Nas UTIs contra a Covid-19

Nas UTIs contra a Covid-19

Acostumados a lidar com estresse e pressão, trabalhadores revelam a tensão nos hospitais, o aumento da demanda por leitos de unidades de terapia intensiva e a importância da capacitação constante para lidar com um inimigo invisível

Por
Felipe Samuel

O avanço do novo coronavírus em todo planeta e os efeitos da transmissão em massa ainda representam um grande desafio para a humanidade. A confirmação dos primeiros pacientes diagnosticados com a doença no Rio Grande do Sul, em 10 de março, e a necessidade de contar com estrutura adequada para atendimento nas principais cidades gaúchas alteraram a rotina dos profissionais da saúde. Acostumados a lidar com estresse e pressão diários, trabalhadores que atuam na linha de frente no combate à Covid-19 revelam a tensão provocada pela chegada do vírus ao Estado, o aumento da demanda por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a importância da capacitação constante para lidar com um inimigo invisível. Durante três tardes, a equipe de reportagem do Correio do Povo acompanhou o trabalho de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas do Grupo Hospitalar Conceição (GHC).

Além de detalhar as mudanças provocadas no dia a dia desses profissionais com o surgimento da Covid-19, a reportagem ouviu o relato de pacientes e familiares sobre as dificuldades enfrentadas para superar a doença, como o impacto psicológico causado pela confirmação do diagnóstico e os dias de isolamento dentro do hospital. 

"Oxigenação vai baixando e a gente não percebe"

É o caso do engenheiro Michal Oroczko Neto, 37, que no início de abril, após apresentar sintomas de febre, dor nas costas e indisposição estomacal, decidiu procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Com suspeita de problema gastrointestinal, recebeu soro e voltou para casa. Sem conseguir se alimentar direito nos dias seguintes, retornou ao local e fez exames de raio X, sangue e urina. De lá seguiu direto para internação em setor específico para pacientes com suspeita de Covid-19. O diagnóstico deu positivo para a doença. “Os primeiros dias foram difíceis porque foi muito remédio”, revela.

Ele afirma que no começo não sentia falta de ar, apesar de os médicos garantirem que “estava oxigenando” pouco. Após dez dias internado, Oroczko teve alta no dia 27. "A oxigenação vai baixando e a gente não percebe. Me senti bastante cansado, até por estar muitos dias desidratado. A parte pulmonar, pelo que vi, é bem sorrateira, tem que estar muito atento porque não se percebe que começa a faltar ar”, observa. Durante o período de isolamento no hospital, onde são proibidas visitas a pacientes com diagnóstico de Covid-19, o aparelho celular foi a alternativa encontrada para atenuar a saudade da esposa Harue e da família. “Falávamos todos os dias, várias vezes se possível, em grupos de amigos, colegas, irmã, mãe, pai, tias. A família é muito unida. As chamadas com meu sobrinho Henrique, de 1 ano e 4 meses, com ele se divertindo em casa, eram o melhor momento”, relembra.

Para Oroczko, a Internet e o contato por videochamadas com a família são fundamentais nesse processo, principalmente nos casos envolvendo idosos. “As operadoras de telefonia deveriam garantir o contato com a família e ajudar nesse processo nos hospitais. É o que nos liga ao que ficou lá fora e nos espera.” Antes de receber alta, ele relata que ajudou um colega de quarto, com mais de 70 anos, a se comunicar com a família. Dias depois, o homem perdeu a batalha para doença. “É uma questão de saúde pública mental. Eu ainda tenho condições financeiras de melhorar o plano ou comprar crédito, mas imagina quem não tem”, justifica. Ele faz questão de elogiar a equipe de enfermeiros, “nota 10”, e o atendimento recebido no Sistema Único de Saúde (SUS). “É estranho, leio as notícias e fico pensando se o país está entendendo o recado. Aqui a melhora é feita pelas pessoas que te cuidam e elas são o que importa. Falam mal do SUS, mas apenas a questão de infraestrutura ‘pega’ porque o pessoal é comprometido”, reforça.

