegro”, explica Mônica. Ela acredita que a agilidade no atendimento e o acompanhamento é o que tem feito a diferença na prevenção à mortalidade. “Também adquirimos testes de antígeno, o que agilizou bastante o diagnóstico”, acrescenta.

O agricultor aposentado Werno Kleber, de 84 anos, morador da localidade de Morro Paris, é um dos habitantes de Brochier que se infectou com a Covid-19. Com várias comorbidades, há 11 anos ele já foi operado da válvula cardíaca e luta há sete contra um câncer no pulmão. Se não bastasse isso, passou o Natal e o réveillon internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Internação viabilizada por seu plano de saúde, uma necessidade em virtude de todos os tratamentos que ele precisa fazer. Entretanto, todo atendimento e diagnóstico inicial foi realizado pelo SUS, pelas equipes de saúde do município. Pai de sete filhas, uma delas foi confirmada com Covid-19 dias antes.

Depois, outra filha, a Silvane, de 60 anos, que mora em Brochier e é uma das que têm mais contato no cotidiano com o pai, acabou se contaminando também. “No dia 19, por causa da febre e diarreia, trouxemos ele para cá (UBS). Fizemos o teste, que deu positivo. Eles (profissionais da Saúde do município) ficaram o tempo todo cuidando, ligando duas, até três vezes por dia. Mas ele acabou piorando e tivemos que interná-lo no dia 26. A ambulância levou até o hospital, em Porto Alegre”, conta Silvane. Na Capital, o agricultor ficou internado por Covid-19 até o dia 14 de janeiro. A alta rendeu uma homenagem da família aos médicos, enfermeiros e à secretária de Saúde de Brochier em um anúncio de jornal de Montenegro que circula pelo Vale do Caí. “Aqui funcionou muito bem”, diz a filha do agricultor. Mas apesar de ter passado pelo pior, o pai ainda segue em Porto Alegre, sob cuidado das outras irmãs, entre idas e vindas ao hospital. “Ele acabou tendo uma pneumonia depois da Covid.” Silvane, que é agente funerária, se revelou aliviada em não ter que enfrentar a morte do pai e de outros moradores da cidade, amigos e conhecidos. “Chega a surpreender. Falo com colegas de outros lugares, que dizem estar trabalhando muito porque está tendo muitas mortes”, observa.

Silvane, cujo pai, de 84 anos, esteve internado com Covid-19 em Porto Alegre, e Mônica, secretária de Saúde e Assistência Social de Brochier. Foto: Fabiano do Amaral

Jacuizinho, com 2.706 moradores e que fica a quase 90 quilômetros de Cruz Alta, é um dos municípios sem óbitos que mais têm acelerado a aplicação da vacina contra a Covid-19. Das 102 doses das primeiras remessas, 81 foram aplicadas, o que corresponde a 79%. O secretário de Saúde, Sidnei Rodrigues da Silva, diz que o caminho seguido por Jacuizinho até o momento está dentro do esperado. O município totaliza 39 casos confirmados, nenhum deles ativo. “Estamos atuando na fiscalização de cuidados. Mas a população sabe da responsabilidade. A gente está conseguindo fazer um trabalho junto à população e eles estão seguindo as orientações”, avalia. O município, que também não tem hospital, conta com uma UBS e 15 profissionais se dedicam à assistência ao paciente, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. “Nossa referência para hospital é Cruz Alta. Teve casos de pessoas serem baixadas lá. Mas foi tudo tranquilo”, informa Silva.

Passado de alta incidência

Santa Cecília do Sul, o município do Rio Grande do Sul com a maior incidência da doença, conseguiu conter a velocidade de contágio. Hoje não tem nenhum novo caso. “Assumi a secretaria em janeiro de 2021, a preocupação veio com os relatos, reportagens e quando começaram a ter as primeiras internações e a agravante do número de casos, que aumentava a cada semana”, recorda a titular da pasta, Melânia Pegoraro Silvestre, que conta que a cidade foi surpreendida pela pandemia. “Com projetos e gestão aliados a uma boa equipe conseguimos desenvolver em tempo hábil um bom trabalho, que deu resultados. A equipe de saúde sempre frisou à população que, ao início dos primeiros sintomas, buscassem atendimento na UBS. A avaliação da equipe e o tratamento precoce sempre foram nossa prioridade, monitorando os pacientes em isolamento, bem como o contato direto com toda a população, fazendo com que equipe e paciente fiquem próximos constantemente”, detalha Melânia.

Além da unidade de saúde, atuam diretamente na assistência à população quatro médicos, uma enfermeira e quatro técnicos de enfermagem. Em caso de necessidade de internação, os pacientes são levados ao Hospital Santo Antônio, em Tapejara, cidade vizinha que fica a 14 quilômetros. Mesmo com a vacinação já tendo iniciado, as estratégias de enfrentamento seguem as mesmas em Santa Cecília do Sul, de acordo com a secretária, como o uso de EPIs e distanciamento entre as pessoas. “Acreditamos que a prevenção ainda é a melhor forma de combater a pandemia. A população continua consciente e utiliza de todos os cuidados e respeitando os protocolos de segurança”, garante.

