Decisão para fechar o ano

Decisão para fechar o ano

Atlético Mineiro e Athletico Paranaense começam a decidir o título da Copa do Brasil a partir deste domingo, em Belo Horizonte

O Atlético Mineiro vem embalado por uma de suas melhores temporadas na história do clube. Comandado pelo técnico Cuca e o atacante Hulk, o time quebrou um jejum de 50 anos para conquistar o Campeonato Brasileiro e agora parte em busca da sua segunda taça da Copa do Brasil

Por
CHICO IZIDRO

Dois times que já conquistaram títulos este ano fecham a temporada disputando mais uma taça a partir deste domingo. O Atlético Mineiro, campeão do Brasileirão, e o Athletico Paranaense, vencedor da Copa Sul-Americana, vão atrás da Copa do Brasil, que cada um já ganhou em uma oportunidade. Ambos já estão assegurados na Copa Libertadores do próximo ano e dedicaram a última semana apenas à preparação para a partida decisiva deste final de semana. O jogo de ida será no Mineirão, em Belo Horizonte, a partir das 17h30min, enquanto a partida de volta acontece na quarta-feira, dia 15, na Arena da Baixada, às 21h30min, encerrando o calendário de 2021 no Brasil.

Até o momento, as duas equipes já garantiram mais de R$ 23 milhões em premiações, mas o campeão levará para casa mais R$ 56 milhões. Ambas podem ainda decidir em 2022 a Supercopa do Brasil. Mas, neste caso, o Athletico Paranaense tem de ganhar a Copa do Brasil. O Atlético Mineiro, com o título do Brasileirão, já tem lugar garantido na Supercopa, disputada em jogo único, colocando o campeão do Brasileirão com o vencedor da Copa do Brasil. Porém, como o Galo já garantiu uma vaga no duelo, abriu um precedente se também conquistar a Copa do Brasil. Conforme o regulamento, se um mesmo clube vencer o Brasileirão e a Copa do Brasil – justamente o que pode ser o caso do Galo –, o adversário seria automaticamente o vice-campeão do Campeonato Brasileiro. Dessa forma, quem herda a vaga é o Flamengo. A CBF ainda não confirmou a data e local da disputa da Supercopa do Brasil.

O Atlético Mineiro, que sob o comando de Cuca vive uma de suas melhores temporadas da história, ganhou a sua primeira Copa do Brasil em 2014, quando bateu na decisão o maior rival, o Cruzeiro, que então já havia vencido a competição quatro vezes. O Galo, um ano antes havia conquistado o título da Libertadores e entrou no torneio de 2014 apenas nas oitavas de final, exatamente por ter disputado o campeonato continental, quando eliminou o Palmeiras com duas vitórias: 1 a 0 e 2 a 0. Nas quartas de final, o adversário foi o Corinthians. Depois de perder na ida por 2 a 0 e sair atrás no jogo de volta, no Mineirão, o Atlético-MG obteve a vaga na semifinal, virando para 4 a 1. Na semifinal, o time treinado pelo técnico Levir Culpi repetiu o feito. Perdeu para o Flamengo na primeira partida por 2 a 0, saiu atrás na volta, no Mineirão, mas novamente goleou: 4 a 1.

A decisão foi diante do Cruzeiro. No primeiro jogo, vitória por 2 a 0, no Independência, em Belo Horizonte. E no clássico de volta, o Alvinegro voltou a derrotar o rival, desta vez por 1 a 0. Tardelli marcou o gol da vitória, dando pela primeira vez o troféu da competição nacional ao Galo. Na campanha de oito jogos, foram seis vitórias, duas derrotas, 14 gols marcados e seis gols sofridos. O time mineiro chegou ainda mais uma vez à final da Copa do Brasil, em 2016, quando acabou perdendo para o Grêmio, que à época quebrou um jejum de 15 anos sem vencer competições nacionais.