 Aos 69 anos, o aposentado Lauro Riff Viegas vai ter motivos de sobra para celebrar o aniversário de 70 anos, comemorado no próximo dia 19. Após dez dias internado, Viegas conseguiu superar a Covid19. Ao apresentar quadro gripal no começo do mês, decidiu procurar atendimento no Hospital Regional de Guaíba, na Região Metropolitana, onde recebeu diagnóstico de pneumonia. O que era para ser um alívio acabou se transformando em outro problema. Viegas, que também sofre de pressão alta, teve reação a um anti-inflamatório. Com isso, a família optou por trazê-lo para a Capital. No hospital, testou positivo para o novo coronavírus e foi encaminhado para a UTI, onde permaneceu por um dia. “A solidão é a parte mais difícil durante isolamento. Passa muita coisa na cabeça”, resume. Na segunda-feira, ao receber alta do hospital, Viegas ganhou os aplausos da equipe de enfermeiros na saída do setor de internação, em uma cena que se tornou rotina.

Conduzido em uma cadeira de rodas pelo filho Renato, retribuiu o carinho com aceno aos profissionais. “Essa doença não é brincadeira”, alerta. Ao desembarcar em casa, no bairro Sans Souci, em Eldorado do Sul, Viegas foi recepcionado pela esposa Maria Tereza e pela filha Márcia, que cuidou da mãe durante parte do período em que ele esteve hospitalizado. Feliz por retornar ao convívio familiar, mas ainda com um pouco de tosse, Viegas garante que tem vontade de fazer duas coisas: comer e dormir. Márcia, que também sofre de pressão alta, revela que temeu pelo pior quando teve a confirmação de que o pai tinha contraído a doença. “É um susto, todo mundo já estava apavorado. E não tinha como ir lá, falávamos apenas por telefone”, observa. Ela garante que nenhum integrante da família apresentou sintomas da doença. “Ninguém sabe como ele pegou. Pode ter sido quando saiu para ir ao banco no começo do mês para receber o salário”, explica.

"A primeira impressão que tem é que vai morrer"

Jucilaine Guilherme da Silva, 36, é outro exemplo de superação. A dona de casa, que reside em Capão da Canoa, no Litoral Norte, encarou praticamente um mês de isolamento após ser diagnosticada com Covid-19. Ficou assustada ao tomar conhecimento do resultado do exame. “Não imaginava que seria tão difícil, quando a gente recebe a notícia que tem coronavírus a primeira impressão que tem é que vai morrer”, afirma. Na segunda quinzena de março, ao sentir dor de garganta e dificuldade para engolir, ela procurou um hospital da cidade. O médico avaliou que não havia inflamação na garganta. Insatisfeita, buscou atendimento em outro local, onde acabou medicada. O remédio, no entanto, não surtiu efeito e o marido Enito Ricardo optou por levá-la ao Conceição. Jucilaine, que também sofre de lúpus, uma doença inflamatória autoimune, deu entrada na emergência, onde passou por hemodiálise e testou para novo coronavírus. Em seguida, foi isolada no setor de internação reservado a pacientes com suspeita da doença. 

Além do isolamento necessário da família, ela reforça que o pior momento é a confirmação da doença. “Por causa do lúpus, tenho problema de coração. Então ali eu me vi morta”, lembra. No período em que ficou internada, recorreu a chamadas de vídeo para aplacar a saudade da família. Na saída do setor de internação, o marido Enito, que é serralheiro, aguardava ansioso pela liberação da esposa após quase 30 dias de internação. O sacrifício para ajudar na recuperação da mulher envolveu viagens diárias à Capital, quando levava roupas e outros pertences da esposa. Enito lembra que o casal ainda ajuda a criar o neto Valentim, de um ano e três meses, e destaca que a mulher é o alicerce da família. “Do jeito que eu trouxe ela pensei que não ia levar de volta (para casa). Ela estava com falta de ar e não comia nada havia quatro dias, passava na cama tomando soro”, relembra. Ainda sem saber como pode ter ocorrido o contágio, ele observa que o primeiro exame da esposa deu negativo. A confirmação veio apenas no segundo teste. 

