Sucessão tranquila

Sucessão tranquila

Liberdade, compromisso social e segurança econômica são atrativos para jovens que acompanham os pais nas feiras

Por
Nereida Vergara

Além de oferecer alimentos frescos e facilitar o convívio entre os agricultores e os consumidores urbanos, as nove feiras de produtos orgânicos que ocorrem todas as semanas em diferentes áreas de Porto Alegre apontam para a perspectiva de sucessão familiar no segmento, que consegue enfrentar com mais leveza este tema que preocupa produtores de todos os tamanhos e áreas e para o qual ainda existem muitas perguntas a serem respondidas.

É bastante comum entre as famílias agroecologistas que atuam nas feiras da Capital – algumas há mais de 30 anos –, o interesse dos jovens pela atividade dos pais, não como uma obrigação a qual estão sujeitos, mas como uma opção entusiasmada, que leva em consideração aspectos como segurança econômica, compromisso social, filosofia de vida, liberdade e felicidade.

Muitos dos agricultores que atuam em feiras como as da Avenida José Bonifácio, no bairro Bom Fim; da sede da Secretaria da Agricultura, no Menino Deus; ou do bairro Três Figueiras, entre outras, cresceram neste ambiente e criaram vínculo com outras famílias agroecologistas e com os consumidores.

Franciele Bellé, 26 anos, coordenadora da Associação dos Agricultores Ecologistas, que comanda uma das duas feiras que ocupam a José Bonifácio todos os sábados, frequenta o ponto de comercialização desde a infância. Hoje, já é responsável por parte significativa dos negócios da família, estabelecida em Antônio Prado (leia mais na página central), na Serra, onde produz hortaliças, frutas, sucos e flores, entre outros itens. “O que me faz acreditar que a sucessão tem melhores chances nas famílias agroecológicas é que é um tipo de organização diferente da agricultura tradicional, mais disposta a inclusão dos jovens nas decisões”, pontua. Fran, como é conhecida na feira, ressalta que para manter um jovem na propriedade é necessário muito mais do que ter conexão com a internet. “É preciso romper com a estrutura patriarcal comum no campo e com a concentração de renda em um único membro da família (em geral, o pai); desta forma o jovem vê valor no seu trabalho e entende que tudo que os jovens da cidade têm ele também pode ter”, analisa.

O professor da Faculdade de Economia e do Programa de Pós-Graduação de Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Glauco Schulz, observa que a sucessão rural é um assunto que tem estudos em andamento, mas nenhuma “fórmula” que garanta que um jovem vai querer seguir os passos do pai agricultor, a quem viu trabalhar a vida toda, de sol a sol, numa atividade pesada e nem sempre com os melhores resultados. “A observação nos leva a pensar que não basta ter um negócio bem sucedido para o jovem se interessar”, diz.

Schulz concorda com Franciele que o rompimento com o patriarcado é um dos diferenciais na sucessão entre as famílias agroecológicas, mas ressalta que influenciam de forma determinante na atividade os princípios que deram origem a este tipo de produção rural. “A agroecologia tem um caráter questionador, que propõe o resgate do agricultor no processo produtivo, que prioriza o diálogo e o respeito à diversidade e à coletividade”, frisa. Para o professor, tudo isso faz diferença no funcionamento dessas famílias e na postura dos jovens, que acabam tendo admiração pelo trabalho desenvolvido pelos pais e assumem um compromisso, em última análise, com a natureza e a sustentabilidade.

O Rio Grande do Sul é o Estado que mais tem empreendimentos rurais certificados como orgânicos. O agrônomo da Emater/RS-Ascar, Ari Uriartt, indica que são cerca de 3,5 mil estabelecimentos do gênero em solo gaúcho, colocando o Estado à frente do Paraná e de São Paulo, conforme o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Uriartt esclarece que não há estatísticas sobre o volume de orgânicos produzidos no Rio Grande do Sul, mas afirma que se trata de um segmento em crescimento permanente. “É uma produção muito diversificada, o que dificulta o cálculo”, explica. “Mas nunca parou de crescer e alguns setores, como o de frutíferas, cresceram ainda mais”, completa, citando o exemplo da uva, banana e cítricos.

