Custos pressionados

Custos pressionados

Com alta no preço da saca do milho, entidades querem novas medidas do Estado para o setor de proteína animal

Por
Nereida Vergara

Há pelo menos um ano os segmentos econômicos de aves, ovos, suínos e leite estão com seus custos de produção pressionados, sobretudo pelo milho, principal componente da ração animal. Entre a primeira quinzena de junho de 2020 e o mesmo período de 2021, a saca do cereal saltou de R$ 46,90 para R$ 95,21, tendo atingido o pico de R$ 103,23 no dia 18 de maio deste ano, conforme o indicador Esalq/BM&FBOVESPA, divulgado diariamente pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Como reflexo da mesma escalada, os custos de produção de suínos e frangos, apurados pela Embrapa, acumularam altas de 39,78% e 44,55%, respectivamente, entre abril de 2020 e abril de 2021.

Entidades representativas do setor de proteína animal cobram, desde novembro de 2020, medidas efetivas dos governos para minimizar os efeitos da crise, que, somente na avicultura do Rio Grande do Sul, já representa uma queda média de 11% na produção. O governo estadual anunciou na metade de junho o diferimento do ICMS (postergação do pagamento do imposto para a fase de comercialização do produto final) para as importações de milho do Mercosul. No dia 18 de junho, foi a vez do governo federal liberar a importação de milho transgênico dos Estados Unidos para uso exclusivo na ração animal. A importação dependia de uma autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e agora está prevista na Resolução Normativa Número 32.

As compras de milho de países de fora do Mercosul já gozavam de isenção da Tarifa Externa Comum (TEC), mas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), por falta da decisão técnica, ainda não tinham se confirmado importações do cereal norte-americano. A ABPA insiste ainda na suspensão temporária do PIS e Cofins sobre fretes no mercado interno e para importações extra-Mercosul, no incentivo ao plantio do milho e de cereais de inverno e na transparência na exportação dos grãos, para evitar situações de especulação de preços como as que ocorrem atualmente.

O professor e pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, explica que a situação de escassez de milho, e dos seus preços históricos  não atinge somente o Brasil. Segundo ele, apenas 15% do milho produzido no mundo é transacionado entre os países, o que torna a mercadoria muito disputada. Além disso, Alves ressalta que, ao contrário da soja, a cotação do cereal tende a ser regida pelas demandas locais, como é o caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, grandes produtores de aves e suínos. “Chegamos a ter, nestes estados, preços do milho que se aproximaram das cotações de Pernambuco, região onde o grão é deficitário, o que é bastante incomum”, observa.

O pesquisador salienta, ainda, que, no Brasil, têm sido característicos preços mais baixos do milho a partir do segundo semestre, quando entra no mercado a segunda safra, responsável por mais 70% do cereal cultivado no país. “No entanto, hoje, os negócios no mercado futuro seguem apontando para a permanência do preço do milho em patamar alto”, destaca Alves. O último levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que a produção total de milho no Brasil em 2021 deve ficar em 96,4 milhões de toneladas, 6% menor que a do ano passado, por conta da falta de chuva nas regiões produtoras da segunda safra, entre os meses de abril e maio.

O presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo Santos, aponta que a pressão sobre o setor de proteína animal no Rio Grande do Sul prossegue. “A avicultura tem a tradição de ser um setor que proporciona à população uma proteína mais barata, mas está impossível continuar produzindo com os custos atuais e repasses ao consumidor terão de ser feitos”, admite.

Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), faz coro à reclamação do dirigente da Asgav. Ele afirma que os preços atuais do milho estão fazendo o suinocultor independente (desvinculado das indústrias integradoras) perder de R$ 0,60 a R$ 0,80 por quilo vivo. “Está se vendendo o quilo por volta dos R$ 6,50, enquanto o custo de produção está acima de R$ 7,10, ou seja, há uma perda por animal abatido de R$ 90,00 a R$ 100,00”, calcula. Folador reitera que a cadeia de suínos, ao contrário da de aves, é de ciclo longo e, portanto, não pode ser ajustada ao momento. “O que o suinocultor independente tem feito é programar suas compras de milho para escapar dos valores mais altos da prática ‘da mão para a boca’." No caso do produtor integrado, que recebe da integradora os insumos para trabalhar, o impacto dos custos é menor, informa.