Segundo Jucilaine, a experiência deixou marcas importantes. “Isso vai mudar a minha vida. A gente aprende a dar valor para muitas coisas”, avalia. Aliviada por estar de volta ao lar e na companhia da família, ela alerta que as pessoas precisam adotar medidas preventivas para impedir a propagação da doença. “Evitem estar perto, porque depois quem sofre é a gente aqui dentro, sozinha, isolada, longe da família. Não custa se cuidar um pouquinho.” 

"A gente não consegue enxergar um fim"

Do Centro de Triagem à UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição, o que se percebe é o esforço redobrado dos funcionários para tentar manter os cuidados com a higienização dos locais e o manuseio de equipamentos de proteção de individual (EPIs). Coordenador médico da UTI adulto do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Luis Gustavo Marin afirma que o maior desafio dos profissionais de saúde é encontrar “as respostas” para uma doença que tem menos de seis meses. Apesar de considerar o novo coronavírus um “evento único”, Marin observa que a saúde já passou por situações com alto grau de complexidade e de necessidade de mudança na rotina dos hospitais. “Em 2009, houve a epidemia de H1N1. Inclusive como resposta à epidemia, esse prédio foi disponibilizado pela necessidade de incremento de leitos à época. Depois aconteceu o incidente na (boate) Kiss, que obrigou a modificação na abertura de leitos da noite para dia, mas era uma situação que tinha início, meio e fim. O que gente não consegue enxergar agora é o meio e o fim.” 

Para dar conta do aumento da demanda por leitos - em um turno de 18 horas ingressaram 9 pacientes na UTI -, Marin explica que foi necessário criar duas UTIs: uma para pacientes suspeitos e confirmados e outra para casos usuais que continuam chegando. No setor destinado a pacientes suspeitos de Covid-19, no dia 16 pelo menos 20 pacientes ocupavam os leitos, de um total de 29. Além de intensificar os treinamentos da equipe, toda rotina de trabalho foi revisada, desde quando o paciente chega na UTI até o manuseio do lixo produzido dentro de uma unidade. Marin reconhece que lidar com os problemas de saúde dos pacientes decorrentes da Covid-19 ainda é o maior desafio dos médicos. “Quando recebemos um paciente com enfarte, temos uma ideia do que acontece, o que vai acontecer, quais são as opções de tratamento, o que funciona e o que não funciona e o que fazer com o paciente. Aqui a gente ainda não tem todas essas respostas porque o evento é muito novo, a doença não tem seis meses. Ainda temos muito mais perguntas do que respostas.” 

Profissionais da saúde têm medo da doença

À medida que especialistas vão adquirindo conhecimento sobre a doença a partir de comprovação científica, as informações são repassadas ao corpo técnico. “Às vezes a gente nem terminou de treinar a equipe e já está na hora de revisar o que precisa ser modificado. Tem esse desafio que acontece praticamente todos os dias”, revela. Lidar com angústias e ansiedades também faz parte do dia a dia de Marin, cuja equipe conta com mais de 380 profissionais. Ele afirma que muitas vezes precisa conter conflitos diários para garantir que as pessoas possam trabalhar da melhor forma possível. “Por mais que todos estejamos acostumados a andar muito próximo de pacientes que falecem, que é o lugar onde estão os pacientes mais graves do hospital, a gente também é de carne e osso, tem sentimentos, a equipe tem sentimento, isso às vezes pesa muito. Os profissionais têm medo da própria doença.”

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, nos Estados Unidos, mais de 3,1 milhões de pessoas - de 180 países - contraíram a doença e pelo menos 215 mil perderam a vida. É esse cenário que preocupa Marin. Ele reconhece que à medida que os profissionais têm mais contato com casos envolvendo a Covid-19, o medo vai diminuindo. Mas alguns chamam atenção até mesmo de quem está acostumado a tratar de casos graves. Como o Ministério da Saúde recomenda que os falecidos devido ao novo coronavírus sejam enterrados com o caixão fechado para evitar risco de transmissão, muitos familiares e amigos ficam impedidos de ver pela última vez o ente querido. “Às vezes fico muito chateado, me coloco no lugar daquela família, que ia querer ver pela última vez um familiar. A partir do momento que o corpo sai da unidade não tem mais contato com ninguém. Isso abate muito a equipe.”

