Crise impulsiona busca por bioinsumos

Crise impulsiona busca por bioinsumos

Em meio à turbulência no Leste europeu e às incertezas quanto ao abastecimento e ao custo dos fertilizantes, produtos de base vegetal, animal ou microbiana são usados para melhorar saúde de plantas e combater pragas

Por
Patrícia Feiten

Anunciada às vésperas do plantio das culturas de inverno e do planejamento da safra de verão 2022/2023, a invasão da Ucrânia pela Rússia caiu como uma bomba no agronegócio brasileiro. O risco de falta de fertilizantes produzidos pelo país euroasiático, em razão das sanções ocidentais ao Kremlin e do bloqueio de rotas comerciais, e a disparada de preços desses insumos motivou o setor a buscar fontes de suprimento alternativas. O impasse também deu mais visibilidade aos chamados bioinsumos, abrindo oportunidades para a expansão de práticas agrícolas sustentáveis, capazes de reduzir a dependência dos adubos e defensivos importados.

Em meio à turbulência no leste europeu, o temor de desabastecimento acelerou a definição do Plano Nacional de Fertilizantes (PNB). Lançado em março pelo governo federal, o programa prevê incentivo ao uso de insumos biológicos e técnicas de adubação alternativas, observa a analista Maísa Romanello, da consultoria Safras & Mercado. “O plano é de longo prazo, com projetos demorados e duração até 2050. Entretanto, o uso dos biofertilizantes está em crescimento e tem sido extremamente importante diante dos altos preços dos fertilizantes minerais”, afirma.

Os bioinsumos incluem produtos de base vegetal, animal ou microbiana usados para melhorar o desenvolvimento das plantas e combater pragas. Embora não sejam uma novidade no Brasil, que há 30 anos utiliza soluções biológicas no manejo de grandes culturas, eles ainda representam uma fatia modesta do mercado de proteção e nutrição de plantas. “A adoção no Brasil ainda é baixa perante o grande potencial que existe. Hoje, estamos falando ao redor de uns 20%, somando todas as tecnologias disponíveis”, diz a engenheira agrônoma Amália Cristina Piazentim Borsari, diretora de produtos biológicos da CropLife, que reúne empresas de biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos.

Apenas no segmento de defesa vegetal, a entidade projeta que as vendas de produtos biológicos movimentem R$ 16 bilhões por ano até 2030, ante a receita de R$ 1 bilhão em 2020. A diversidade de oferta é determinante para esse salto, além da intensificação das práticas de manejo integrado, segundo Amália. “Hoje, temos mais de 500 produtos registrados no Ministério da Agricultura, e isso foi fruto de muita pesquisa e desenvolvimento das empresas. O agricultor vem mudando a forma de controle de pragas, unindo tecnologias, sistemas de monitoramento e outros insumos dentro do processo”, destaca a agrônoma.

No campo dos inoculantes biológicos, que auxiliam na absorção de nutrientes, o consumo atual chega a 120 milhões de doses por ano, com receita estimada em R$ 400 milhões, afirma o presidente da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), Guilherme de Figueiredo. “Se não existisse inoculante para a soja, hoje ela seria inviável economicamente”, diz.

Crescimento

E há espaço para crescer mais. As soluções baseadas em bactérias do gênero Bradyrhizobium, por exemplo, já são adotadas por 80% do território brasileiro, segundo Figueiredo. Já os inoculantes com microrganismos do gênero Azospirillum estão consolidados na lavoura de soja, mas têm adesão baixa no cultivo de gramíneas, como milho, trigo e arroz. “Então, este ano é a oportunidade para o produtor adotar essa técnica, que é uma bactéria desenvolvida para fixar nitrogênio em substituição de até 25% (do fertilizante químico)”, afirma o presidente da ANPII.