 

Repasses contidos e cortes na produção

Impossibilitados de transferir toda a variação dos custos ao consumidor, produtores optam pela redução de seus planteis na tentativa de equilibrar as contas

​Jairo Nienow, de Alto Feliz, ajustou a oferta para 35 mil dúzias de ovos por dia e sustenta que é impossível continuar produzindo como antes com os custos atuais | Foto: Mauro Schaefer

S​em a perspectiva de desaceleração nos preços da soja e do milho, fundamentais para a produção de carne de frango, carne suína e ovos, a reorganização das atividades se tornou imperativa para produtores e indústrias dos três segmentos. A pesquisadora da equipe de Suínos, Aves e Ovos do Cepea/Esalq/USP, Juliana Ferraz, que acompanha os mercados das três proteínas, afirma que as dificuldades de custos vêm se intensificando desde o final de 2018, trouxeram sofrimento ao produtor em 2019 e se exacerbaram em 2020 com a pandemia do Covid-19, quando não apenas as cotações das commodities dispararam, mas também outros custos, como embalagens e fretes, entre outros decorrentes da desvalorização do real ante o dólar. Além de ajustes nos níveis de produção, diz ela, principalmente nos segmentos de aves e ovos, tem-se observado até casos de abandono da atividade.

Juliana ressalta que é necessário ter o entendimento correto da situação para que o consumidor não ponha na conta do produtor a culpa pelos aumentos de preço do produto final. “Para se ter uma ideia, nos seis primeiros meses de 2021, o preço da caixa de ovos com 30 dúzias subiu 21% em relação ao mesmo período de 2020, enquanto que, em igual comparação, o milho subiu 81% e o farelo de soja 70%”, diz a pesquisadora, argumentando que, embora os preços no varejo estejam altos, isso não significa que o produtor está ganhando ou que o setor vai bem. Juliana pondera também  que a situação da produção de ovos é mais complicada que a de aves e suínos, uma vez que o produto não tem a válvula de escape das exportações. “Se pode dizer que a nossa exportação de ovos beira 1%, contra 30% da carne de frango e 20% da carne suína”, compara.

O presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, tem alertado que o setor avícola no Rio Grande do Sul vem adotando a redução da produção para evitar repassar os custos ao consumidor. Conforme Santos, o custo estimado para alimentar 10 mil aves, que antes da alta dos insumos era de R$ 19,2 mil, hoje saltou para R$ 40 mil. “Calculamos uma queda média de 11% na produção de frangos do Estado, mas, na verdade ela pode ser muito maior, dependendo de cada empresa”, admite.

No segmento de frangos de corte há 27 anos, a Nutrifrango Alimentos, de Morro Reuter, no Vale do Caí, diminuiu sua produção em 15% ainda em novembro de 2020. Desde então, deixou de abater 100 mil aves, de uma produção de 900 mil aves por mês. A matéria-prima da agroindústria é fornecida por 80 famílias da região, que trabalham no sistema integrado e que não tiveram a renda afetada até o momento, garante o proprietário da Nutrifrango, Pedro Utzig. O empresário ressalta que o consumo de milho da agroindústria é de 150 toneladas por dia, abastecida na prática chamada “da mão para a boca”, conforme a necessidade. “Vamos comprando conforme a disposição de capital e também das ofertas de milho no mercado, a preços que variam de R$ 90 a R$ 105 a saca de 60 quilos”, revela.

Mesmo que haja repasses de preços ao consumidor, Utzig assegura que eles não cobrem os custos, que mais que dobraram, e, por isso, não tem perspectiva de retomada da produção normal. “Não há como repassar mais ao consumidor, a pandemia gerou uma situação econômica difícil, com muito desemprego”, observa. "Então, a saída, por prudência, foi reduzir a produção, mas até agora não temos previsão de retomada”, finaliza.

A mesma situação de dificuldade é relatada pelo sócio proprietário da Granja Nienow, de Alto Feliz, também no Vale do Caí, Jairo Nienow. Há 42 anos produzindo ovos, a granja nunca enfrentou situação semelhante, constata o avicultor. “É a pior crise da história da produção de ovos em nível de Brasil”, afirma. Nienow diz que depois de oito meses trabalhando com prejuízos, em 2021 a granja optou por reduzir 15% de seu plantel de poedeiras, calculado em 1 milhão de aves. Antes do ajuste, eram produzidas entre 45 mil a 50 mil dúzias de ovos por dia. Hoje, a produção chega ao máximo de 35 mil dúzias. “Não temos como repassar preços acompanhando aves e suínos, porque se o ovo, que é a proteína mais barata, subir muito, o consumidor vai preferir comprar carne”, comenta, estimando em 15% o reajuste de preços feitos ao consumidor, contra um aumento de custos de, no mínimo, 100%.

Jairo Nienow não vê perspectiva a curto prazo de voltar a crescer. Ele garante que, no momento, há mais oferta que consumo de ovos, o que deve se equilibrar com a diminuição na lotação de poedeiras. “É impossível continuar produzindo como antes com os custos no patamar que estão”, conclui o produtor, que revela ter cortado também em 10% o quadro de pessoal da granja.