Cuidado redobrado com EPIs

A enfermeira Raquel Cristina Somensi Lazzari, 41 anos, trabalha na UTI do Conceição desde 2012. Ela lembra que os primeiros dez dias de trabalho envolvendo pacientes suspeitos de contrair o novo coronavírus “foram tensos” em função da falta de conhecimento sobre os cuidados específicos. Apesar de contar com informações de casos na Europa e na Ásia, Raquel observa que os protocolos de cuidados são diferentes de um país para outro. “A gente não tinha muita referência com base nos protocolos que a gente tem instituídos aqui no Conceição”, frisa. Em um primeiro momento, houve adaptação para enfermagem, equipe médica e multiprofissional, especialmente sobre quais cuidados devem ser adotados na paramentação e a desparamentação de equipamentos de proteção individual (EPIs). “Há relatos de outros países de que esse era o momento de maior risco de transmissibilidade do vírus.” 

Ao completar um mês de atendimentos na UTI, ela explica que os profissionais da saúde já conseguem observar como ocorre a evolução dos pacientes. “Em um primeiro momento, foi muito tenso para toda equipe, para a gente saber o que fazer, como fazer, quando fazer, de uma forma que a gente pudesse nos proteger e prestar atendimento adequado ao paciente naquele momento, era novidade para nós”, detalha. No que diz respeito à paramentação, foi necessário fazer uma atualização do protocolo, uma vez os profissionais ficam praticamente confinados no setor de UTI. Com o tempo, as pessoas que trabalham no local adquiriram confiança. “Também tinha muito medo em relação ao quanto de transmissibilidade vai ter para a equipe de saúde, o quanto vamos estar seguros para fazer paramentação e desparamentação de forma correta a nos proteger e não desassistir o paciente”, avalia. 

Transmissibilidade preocupa

De acordo com Raquel, os ajustes no protocolo de atendimento contribuíram para um ambiente de trabalho mais tranquilo. “A gente está trabalhando em um ambiente, embora restrito, isolado, que tem algumas limitações. Não podemos entrar e sair do ambiente porque isso exige uma desparamentação e paramentação. Então a gente toma alguns cuidados, como não tomar muita água, que parecem besteira, mas que a gente foi percebendo ao longo do tempo”, frisa. “Estamos trabalhando agora com mais segurança, respeito, menos histeria. Está tudo sob controle no nosso cuidado em relação à assistência ao paciente, mas é uma experiência nova para todo mundo”, completa.

Na avaliação da enfermeira, a transmissibilidade do novo coronavírus tem sido o maior problema, embora o percentual de óbitos se mantenha em níveis reduzidos. “A nossa maior preocupação no momento é evitar a transmissibilidade aqui dentro da UTI. Nossa paramentação e todo cuidado é no sentido de evitar transmissibilidade de um paciente para outro e para nós”, salienta. Ela garante que as medidas adotadas tanto dentro quanto fora do hospital estão muito ‘mais refinadas’ agora. “Hoje esse cuidado está redobrado por tudo que está acontecendo. Todo mundo tem os seus em casa e todos temos medo de sermos vetores, sermos assintomáticos e estarmos transmitindo isso para nossos familiares”, alerta.

Sobre as consequências da Covid-19 no organismo dos pacientes, ela observa que muitos acabam necessitando de ventilação mecânica por um período mais prolongado do que as pneumonias comuns. “Embora seja um vírus, acaba fazendo lesão pulmonar e acarretando em pneumonia e síndrome respiratória aguda. E as causadas por outros microorganismos normalmente não precisam de ventilação mecânica por longo período”, explica. Outro ponto destacado é que quanto mais cedo se inicia o tratamento adequado, menor é o tempo de ventilação mecânica. Os pacientes que acabam internados na UTI com suspeita da doença permanecem sendo tratados como Covid-19. “Só saem daqui se resultado vier negativo”, destaca.