Para o diretor técnico da Emater-RS/Ascar, Alencar Rugeri, o cenário favorável ao avanço dos bioinsumos não pode ser dissociado da preocupação com os impactos ambientais da agricultura. O mercado também ganhou impulso com a implementação do Programa Nacional de Bioinsumos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2020, lembra o dirigente. “Temos hoje uma facilidade de registro dos produtos, um desenvolvimento tecnológico muito superior, e o grande salto foi o próprio governo ter possibilitado isso”, avalia Rugeri.
No final do mês passado, por exemplo, o Mapa anunciou o registro de 52 novos defensivos agrícolas formulados, dos quais 20 são de controle biológico. O maior acesso aos produtos fez com que eles saíssem de nichos específicos, alcançando produtores de diferentes perfis. “Hoje, grandes empresas estão se envolvendo nesse mercado, conseguem fornecer em escala”, diz Rugeri.

Pó de Rocha

O uso de remineralizadores de solo, conhecidos como pó de rocha, também ganhou destaque em meio à crise na oferta de fertilizantes sintéticos causada pela guerra no leste europeu. Hoje, há 30 produtos do tipo registrados no Brasil, destaca o pesquisador da Embrapa Clima Temperado Carlos Augusto Posser Silveira. A prática vem sendo adotada principalmente pelos pequenos agricultores, para os quais os adubos importados se tornaram quase inacessíveis. “A gente tem recomendando aos produtores é que eles podem reduzir a adubação convencional quando se usa uma rocha em combinação. Isso pode chegar a 30%, até 50%, dependendo do sistema de produção, das culturas, do nível de fertilidade do solo”, explica Posser.

Segundo o pesquisador, os resultados obtidos com a associação de fertilizantes químicos com os remineralizadores, assim como bioinsumos ou insumos agrominerais, vão além do aumento de produtividade do solo. “A gente não consegue explicar por que uma rocha foi tão boa comparada com o fertilizante convencional só pela questão de nutrientes. Ela melhora a microbiota do solo, a resistência a insetos, pragas de solo, a doenças de folhas, a tolerância a secas”, afirma o pesquisador.

Rede multiplica tecnologia

Projeto liderado pela UFSM desenvolve conhecimento, bioprodutos e lógica própria para aplicação dos novos insumos

Avaliação in vitro da eficiência de microrganismos no controle de doenças radiculares da soja é realizada em laboratório na UFSM. Foto: Lorenzo Aita / Divulgação / CP

Sob a liderança da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Redeitec Bioinsumos RS é uma rede que congrega 12 instituições de ciência e tecnologia, representadas por 34 pesquisadores associados, e 13 empresas de bioinsumos e equipamentos para o setor. Lançado em maio e com sede no polo tecnológico da universidade gaúcha, o projeto busca disseminar o uso de bioinsumos multifuncionais nos cultivos agrícolas gaúchos.

Coordenador da iniciativa, o professor Márcio Mazutti, do Departamento de Engenharia Química da UFSM, explica que o trabalho será desenvolvido em três frentes. A primeira envolve o desenvolvimento de tecnologias para a produção de bioinsumos. O segundo foco será a busca de novas formulações de bioprodutos, que ainda enfrentam resistência no mercado devido à baixa durabilidade em prateleiras, geralmente inferior a 12 meses. “Hoje, esse talvez seja o maior gargalo comercial dos bioinsumos. Depois, tem a questão logística, alguns produtos ainda são refrigerados”, observa Mazutti. O terceiro grande desafio será criar tecnologias de aplicação específicas, já que os produtos têm sido utilizados sob a mesma lógica do uso de produtos químicos.

Para Mazutti, o uso de bioinsumos como ferramenta de manejo é uma tendência irreversível, e o que irá diferenciar as empresas no futuro será a oferta de pacotes de serviços tecnológicos completos. “Esse é o caminho, oferecer, além do produto, acompanhamento técnico, principalmente no que diz respeito à produtividade e qualidade”, afirma. O professor ressalta que a recomendação de produtos para uso na lavoura deve ser feita com base nas características e necessidades de cada propriedade rural. “Existe um grande desafio do ponto de vista de extensão tecnológica: ensinar aos agricultores que aplicar bioinsumo é diferente. É uma tecnologia para você ter resultado em mais longo prazo”, destaca Mazutti. Segundo o professor, a UFSM avalia a criação de uma especialização na modalidade lato sensu com foco em bioinsumos para impulsionar a difusão de tecnologias na área.

