Gaúchos que moram no exterior contam o que se vê no horizonte pós-covid

Gaúchos que moram no exterior contam o que se vê no horizonte pós-covid

Em outros lugares do mundo, também impactados pela doença, já se avista um mundo diferente à medida em que os primeiros passos são dados rumo ao “novo normal”

Prateleiras de supermercados esvaziadas no pico da pandemia, na Alemanha

Por
Gabriel Guedes

A América do Sul, em particular o Brasil, está sendo um dos últimos lugares no mundo a sentir os impactos do novo coronavírus e também será, na mesma ordem, a deixar para trás o momento crítico da pandemia. Em 2009, na epidemia do H1N1, o legado daquela época foi o álcool gel. Agora, além do uso das máscaras, o que se desenha como herança dos dias em que estamos vivendo? Gaúchos que estão pelo mundo contam ao Correio do Povo os primeiros passos rumo ao “novo normal” - como tem se chamado o período pós-pandemia - e adiantam que tendências são essas, que se avizinham. Entretanto, para que assim como eles, os gaúchos daqui também possam ter, o quanto antes, dias melhores, estes conterrâneos afirmam que é imprescindível que façamos tudo certo na prevenção ao Covid-19. “Máscara aqui é importante. Eles exigiam até na entrada do shopping. Se tu estivesse tomando algo com ela abaixada, pediam para você jogar fora e levantar a máscara. Então, isso foi muito importante e fez a diferença aqui”, acredita o ex-morador de Estância Velha, Mikael Patrick da Silva, 22 anos, que é analista de qualidade em couro de uma companhia na cidade de Quanzhou, na China, país onde tudo começou.

Mikael é de Estância Velha e estava na China quando começou a pandemia. Foto: Arquivo pessoal

A cidade onde Silva mora no país asiático fica na província de Fujian e distante quase 1 mil quilômetros de Wuhan, província de Hubei, epicentro da atual pandemia. Silva se mostra animado com o retorno às atividades que fazia, mas afirma que o governo local tem incentivado medidas controladas para que a população possa ir às ruas e frequentar restaurantes e shoppings, por exemplo. Entretanto, se sentindo mais seguros, até mesmo alguns chineses estão relaxando nos cuidados contra a Covid-19. “Tem estabelecimento que ainda mede a temperatura, outros não. Mas também tem gente saindo sem máscara na rua. Mas eu, por exemplo, saio de máscara, pois todo cuidado é pouco”, garante. Mas antes de dias mais tranquilos, a situação também foi bastante difícil. “A gente ficou parado fevereiro e março, sem fazer nada. Só podendo ir no mercado e farmácia, que estavam abertos. E a partir disso, começou a melhorar, o pessoal começou ir para a rua. Mas foram dois meses certinho, com tudo parado e fechado mesmo”, relata. O estanciense só não deu mais detalhes de como anda a vida por lá, por que com a volta ao trabalho, a rotina está mais puxada. “Só no final de semana que vem eu consigo ter mais tempo”, avisava.

Seguindo de leste para oeste, ou do oriente para o ocidente, como o leitor preferir, o vírus também percorreu este caminho até atingir a América. Na Oceania, com quase 25 milhões de habitantes, a Austrália tinha até a última terça-feira, apenas 7.065 infectados e 100 mortos desde o começo da pandemia no país, quando o primeiro caso foi detectado em 24 de janeiro. Um resultado, segundo o porto-alegrense Alexandre Santi, que mora em Sidney há três anos, conquistado sob muito controle das autoridades, mas sem sufocar a população, nem a economia. “Quando surgiu a parte forte da pandemia, com aquelas compras desenfreadas, o governo veio a público e colocou regras, do que podia e do que não se podia fazer. Tinha multa e se fosse pego de novo, era preso. Mas as regras eram muito simples. O que tu poderia fazer fora de casa: trabalhar. Um cara da construção civil poderia pegar um trem, um ônibus. Tu poderia ir no mercado, na farmácia ou fazer qualquer outra coisa que fosse essencial pra ti. Ou então sair para se exercitar ou por uma emergência. Tirando isso, não se podia sair de casa. Sentar num parque não dava. A diferença é que aqui o pessoal largava muitas multas, tinha muita fiscalização”, conta. Com a ajuda da tecnologia, as autoridades de saúde ainda conseguem rastrear os casos da doença. De acordo com Santi, um aplicativo de celular monitora se você está perto de uma pessoa com a doença. “O governo vai avisar se tu estava dentro de um estabelecimento em que a mesma pessoa com Covid-19 estava.  Então eles conseguem rastrear e isolar”, descreve.