Reflexos para o consumidor

Parte do impacto dos custos do milho e da soja para o setor de proteína animal chegou ao consumidor. Segundo o Indíce de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, entre maio de 2020 e maio de 2021, o preço do frango inteiro subiu 16,85%, e o quilo da carne suína 35%, considerando-se o mercado de Porto Alegre. No caso do leite UHT, conforme o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), o preço pago pelo atacado aumentou 20,36% no mesmo período.

 

Suinocultura adapta fluxo das suas compras

Em Rondinha, granja de Mauro Gobbi conta com milho armazenado desde o ano passado para enfrentar eventual escassez de oferta | Foto: Mauro Gobbi/ Divulgação

Se a avicultura, por ser uma cadeia de ciclo curto – um frango fica pronto para o abate em 45 dias –, vem usando a redução de sua escala produtiva para ajustar a rentabilidade ao custo, a suinocultura se adapta aos novos tempos incrementando as estratégias de planejamento. A criação de suínos se divide em produção integrada (mais de 90%) e independente (menos de 10%). Na integração, o produtor recebe os insumos para trabalhar, do animal à ração, e tem seu ganho por quilo vivo estabelecido por índices de produtividade. Neste modelo, quem absorve o custo de produção decorrente da disparada nos preços do milho e da soja são as integradoras, cujo porte permite que organizem as compras de grãos com antecedência e sofram menos com o pico das cotações. A cadeia suinícola não permite diminuir a escala produtiva, pois é de ciclo longo, de até 10 meses para a terminação dos leitões.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, reforça que, no sistema integrado, o custo para o produtor nas granjas se dilui, no que diz respeito à alimentação. Segundo ele, as integradoras e cooperativas compram insumos para o ano inteiro e conseguem reduzir o impacto dos preços especulativos. “As agroindústrias conseguem comprar milhares de toneladas de milho, obedecem a uma programação de aquisição, o que não é possível para um produtor sozinho”, salienta. Kerber revela que, no Estado, há empresas do segmento que chegam a consumir 30 mil toneladas de milho por mês, o que facilita as negociações de preço e as operações de importação. “Essas empresas têm suas compras contratadas, não vão ao mercado todo o dia e, no caso das exportadoras de carne, também se beneficiam do drawback (regime aduaneiro especial que consiste na suspensão ou isenção de tributos incidentes sobre insumos vinculados a um produto a ser exportado)”, esclarece.

Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), concorda que o peso dos custos é maior para o produtor independente, mas diz que aqueles que continuam atuando neste modelo dentro da cadeia estão, em maioria, mais capitalizados, têm estruturas de armazenamento, fábrica de ração e operam o próprio transporte. “Geralmente esse pessoal compra milho logo que começa a colheita, no início do ano, e depois, a partir de agosto, quando entra a safrinha do Centro-Oeste”, explica o dirigente, que admite, no entanto, a existência de “alguns” produtores independentes em situação mais difícil e menos estruturada.

No início do ano, os produtores de suínos chegaram a levantar a hipótese de entregar animais para o abate com peso abaixo do considerado ideal, de 120 a 125 quilos, com o intuito de economizar na alimentação. Entretanto, de acordo com Folador, a ideia foi abandonada.

Estabelecido em Rondinha, na Região Norte do Estado, o suinocultor independente Mauro Gobbi afirma não ter visto uma situação de custos semelhante em suas quatro décadas na atividade. Com um plantel de 10 mil matrizes e uma produção anual estimada em 220 mil animais, Gobbi, que também é vice-presidente da Acsurs, conta que, para enfrentar a crise, vem armazenando milho desde o ano passado, aproveitando ofertas inferiores aos cerca de R$ 90 cobrados pela saca neste momento. “Conseguimos adquirir estoque para até seis meses”, revela. O produtor considera o preço atual pelo quilo do suíno vivo, entre R$ 6 e R$ 7, como “bom”, mas constata que tal valor não dá rentabilidade em razão do custo para produzir.

Gobbi ressalta que tantos anos na suinocultura lhe ensinaram que a atividade oscila entre “céu e inferno” e que, por isso, não perde a esperança. “Na suinocultura, o segundo semestre é sempre melhor, com o aumento do consumo e as festas de final de ano”, acrescenta, ao observar que, com a entrada da segunda safra do milho, a relação custo/produção tende a melhorar.