Empresas participantes da Redeitec veem um cenário promissor para o mercado de bioprodutos. Uma das parceiras do projeto, a Bioagreen é focada em controle de pragas e doenças e biofertilizantes. Com dois anos de operação, atende produtores de soja, milho e trigo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, vem percebendo um aumento da demanda pelas soluções biológicas como alternativa aos adubos importados. “O fertilizante (químico) tem um custo muito alto, e essas tecnologias permitem uma maior eficiência em relação aos aspectos de nutrição de plantas”, diz o sócio-fundador e diretor comercial da empresa, Bruno Aguiar.

Segundo o executivo, a utilização de bioinsumos ainda é mais comum entre os agricultores com maior conhecimento técnico, geralmente mais abertos à adoção de novidades. “A gente tem um mar de oportunidades e, para fazer com que essa adoção seja mais ampla, vai depender de vários atores, de universidades, institutos de pesquisa e esforços da iniciativa privada”, avalia.

Sustentabilidade e Prosperidade

Para Waldemiro Aguiar, que tem no currículo mais de 50 anos dedicados à atividade agrícola, sustentabilidade e prosperidade devem andar juntas. Em termos práticos, essa busca de equilíbrio no campo é o princípio que garantirá a produção de alimentos mais saudáveis e baratos, tem certeza o agricultor. Um dos pioneiros em controle biológico de pragas no Rio Grande do Sul, ele começou a trabalhar com o manejo natural há quatro anos e hoje usa biodefensivos em 100% da lavoura de soja, que ocupa mil hectares em sua propriedade no município de Santa Vitória do Palmar. “Existe microrganismo para tudo. Faz uma diferença muito grande. Nós voltamos à vida original no campo, repovoamos o nosso ambiente”, afirma.

A multiplicação on farm de microrganismos possibilitou à fazenda uma redução de 40% a 50% no custo de produção. Segundo o agricultor, embora o investimento na técnica possa parecer alto inicialmente, o resultado compensa. Um balde de 15 quilos de meio de cultura bacteriana custa em torno de R$ 3 mil, e valor do inoculante biológico fica, em média, em R$ 150 o litro, exemplifica Aguiar. “Com 4 litros de inóculo e esse meio de cultura, faço mil litros de produto. Então, na multiplicação on farm, o preço final do litro vai sair por R$ 3,40, R$ 3,50. Quando tu usas agrotóxico, trabalhas com uma margem mínima, de 200 ml a 500 ml, dependendo do produto, e está gastando em torno de R$ 50, R$ 60 por hectare”, compara.

Waldemiro Aguiar, de Santa Vitória do Palmar, começou a trabalhar com o manejo natural há quatro anos. Foto: Arquivo Pessoal / CP

Paralelamente ao uso de biodefensivos, o agricultor foi testando o uso de remineralizadores de solo para turbinar o desenvolvimento das plantas. Há quatro anos, selecionou uma área de 100 hectares – em metade do terreno, aplicou pó de rocha combinado ao fertilizante químico e, nos 50 hectares restantes, usou apenas os agrominerais. Em ambas as partes, colheu 52 sacos de soja por hectare. “Repetimos no segundo ano, e a produção foi igual. Quando tu trabalhas com microrganismos e remineralizadores, a saúde do solo é outro, e a da planta vai ser outra. Tu voltas àquela terra virgem de antigamente”, afirma Aguiar, que recebe visitas de agricultores de todo o país interessados em conferir suas práticas.