Alexandre Santi e Joiani de Souza residem na Austrália e trabalham cuidando de cachorros. Foto: Arquivo pessoal

Ele e a esposa, Joiani de Souza, possuem uma empresa que leva cachorros para passear. De acordo com Santi, o governo incentivou que muitos trabalhos não fossem paralisados. O que permitiu eles trabalharem durante a pandemia. “Perdemos de sair para ir na casa de amigos, para comer um churrasco. Mas no fundo, não nos afetou muito”, pontua o empreendedor. E como o trabalho continuou, a retomada das atividades no país não terá muito impacto na vida do casal. O governo australiano planejou três passos, em que pretende praticamente normalizar a vida da população em um prazo de 30 dias. Em um comunicado bem claro, as autoridades descrevem cada passo, informando que restrições serão levantadas a cada etapa. Por exemplo, no primeiro, a população só pode realizar passeios regionais. No passo dois, já será possível viajar a outro estado. Também vão expandindo as atividades comerciais que poderão operar. No passo 3, os trabalhadores poderão retornar ao trabalho em seus escritórios. Por outro lado, o guia também estabelece as regras que as pessoas devem seguir - como distanciamento de 1,5 metro, práticas respiratórias higiênicas, entre outras -, bem como reafirma a responsabilidade do serviço de saúde e informa os impactos econômicos. “A Austrália tem muito recursos para testes, tem feito de 6 a 10 mil testes diários no nosso estado. Os hospitais estão com capacidades ociosas. Está tudo muito bem controlado. Pelo planejamento deles, em um mês estaremos com vida normal. Mas estão cientes de que pode dar um aumento nos números, mas estão confiantes que poderão manejar bem estes possíveis casos que surgirem”, defende Santi.

NORMALIDADE ACEITÁVEL

Marco com o filho Bernardo e a esposa, Sofia, moram em Portugal. Foto: Arquivo pessoal

A quarentena em Portugal, que fechou a maioria dos serviços considerados não essenciais em 18 de março para conter a disseminação do novo coronavírus, começou a ser suspensa no dia 3 de maio. A retomada das atividades, no entanto, vem acontecendo por etapas, de forma semelhante à Austrália. Até então, a apreensão era companheira da família do analista de dados Marco Aurélio Ruas de Almeida, que mora no país desde 2018, na cidade de Sesimbra. “Na primeira quinzena de março a situação já estava se agravando na Itália e, em seguida, nos países mais próximos, como Espanha e França. No meu caso, ainda antes de ser declarado estado de emergência, a empresa mandou os funcionários pra casa. Ainda estou em casa, mas em teletrabalho. Em casa, eu tenho minha esposa, meu filho de sete anos e minha sogra. Todos são considerados grupos de risco. Com isso, o distanciamento acabou sendo mais radical pra mim e pra eles. O estado de emergência foi encerrado apenas no início deste mês e, desde os casos que se agravaram na Itália já passamos a tomar medidas de precaução, que ficaram ainda mais intensas na segunda quinzena de março”, relata Almeida. Apesar da escassez de alguns produtos de higiene, como álcool gel - algo que só aliviou há cerca de um mês - Ruas avalia que Portugal sempre demonstrou ter mais controle da situação que os outros países da União Europeia. Foram confirmados menos de 29.500 casos e pouco mais de 1.200 mortes - mesmo com uma população mais envelhecida. “A população também está demonstrando ter consciência do problema”, crê.