Covid-19 muda cuidados

Com a pandemia do novo coronavírus, o hospital também reservou parte do setor de enfermagem para casos suspeitos ou que testaram positivo para a doença. A chegada dos pacientes também provocou mudanças no dia a dia dos profissionais de saúde. É o caso da enfermeira Raquel Maria Sá Bittencourt, 45, que percebeu a necessidade de se adaptar aos novos protocolos. “Tem muitas coisas mudando muito rápido, a gente acaba recebendo vários treinamentos. O que posso dizer é que pensamos em trabalhar com calma e serenidade para não esquecer nenhuma etapa dos paramentos que a gente põe. Em todos os atendimentos, precisamos nos proteger para atender bem e com proteção para nós”, avalia.

Ela ressalta que a maioria dos pacientes que são encaminhados para o setor fez teste e vem da emergência ou da UTI. Os que deram positivo para doença ficam até melhorar. Mas é preciso preparo técnico e psicológico para lidar com mudanças repentinas provocadas pela ação do vírus no organismo dos pacientes. “A gente sabe que, assim como ele está bem, pode ficar mal. Temos que estar preparados para o pior”, ressalta. Como ficam isolados da família, muitos pacientes acabam sofrendo com a solidão. E o papel dos profissionais da saúde ganha importância. “Eles ficam sem receber visitas o dia inteiro, tem gente que não tem acesso a celular. Um deles relatou que não tinha mais como fazer videochamada porque acabou o plano de Internet”, relata. “Quando o paciente diz para mim que ele se sente muito bem atendido, este é meu maior presente”, afirma.

Usuários procuram triagem sem apresentar sintomas

Para tentar conter a expansão do novo coronavírus, desde 30 de março está em funcionamento a Central de Triagem Covid-19. As pessoas que apresentam sintomas da doença, inclusive funcionários do hospital, são encaminhadas ao local para exames preliminares. Na entrada, funcionários devidamente paramentados com EPIs dão as primeiras orientações para quem busca atendimento. Álcool em gel e máscaras também são disponibilizadas para quem acessa o local. Uma dezena de cadeiras, limpadas com frequência, compõe a entrada da triagem. São quatro consultórios, uma sala de estabilização, uma sala de classificação de risco, com dois classificadores, e uma ambulância para transporte à disposição dos usuários.

Quem apresenta sintomas graves da doença e necessita de internação é direcionado para o hospital, localizado a menos de 200 metros. A enfermeira Vanessa Oreda Maciel, 37, é uma das funcionárias que trabalham na triagem. Há oito anos no GHC, ela afirma que profissionais da saúde do hospital e demandas espontâneas correspondem à maioria dos atendimentos no local. Vanessa alerta que muitas pessoas, apesar de não apresentarem sintomas, procuram a triagem na expectativa de fazer a coleta para o novo coronavírus. “Isso a gente não disponibiliza aqui. A gente coleta de quem vai internar, os que vêm com casos pouco mais graves ou funcionários da saúde”, observa.

Em média, são realizados 70 atendimentos por dia, dos quais cinco acabam precisando de internação. “Nunca chegou a lotar, temos uma sala que é de estabilização para paciente que chega um pouco mais grave. Já precisamos utilizar, mas a ambulância para ir ao hospital é bem rápida”, explica. Quem apresenta sintomas típicos de síndrome gripal, como febre, tosse, dor de garganta, faz teste em que se utilizam cotonetes médicos do tipo swab para a coleta de amostras do fundo do nariz ou da garganta. “Os pacientes que vão internar saem com teste já feito”, destaca. Ela explica que os exames são encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS) e o resultado leva até sete dias.

Porém, mesmo com os cuidados de higiene adotados, até o final de abril, 46 profissionais do Hospital Nossa Senhora da Conceição testaram positivo para Covid-19. Eles foram orientados a fazer tratamento domiciliar.

 

 

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895