Na jornada para transformar a agricultura sustentável em realidade rentável e incorporá-la ao dia a dia da propriedade, muitas barreiras precisaram ser superadas. A maior delas, conta o agricultor, foi conquistar a adesão dos colaboradores, já que ainda é pouco disseminado o conhecimento sobre bioinsumos no meio rural e não há uma graduação superior específica nessa área. “Toda a vida eles plantaram com adubo, diziam: ´Seu Aguiar, isso não vai funcionar’, as pessoas não acreditam na mudança. Agora que dominaram a técnica, eles estão felizes”, comemora Aguiar, destacando o apoio recebido da Embrapa nas ações de capacitação.

Biofábrica na própria fazenda

Com propriedades nos municípios de Panambi e Condor, o agricultor Daniel Strobel é um entusiasta das práticas sustentáveis. Desde 1989, adota o sistema de plantio direto, com rotação de culturas no verão e a semeadura de um conjunto de até sete cultivos no inverno para aumentar o volume de palha e garantir uma cobertura permanente no solo. Na batalha contra os inimigos da lavoura, há cinco anos investe também no controle biológico de pragas e doenças, com a aplicação de defensivos formulados à base de bactérias e fungos.

A preparação dessas armas extraídas da própria natureza é feita na própria fazenda, em uma biofábrica onde, a partir de um inóculo, são multiplicados microrganismos “do bem”, como a bactéria Bacillus thuringiensis, que atua como inseticida, a Pseudomonas fluorescens, agente antifúngico e promotor do crescimento das plantas, e as espécies fixadoras de nitrogênio em gramíneas Bradyrhizobium japonicum e Azospirillum brasilense, entre outros. Com essa tática ecológica de manejo, Strobel vem conseguindo, a cada safra, uma redução de 50% a 70% no custo de aplicação de defensivos na comparação com os produtos químicos.

Agricultor Daniel Strobel formula defensivos à base de bactérias e fungos para controlar pragas e doenças nos cultivos de verão e de inverno. Foto: Arquivo Pessoal / CP

Chegar a resultados satisfatórios, porém, exige a identificação precoce da praga e intervenção quase imediata, ensina o agricultor. “É necessário ter um monitoramento da lavoura muito mais constante, porque o biológico age muito bem na fase inicial”, explica. A mudança de hábito no campo resume o segredo de uma estratégia de bioinsumos bem-sucedida, capaz de trazer equilíbrio ao ambiente. “Essa é a dificuldade maior de trabalho, olhar a lavoura praticamente todo dia. Mas, com o passar do tempo, observa-se o aparecimento ou a volta de muitos inimigos naturais que acabam auxiliando no controle”, relata Strobel.

Produtor de soja, milho e trigo, o agricultor também aposta há 20 anos em técnicas de fertilização, alternando adubos orgânicos e químicos em metade da área plantada a cada safra. Há cinco anos, introduziu o pó de rocha basáltica no processo, e os primeiros resultados foram animadores. “A gente não está diminuindo tanto o fertilizante químico, mas tem conseguido aumentar a produção sem aumentar muito o custo”, afirma. Para Strobel, os bioinsumos devem ser adotados como uma ferramenta complementar no sistema agrícola. “Lógico que não se pode substituir (os químicos) de maneira abrupta, sem olhar os demais pilares do sistema. Você não pode trabalhar uma coisa isolada”, observa.

Pesquisador francês afirma que ‘Brasil é um caso pioneiro’

Doutor em sociologia, o agrônomo francês Frédéric Goulet há mais de uma década investiga processos de inovação no setor agrícola em seu país natal, na Argentina e no Brasil. Pesquisador do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD) da França, está no Brasil desde 2018, como pesquisador-visitante da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Em seu trabalho, abordou a implementação do Programa Nacional de Bioinsumos (PNB). “O Brasil é um caso muito pioneiro na comparação com outros países da região”, afirma. Em abril, como parte de uma cooperação com a Ufrgs, Goulet esteve no RS, que considera era uma região dinâmica na produção de biológicos no sistema on farm.