 

Pró-Milho incentiva agricultor gaúcho a apostar no cultivo do grão

A necessidade de milho para abastecimento da cadeia de proteína animal no Rio Grande do Sul é de 6,5 milhões de toneladas por ano. Em anos normais, a produção local gira em torno dos 5 milhões de toneladas, deixando um déficit de 1,5 milhão de toneladas. Na safra 2019/2020, em razão da estiagem, o estado perdeu cerca de 30% da produção e colheu pouco menos de 4 milhões de toneladas. Na safra 2020/2021, o total da colheita deve ficar em 4,4 milhões de toneladas. Nos dois casos, o déficit cresceu para mais de 2 milhões de toneladas.

Lançado em fevereiro de 2020, o Programa Pró-Milho/RS, concebido pelo governo do Estado e entidades representativas da cadeia do cereal para fomentar a produção, teve sua eficácia afetada pela pandemia. Mesmo assim, o assessor técnico da Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e atual coordenador do Pró-Milho/RS, Valdomiro Hass, avalia que o programa cumpriu em parte sua função. “O produtor acreditou e plantou mais; o resultado não veio em função do clima”, aponta.

Para a próxima safra, que começa a ser plantada em agosto, o coordenador acredita que a área vai se manter ou mesmo aumentar, já que, em parceria com a Emater/RS-Ascar, o Pró-Milho tem levado informações ao produtor sobre as vantagens de investir no grão, tanto pela conservação do solo quanto pela perspectiva de preços trazida pela demanda aquecida. “Os dois anos de estiagem não devem afetar o produtor, que não é aventureiro e sabe que a probabilidade de ocorrer uma estiagem pelo terceiro ano seguido é bem menor”, comenta Hass.

Hoje, o Rio Grande do Sul tem cerca de 100 mil hectares de área de milho já irrigados. O programa estadual também estimula o investimento dos produtores em mais irrigação, uma vez que a cultura é altamente influenciada pelo estresse hídrico. “Recursos existem com este fim a cada Plano Safra, mas tem faltado a decisão do produtor em fazer”, conclui o coordenador do Pró-Milho/RS.

 

Alternativas de inverno

Entidades como a Gadolando e o Sindilat defendem o uso de pasto como forma de diminuir os custos com alimentação do rebanho leiteiro

Redução dos custos é maior do que queda da produção por alimentação sem suplementação | Foto: Marcos Tang/Divulgação

As 55 mil famílias produtoras de leite no Rio Grande do Sul também costumam cultivar o próprio milho para silagem, sistema de armazenamento do alimento para animais por período longo e com pouca perda nutricional. No Estado, pelo menos 350 mil hectares são plantados com este objetivo.  Nas últimas duas safras, entretanto, este tipo de milho também foi afetado pela estiagem e rendeu menos em volume e qualidade. Isso tem obrigado o produtor a buscar no mercado o milho grão e afetado seus  custos de produção.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado Leiteiro (Gadolando), Marcos Tang, afirma que a entidade tem incentivado o uso de pastagens de inverno na produção de leite. Segundo ele, o milho representa 60% da alimentação das vacas, mas pode ser parcialmente substituído por outras opções da estação. “O azevém, por exemplo, tem proteína e traz bom rendimento na produção de leite”, ressalta o dirigente, que também defende o aproveitamento de resíduos industriais disponíveis em cada região, como bagaços do processamento de frutas como a laranja, a maçã e a uva.

Buscar diminuir a dependência  do milho na produção do leite e investir em tecnologias que permitam produzir o grão mesmo em condições de estiagem são, para o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Darlan Palharini, os caminhos para equilibrar os custos. “Diferentemente dos setores de aves e suínos, no leite é possível utilizar a alimentação a pasto como alternativa à silagem”, sustenta Palharini. “Além disso, com um pequeno investimento, o produtor profissionalizado pode ter seu milho irrigado, já que, no Rio Grande do Sul, a estiagem é um fator recorrente”, avalia.

Palharini observa que cooperativas do porte da CCGL já trabalham a produção leiteira com o uso de pastagens perenes. “Claro que a produção por animal vai ser menor do que com o uso da suplementação, mas o custo baixa para pelo menos a metade”, compara.

O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Eugênio Zanetti, afirma que as dificuldades em absorver o preço do milho para compor o volumoso dos animais vêm desde o ano passado, quando produtores começaram a engordar as vacas leiteiras para mandar para o abate e aproveitar o preço aquecido da carne. “Mesmo para aquele produtor que fornece leite para alguma cooperativa, e que tem ração garantida para comprar, o desembolso é dele”, ressalta. Zanetti não acredita numa grande evasão dos produtores da atividade por este motivo, mas reforça que o governo precisa oferecer crédito em situações como a atual e que a Conab deveria fazer o seu papel colocando milho dos estoques nacionais no Estado.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895