Número de municípios sem mortes por Covid-19 por estados:

  • Minas Gerais -95
  • Rio Grande do Sul - 63
  • São Paulo - 23
  • Santa Catarina- 22
  • Paraná - 20
  • Paraíba - 20
  • Goiás- 19
  • Rio Grande do Norte- 17
  • Bahia- 15
  • Tocantins - 14
  • Piauí- 14
  • Maranhão - 10
  • Mato Grosso - 3
  • Pará - 1
  • Mato Grosso do Sul - 1
  • Alagoas - 1
  • Sergipe - 0
  • Roraima- 0
  • Rondônia - 0
  • Rio de Janeiro- 0
  • Pernambuco - 0
  • Espírito Santo - 0
  • Ceará - 0
  • Amapá - 0
  • Amazonas - 0
  • Acre - 0

Fonte: SES, em 16/02/2021

A ameaça

Petry afirma que o status destes 63 municípios, que não possuem morte alguma por Covid-19, pode não perdurar por muito tempo. A primeira preocupação é com as consequências do Carnaval, “que poderão levar estes casos para o Interior”. A outra é sobre a vacinação, que, para o epidemiologista, é “uma tentativa de adiantar-se à doença”. “A quantidade de vacinas ainda é pequena e pode haver descontinuidade. A preocupação é que se tenha a interrupção na vacinação.” No mesmo sentido, Lemos, do Cosems-RS, reafirma a importância da vacinação. “A cobertura da vacina vai proporcionar ao paciente que tem o coronavírus, se houver agravamento da doença, que possa ir para uma UTI", defende.

Entretanto, as 704 mil doses de Coronavac e do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e Universidade de Oxford que chegaram ao RS ainda em janeiro e começo de fevereiro, já estão no fim em muitas das cidades gaúchas. “Recebemos 21 doses, na outra remessa veio mais dez. Também não chegou para toda área da saúde. Nós temos mais de 1 mil pessoas para receber vacina”, relata o secretário de Jacuizinho. Problema também que é apontado pela secretária de Santa Cecília do Sul. “Uma das maiores dificuldades são as poucas doses que estão sendo disponibilizadas para o município e, assim, a demora na imunização de nossa população. Mesmo assim ficamos felizes em saber que já estamos conseguindo imunizar parte de nossa população. Estamos seguindo rigorosamente as regras de prioritários estabelecida pelo Ministério da Saúde e já imunizamos toda equipe da UBS, os acamados e os idosos de 85 anos ou mais”, explica Melânia. “É fundamental que se acelere o processo de cobertura vacinal. Estamos em contato com o Ministério da Saúde, que nos sinalizou que os meses de abril e março serão os que terão o maior quantitativo de doses recebidas. E temos que vacinar os idosos. Os pequenos municípios conseguem vacinar mais agilmente esta faixa etária, que tem uma mortalidade altíssima”, defende Lemos. “Estamos muito atentos à nova variante brasileira, que alguns registram como variante de Manaus. Ela é muito mais transmissível. E isso ainda nos diz que se tem que ter testes mais rápidos, isolamento mais rápido e vacina mais rápido”, reforça o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde.

Com as doses em mãos, mais da metade dos municípios sem mortes por Covid-19 têm agilizado a aplicação das doses. Em Brochier, as equipes já iniciaram a vacinação de pessoas com mais de 85 anos. O esforço inclui fazer a aplicação no domicílio. “Não doeu nada. É bom e ajuda a não ficar doente”, relata Noeli Silva da Mota, de 82 anos, que sentada em uma cadeira de rodas, recebeu a visita da enfermeira Deise Adriane Grunvald, 40 anos, e da técnica Marlise Maria Lampert, 49, ambas devidamente paramentadas. Antes de injetarem a primeira dose, seguindo um rigoroso protocolo, a dupla fez perguntas sobre a existência de alguma reação alérgica, advertiu e lembrou os sintomas que a maioria das pessoas sentem após a aplicação, como dor no local da injeção e febre leve, consideradas reações pequenas à vacina. A filha, Maria Regina Chapuis, 60, disse que foi a família que solicitou a vacina. “Ligamos e dissemos a idade dela e que ela não pode se deslocar”, revela. Em outros municípios, a campanha tem sido realizada de forma semelhante. “Os acamados estão sendo imunizados em suas residências. Mas os de 85 anos ou mais estão se deslocando até a UBS e sendo imunizados nos próprios veículos”, detalha Melânia, secretária de Santa Cecília do Sul. Em Jacuizinho, o processo também está sendo feito de forma rápida. “Em dois dias, nós fizemos todas as doses e não perdemos nenhuma, já que os frascos abertos só podem ficar abertos por 6 horas. Fomos vacinar em casas e aplicamos algumas no Posto de Saúde. Foi bem tranquilo. Tivemos uma recusa, de uma profissional da saúde, que assinou o termo de responsabilidade abrindo mão”, pontua Sidnei.

“Graças ao incansável empenho da equipe volante, que dedicada e preocupada com a saúde de nossos munícipes e a administração (municipal), que está dando total suporte e condições para que possamos fazer nossas obrigações de trabalho, e à população que continua consciente e tomando todos os cuidados, acredito sim, em um futuro não distante, que teremos o fim desta pandemia sem nenhuma morte causada pelo vírus”, aguarda Melânia.

“O início foi assustador, como foi para todos os profissionais. Aqui, iniciaram os sintomas, as pessoas já vêm. Alguns mais graves, alguns leves”, conta a enfermeira Julcema Ceresoli Panisson, 39, que atua há 12 anos na profissão. Ela se infectou por Covid-19 no mês de novembro. “Tive dor de cabeça, dor no corpo. Nada sério”, conta, aliviada. A enfermeira recebeu no dia 21 de janeiro a primeira dose do imunizante. Com a previsão de o Rio Grande do Sul contar com novo lote com mais de 300 mil doses no dia 23 de fevereiro, que será repassado diretamente aos municípios, a enfermeira mantém a confiança na superação da situação atual. “É uma grande satisfação, porque no município fui a primeira a ser vacinada. A gente tem esperança de que dias melhores estão vindo. Estamos trabalhando para isso, para terminar tudo sem nenhuma morte”, conclui.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895