Foto: Arquivo Pessoal / CP

Como você avalia o cenário hoje para os bioinsumos no Brasil, na comparação com outros países?
Frédéric Goulet: Tanto em termos de políticas públicas quanto da dinâmica da produção on farm, o Brasil é o país mais avançado da região. No mínimo 10 estados têm uma política de produção de bioinsumos, ou seja, é uma coisa que avança de maneira forte tanto em nível federal como em nível estadual. A produção on farm no Brasil chega a proporções impressionantes, os produtores tomaram essa inovação de forma muito rápida. Foi tão rápido que o estado teve de encaixar isso numa lei específica (o Projeto de Lei 658/21, que regulamenta a produção de bioinsumos) no Brasil, que está em discussão.

A política nacional na área dos bioinsumos reflete uma preocupação ambiental e a necessidade de reduzir os custos de produção?
Goulet: A motivação de reduzir os custos de produção é uma motivação de sempre, e o contexto atual sobre os insumos desperta ainda mais atenção sobre isso. Mas, na verdade, é uma dinâmica que foi partindo dos produtores e que agora o governo está tentando trabalhar para deixar claro. A Embrapa tem uma longa trajetória de pesquisa sobre isso, e outro ator fundamental nesse processo é a indústria. Durante décadas, o setor de biodefensivos foi um setor composto principalmente por empresas pequenas, (como) startups no estado de São Paulo. Mas há cinco, dez anos, as grandes empresas agroquímicas vêm investindo nesse setor, comprando empresas pequenas, fazendo pesquisa e desenvolvimento sobre produtos biológicos, que são as tecnologias do futuro.

Com isso, os bioinsumos estão deixando de ser algo específico da agricultura agroecológica e começam a ter mais escala?
Goulet: Essa é a retórica do governo, sair do pequeno para subir em escala e chegar ao grande produtor. É um governo que liberou muitas moléculas de agrotóxico, que flexibilizou o processo de registro dos agrotóxicos. Mas, nesse caso, vem apoiando a produção on farm porque é defendida pelos grandes produtores, pelas grandes cadeias produtivas de commodities. A mesma coisa aconteceu 15, 20 atrás com as sementes – o produtor compra um produto comercial e multiplica na propriedade. É uma questão superoriginal, porque, de um lado é uma lei, uma situação que vai a favor do agronegócio, mas (de outro) vai contra os interesses das empresas de insumos agropecuários.

Quais são as perspectivas para os próximos anos? A guerra no Leste europeu pode favorecer a buscade bioinsumos?
Goulet: Com relação à guerra, eu falaria com muita prudência. Mas isso começou antes da guerra. Vão entrar novas empresas nesse mercado, vai ter mais apoio técnico por parte da extensão pública e privada. O debate mais importante é para o produtor menor, não necessariamente o agricultor familiar. Nem todos têm os mesmos recursos para instalar uma unidade de multiplicação de microrganismos. A questão é mais do lado dos produtores menores, de como essas soluções vão se desenvolver com respeito à legislação, à organização coletiva. Mas a tecnologia, sim, vai crescer. O Brasil é pioneiro nesse sentido.

Em sua colaboração com pesquisadores da Ufrgs, o que observou aqui no Rio Grande do Sul em contato com os produtores?
Goulet: (No sistema on farm), o agricultor compra o produto já pronto para aplicar na lavoura ou compra e multiplica on farm. Para essa segunda opção, há empresas que comercializam as soluções. No Rio Grande do Sul, a gente foi acompanhando o trabalho de uma dessas empresas, a Agrobiológica, para entender como eles trabalham com os produtores. É bem interessante ver as empresas como atores desse processo de inovação. Não é o produtor sozinho que vai avançar nesse caminho. Até para a produção on farm, ele está sendo acompanhado, porque não sabe trabalhar com microrganismos. É muita coisa supernova para o produtor, e os atores tradicionais da extensão não sabem isso.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895