Mesmo com as restrições diminuindo, Almeida não consegue ver tudo voltando a ser como era. “De alguma forma a existência do vírus está ficando cada vez mais inserida em uma normalidade que as pessoas terão que aceitar. O comércio e os serviços estão sendo gradativamente liberados ao funcionamento com diversas restrições e regras. Em qualquer lugar que se entre é obrigatório o uso de máscara, por exemplo. No início do próximo mês as praias deverão ser liberadas no país. Entre as ações de controle, o governo pretende colocar semáforos nas praias para indicar a lotação, fora as regras de distanciamento e organização para que se tenha o menor risco possível de contágio. Ou seja, não há um alívio”, argumenta. “No meu caso, com toda minha família sendo considerada grupo de risco, fora eu, o alívio está condicionado a extinção do vírus - o que não deve ocorrer tão cedo. Há uma adaptação a essa nova rotina. Um aperfeiçoamento das medidas que podemos adotar para ter mais liberdade”, completa. Por isso, mesmo sem o estado de emergência há duas semanas, a rotina continua a mesma na família de Almeida. “Em alguns dias, e não por muito tempo, levamos o meu filho para andar de bicicleta ou skate no largo que há atrás do prédio. Minha esposa me acompanha no supermercado, farmácia e em algumas caminhadas em horários que poucas pessoas estão na rua. São as mudanças que conseguimos fazer desde o estado de emergência”, detalha. A expectativa é de que a esposa, Sofia Salvatori, consiga retomar o trabalho aos poucos a partir de junho e com as devidas precauções. Já as aulas do filho Bernardo vão ser pela televisão até o final do ano letivo, no fim de junho. Somente os últimos anos estão tendo aulas nas escolas, desde a segunda-feira passada (18).

Na Holanda, a chegada do novo coronavírus foi marcada por uma situação incomum. “Desde 1973, em razão da crise de petróleo, os holandeses nunca mais tinham assistido a um pronunciamento de seu líder. Até o dia 16 de março de 2020, quando o país parou para escutar o pronunciamento do ministro Mark Rutte a respeito da chegada do Covid-19 no país”, narra a publicitária Shanti Luz, 45 anos, holandesa de nascimento, mas filha de pais gaúchos. “Começamos com um lockdown inteligente, escolas fechadas, comércio, eventos, cultura, etc. Somente serviços necessários abertos, como supermercados e farmácias. Regras para sair nas ruas, distanciamento de 1,5m, nada de aglomerações, proibição de mais de 3 pessoas andando juntas, visitas e festas em casa proibidas também. No começo eu ainda me atrevia a ir ao supermercado, ou na pracinha da esquina tomar sol. Com o passar dos dias, a curva de mortes e internações subindo loucamente, comecei a sentir medo de sair na rua”, conta.

A publicitária Shanti Luz mora em Amsterdam, na Holanda. Foto: Arquivo pessoal

FASE 2

As incertezas geradas pela dimensão dos fatos que começavam a se desenrolar na Holanda, confirmava a impressão de que a pandemia de Covid-19 era algo que tinha vindo para ficar na vida de Shanti e de outros milhares de holandeses. As limitações impostas para prevenir a doença provocaram um baque na publicitária. “Eu já não podia mais ir para o trabalho, minha filha não ia mais a escola, não tinha mais cinema, shows, piquenique no parque com os amigos. A vida mudou. Foi difícil trabalhar a aceitação dentro de mim. Tinha dias que chorava loucamente, outros sentava na sacada do apartamento e não me movia por horas, sentindo o sol e o vento no meu rosto. A parte mais complicada foi quando meu pai adoeceu, no interior do RS e precisou ser hospitalizado em Porto Alegre, e eu simplesmente não tinha como sair daqui. Pânico, medo, revolta. E depois aceitação”, confessa. O pai de Shanti, o músico Fughetti Luz, que mora em Tapes, tem Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), mas não teria se contaminado por Covid-19, segundo a filha.