O Athletico Paranaense foi vencedor da competição em 2019

Já o Athletico Paranaense ganhou a Copa do Brasil pela primeira vez em 2019, quando derrotou o Inter na final. O Furacão havia chegado perto em 2013, quando foi vice do Flamengo. Por estar na disputa da Libertadores, o Athletico Paranaense entrou direto nas oitavas de final da Copa do Brasil. O primeiro adversário foi o Fortaleza, no Castelão. Contra o time cearense, o Furacão ficou no 0 a 0 no jogo de ida. Na volta, vitória por 1 a 0, em Curitiba. O adversário das quartas de final foi o Flamengo, de Jorge Jesus, que fazia a sua estreia no comando do time carioca. Nos primeiros 90 minutos, empate em 1 a 1, na Arena da Baixada. O mesmo placar se repetiu no Maracanã: 1 a 1, levando a decisão da vaga para os pênaltis, quando o Rubro-Negro paranaense venceu por 3 a 1. Na semifinal, o Athletico-PR teve o Grêmio pela frente. No primeiro duelo, 2 a 0 para o Tricolor. Na volta, o Furacão precisava bater o Grêmio por três gols de diferença para ficar com a vaga. Mas conseguiu devolver o placar do primeiro jogo, com a vaga sendo decidida nos pênaltis. E então brilhou o goleiro Santos, que defendeu a última penalidade cobrada por Pepê, 5 a 4, colocando o Athletico na grande decisão. Veio a final com o Inter. No jogo de ida, no Paraná, o time da casa venceu por 1 a 0, com gol de Bruno Guimarães. Assim, só precisava do empate para garantir o título na partida de volta, no Beira-Rio. Mas fez melhor. Nova vitória: 2 a 1, com gols de Léo Cittadini e Rony. Em sua campanha, o time treinado por Tiago Nunes jogou oito partidas, com quatro vitórias, três empates e uma derrota. Foram 8 gols marcados e 5 sofridos. 

Os títulos do Rio Grande do Sul no torneio

Os gaúchos são os segundos maiores vencedores da Copa do Brasil, com sete conquistas até hoje, superados apenas pelos paulistas, que ganharam a competição em dez oportunidades.

Logo na primeira edição da Copa do Brasil, a taça ficou no Estado, mais exatamente no Olímpico. Em 1989, o Grêmio foi campeão de forma invicta, superando o Sport na decisão. No primeiro jogo, em Recife, empate em 0 a 0, e, depois, vitória por 2 a 1 no Olímpico. Em 1992, foi a vez do Inter obter sua única taça no torneio, com direito à eliminar nos pênaltis o rival nas quartas de finais. A final foi diante do Fluminense. Nas Laranjeiras, o Inter foi derrotado por 2 a 1, mas em casa, no Beira-Rio, venceu por 1 a 0 – ficou com o título graças ao saldo qualificado. 
 
Vice em 1993, o Grêmio voltou à decisão no ano seguinte, desta vez ganhando seu segundo troféu ao derrotar o Ceará. No Castelão, empate em 0 a 0, e na partida de volta, no Olímpico, vitória por 1 a 0, gol do centroavante Nildo. Em 1995, o Tricolor faria sua terceira decisão seguida, porém, seria derrotado pelo Corinthians. O tri gremista aconteceria em 1997, diante do Flamengo. Na ida, no Olímpico, 0 a 0. No segundo jogo, novo empate, 2 a 2. O saldo qualificado decidiu a favor dos gaúchos.
 
Em 1999, foi a vez de o Juventude conquistar o torneio, superando o Botafogo na final. Em Caxias do Sul, o Alviverde venceu por 2 a 1, e depois silenciou o Maracanã, segurando o 0 a 0.
 
A supremacia gremista aumentaria ainda mais. Primeiro, com o tetra em 2001, diante do Corinthians (2 a 2 em Porto Alegre e 3 a 1 em São Paulo) e depois, após longo jejum, com o penta em 2016, sobre o Atlético-MG: 3 a 1 para o Tricolor no Mineirão e empate em 1 a 1 na Arena.

Os campeões

Cruzeiro: 6 (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
Grêmio: 5 (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
Palmeiras: 4 (1998, 2012, 2015 e 2020)
Corinthians: 3 (1995, 2002 e 2009)
Flamengo: 3 (1990, 2006 e 2013)
Criciúma: 1 (1991)
Inter: 1 (1992)
Juventude: 1 (1999)
Santo André: 1 (2004)
Paulista: 1 (2005)
Fluminense: 1 (2007)
Sport Recife: 1 (2008)
Santos: 1 (2010)
Vasco: 1 (2011)
Atlético-MG: 1 (2014)
Athletico-PR: 1 (2019

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895