A maioria dos produtores que participam das feiras de orgânicos de Porto Alegre vem do interior, sobretudo da Serra e Litoral. Na Capital, 42 famílias têm a certificação, correspondendo a 10% dos estabelecimentos rurais do município. Uriartt sustenta que a feira, como meio de comercialização, incluiu e valorizou a presença do jovem, o que justifica uma tranquilidade maior na sucessão dentro dessas famílias. “É um negócio com mercado seguro, até mesmo a pandemia comprovou isso, e há muitos registros de jovens que chegaram a sair para trabalhar em outra atividade e hoje estão voltando atraídos pelos bons resultados”, conclui.

 

Com a feira no coração

Herdeira da Família Bellé frequenta a feira de orgânicos do bairro Bom Fim, em Porto Alegre, desde a infância e afirma que quer repassar o aprendizado que teve aos três filhos

Franciele, ao centro, com a mãe, Aldaci, e a cliente Bruna Oliveira. No detalhe, com a caçula dos três filhos, Roberta, que hoje tem cinco anos. | Foto: Crédito: Francielle Bellé/Arquivo Pessoal

Filha única, Franciele Bellé, com apenas 26 anos, já é veterana na condução do negócio familiar iniciado pelos pais, Aldaci e Nélio, e que hoje tem a marca Bellé-Alimentos Agroecológicos. Estabelecidos em Antônio Prado, os Bellé participam da Feira de Agricultores Ecologistas desde de sua fundação, no final da década de 1980, e hoje oferecem cerca de 400 produtos entre frutas, hortaliças, sucos e flores variadas. Segundo Franciele, a frequência na feira começou ainda quando estava na barriga da mãe, e se prosseguiu durante toda a infância, num aprendizado permanente sobre a importância do trabalho e o respeito à coletividade. Na feira, a agricultora afirma ter conquistado irmãos que não teve e amigos para toda a vida. “É algo que está ligado ao meu coração, por isso jamais cogitei não dar seguimento à história do pai e da mãe”, orgulha-se.

A jovem tomou seu lugar na feira a partir dos 17 anos e hoje, nove anos depois, alterna com o pai e a mãe a presença aos sábados, no espaço de comercialização de alimentos orgânicos da Avenida José Bonifácio, em Porto Alegre. Mãe de três filhos, de 8, 7 e 5 anos, Franciele coordena a Associação dos Agricultores Ecologistas e iniciou a faculdade de Nutrição há um semestre. Ela ressalta que a alegria de saber que está entregando à sociedade alimentos saudáveis e sem qualquer veneno é uma das razões principais para prosseguir com os empreendimentos da família. Não nega, também, que o espaço de convivência com outros feirantes e com os consumidores urbanos torna a atividade estimulante. “Estabelecemos, por anos, uma relação de confiança com nossos clientes”, diz.

Franciele afirma que a feira é uma ponte entre o campo e a cidade, em especial no caso dos alimentos orgânicos, hoje um mercado promissor. “Acho que as pessoas que nos conhecem entendem o valor do que fazemos”, reflete. Além do reconhecimento, ela aponta o resultado financeiro como um grande estímulo aos jovens que cresceram na feira para suceder os pais. “Podemos ter a vida que qualquer jovem tem, com acesso a tudo, e a liberdade de sermos os nossos próprios patrões”, relata. “É a vida que todo jovem almeja na cidade, só que no campo”, complementa.