Passados os dias mais pesados, agora Shanti diz que o país entrou na “Fase 2” da pandemia. “Vários serviços reabertos desde o dia 11, escolas primárias, e previsão de abertura de espaços culturais, como cinemas, bares ao ar livre e etc para 1º de junho. Mas com muitas regras e tudo muito experimental ainda. Se não der certo, se os casos começarem a subir novamente, voltamos para o começo”, alerta. O país estava perto de atingir os 45 mil casos nesta semana e já contava pelo menos 5.748 mortes. “Mas o primeiro ministro já avisou: ou as regras são cumpridas, ou voltaremos para o começo. Não temos a exigência de máscaras na rua, como em muitos países, mas não são permitidas aglomerações, como as que vi no jornal aí em Porto Alegre, no Gasômetro, por exemplo. E manter a distância de qualquer pessoa que não vive na mesma casa, contigo - de 1,5 metro é a regra básica aqui”, conta. “Eu não sinto alívio nenhum. Nenhum mesmo. Me alegra saber que os casos aqui na Holanda diminuíram bastante, e que o isolamento realmente funcionou, mas me assusta muito pensar que isso pode ser somente uma trégua, e conforme as coisas forem voltando ao normal, os casos voltem a subir novamente. Não acredito que a vida volte a ser como era, tão cedo. Aceitação, paciência, respeito ao próximo e resiliência é tudo o que precisamos agora”, recomenda.

Jornalista Fernanda Pugliero vivenciou a Covid-19 em Berlim. Foto: Arquivo pessoal

Por outro lado, a Alemanha talvez seja a nação que mais se manteve próxima da normalidade durante a pandemia. Ainda assim, isso não significa que a população não tenha assimilado a severidade do momento e que o governo ficado esperando uma solução cair do céu. Segundo a jornalista Fernanda Pugliero, 33, que deixou Porto Alegre em 2018 para residir e trabalhar com tecnologia em Berlim, o isolamento foi voluntário, inclusive com adesão do comércio. “O governo não proibiu ninguém de sair em nenhum momento, apenas recomendou que se evitasse sair e proibiu aglomerações. Mas o comércio todo fechou - com exceção de mercado e farmácia, e as empresas decretaram home office ou ‘kurzarbeit’ desde março”, explica. O kurzabeit é semelhante à medida que possibilita no Brasil de empresas reduzirem salários e jornadas de seus funcionários. Em colaboração às medidas de prevenção, Fernanda conta que se isolou no dia 9 de março. “Por quase 2 meses, só vi outras pessoas quando ia ao supermercado - e fiz isso poucas vezes porque estoquei alguma comida antes do isolamento começar, ainda em fevereiro, já que estava acompanhando a situação na China e outros países asiáticos desde janeiro”, acrescenta.

Com a queda nos números de casos, as coisas estão abrindo aos poucos, e há mais pessoas nas ruas. “A entrada em supermercados e outras lojas está sendo controlada. Só entra de máscara e apenas permitem uma determinada quantidade de pessoas dentro do estabelecimento ao mesmo tempo. Os restaurantes estão retomando, com atendimento ao ar livre, mas eu ainda nao pretendo frequentar”, se precavê. Neste momento, a jornalista até arrisca uma volta por jardins e parques próximos de sua residência. “Mas sempre respeitando o distanciamento, apesar de ter notado que nem todo mundo o respeita”, observa. De acordo com Fernanda, poucas coisas foram determinadas pelas autoridades alemãs e muito do que está acontecendo é consequência da compreensão da população. “Então, ao meu ver, é meio complicado de falar em abertura porque aqui nunca fechou oficialmente, sempre houve uma recomendação. Junção de mais de três pessoas estava proibido e sugeriram não sair na rua se não fosse necessário. Mas daí também vai de cada um né - porque aqui também não é perfeito. Sempre tem os que não acreditam, que não cumprem recomendação, que não se importam com os outros”, resume. No entanto, assim como na maioria das nações, a cautela ainda é algo muito importante de ser adotado tanto pela população como pelas autoridades.  “As pessoas estão meio acuadas de sair, até porque não voltou ao normal, só se está retomando. O governo ainda pretende observar por algum tempo o efeito da retomada e, se o número de casos voltar a aumentar, podemos voltar ao isolamento novamente. Eu não tô saindo na rua por decisão própria e não pretendo sair até a situação se estabilizar completamente”, recomenda.

 

A apreensão dos canadenses com os Estados Unidos

Luiza Mattos Albertini, 32 anos, arquiteta de Porto Alegre que mora em Toronto, no Canadá. Foto: Arquivo pessoal

Na parte norte do continente americano, os Estados Unidos foram o país mais impactado pela pandemia de Covid-19. Foram mais de 1,5 milhão de casos confirmados e de 90 mil mortes. No vizinho Canadá, uma situação mais sob controle permitiu que somente 79.112 de seus moradores se infectassem e quase 6 mil morressem. Um contraste enorme, o que deixou os canadenses apreensivos e fez com que as fronteiras com os norte-americanos permaneçam fechadas até o momento. “Isso influenciou foi mais os negócios. Pois muitas empresas daqui têm clientes lá e isso afetou bastante o mercado. Além disso, aqui no Canadá eles veem a América como um país fora da realidade, devido ao presidente que eles têm”, destaca a arquiteta gaúcha Luiza Mattos Albertini, 32 anos, que mora em Toronto, no Canadá.

Luiza lembra que a chegada da pandemia ao país foi devagar. Contudo, em meados de março a situação ficou mais preocupante. “Aí o governo começou a fechar negócios, deixando apenas as coisas essenciais, pedindo para as pessoas ficarem em casa. Muitas pessoas ficaram em casa. Passamos semanas e eu ainda estou em home office. Mas nas últimas, o número se estabilizou e a curva se achatou. Agora já está rolando mais flexibilidade. O governo está lançando a fase 2, abrindo cafeterias, por exemplo”, conta. Mas a arquiteta, que morava em Porto Alegre antes de ir pra lá, frisa que este recomeço também é feito de forma gradual e isso significa que algumas medidas ainda persistem. Bares, restaurantes, assim como as cafeterias, estão atendendo em por “delivery” ou na modalidade de “take-away”, que significa entrega e “leve embora” em português. Os supermercados também estão limitando o acesso de clientes.

Com a primavera terminando e o verão prestes a começar, Luiza vê um certo otimismo, ainda que tímido, que combina com a retomada de algumas atividades e possibilidades. “Neste último final de semana, eles fecharam as ruas para que as pessoas andassem com segurança, em distanciamento de dois metros entre um e outro”, ressalta. Também tem predominado, pelo menos na comunidade onde ela mora, um “senso de comunidade e espírito de fazer, com todo mundo junto”, em que eles promovem apresentações musicais e agradecem com palmas e panelaços aos “exceptional workers”, que são os trabalhadores essenciais, que vão desde a turma que está nos hospitais até àqueles que atuam em supermercados, por exemplo. “Hoje em dia está tendo um fundo de esperança, das pessoas se sentirem mais confiáveis e se acostumando com a rotina, vivendo uma vida mais básica. Também entrando o verão, o humor das pessoas muda. O que o pessoal tinha de preocupação, agora estão se soltando, ficando mais confortáveis, com esperança de de que logo vai acabar”, acredita.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895