A agricultora acredita que a família viverá, com seus filhos, a terceira geração de feirantes agroecológicos. Ela lamenta não poder levá-los com frequência à feira por conta de uma decisão do Ministério Público, em vigor há alguns anos, que considerou a presença de crianças no local como trabalho infantil. “Na propriedade, eles estão crescendo e já nos ajudando, mas é uma pena que percam a chance de vivenciar o que eu pude no espaço da feira”, completa Franciele, convicta de que os filhos irão ajudar na banca da família tão logo tenham a idade tida como aceitável.

 

Irmãos têm história para preservar

Pedro, com as filhas Amanda e Amélia (de óculos) e a esposa, Margarida, produzem frutas em Farroupilha. | Foto: Crédito: Pedro Lovatto/ Arquivo Pessoal

As irmãs Amanda e Amélia Lovatto, respectivamente de 25 e 24 anos, trabalham juntas para dar sequência ao empreendimento dos pais, Pedro e Margarida Lovatto, em Capela São Luiz, no município de Farroupilha. Ambas têm curso superior concluído e, segundo o pai, foram de fundamental importância para a família levar seus negócios para o meio digital durante a pandemia. “Graças à ação delas conseguimos comercializar e entregar os nossos produtos aos consumidores”, resume.

O empreendimento de Farroupilha participa da feira da Avenida José Bonifácio desde 1994 expondo e vendendo frutas vermelhas como amora, mirtilo e framboesa, além de pêssego, caqui e figo. Os produtos são comercializados in natura, congelados ou processados na forma de geleias pela agroindústria familiar.
Amanda, que é agrônoma, trabalha na administração da agroindústria, e, fora do empreendimento, na certificação de produtos orgânicos. Amélia, graduada em Letras e com mestrado em andamento, se ocupa, entre outras coisas, com as mídias sociais.

É Amélia quem diz que ela e a irmã têm uma história a preservar. “Uma história bonita, que vem desde o meu avô”, afirma, garantindo que e não existe qualquer cogitação de não dar continuidade ao cultivo, processamento e venda das frutas. Amélia também atribui a inclusão dela e da irmã nas atividades da família, desde cedo, como a chave do processo de sucessão. Entre os projetos de Amélia está a criação de uma escola ambiental dentro da propriedade rural de Capela São Luiz.

 

Liberdade de escolha

Maurício e Marina, com a mãe, Cláudia, na infância e hoje, buscaram carreiras paralelas, mas sem perder de vista a feira. | Foto: Edson Marcelo Garcia / Divulgação

Há mais de 30 anos na feira da Avenida José Bonifácio, a agrônoma e agricultora Cláudia Bos Wolff, de Viamão, viu os dois filhos, Marina, de 22 anos, e Maurício, de 20, crescerem naquele espaço de convivência. A família produz ovos, mel, frutas e hortaliças e tem a preferência de muitos consumidores com os quais construiu um “relacionamento”. De acordo com Cláudia, o negócio familiar evoluiu ao longo dos anos. “Fomos aprendendo, desenvolvendo tecnologias e melhorando nossa produção”, diz ela. Para a feirante, a produção agroecológica se consolidou ao longo dos anos como um trabalho que valoriza quem trabalha e quem consome, sem “enganar o consumidor”.

Cláudia acredita que trabalhar com princípios que norteiam a qualidade e a responsabilidade daquilo que se vende certamente atrai o jovem, mesmo que seja para contribuir para a propriedade numa carreira profissional paralela. Marina estuda Design de Produto, enquanto Maurício está no curso de Relações Públicas. A mãe destaca que os filhos trabalham na limpeza e classificação dos ovos, principalmente, mas têm ajudado muito no desenvolvimento do visual dos produtos e da banca e no uso de mídias sociais, opção que foi de fundamental importância para enfrentar as dificuldades da pandemia de coronavírus durante 2020.

Marina é taxativa ao dizer que “não existe não trabalhar na propriedade ou na feira”, coisas que tem o significado de família. Mas confessa apreciar a liberdade de escolha, que lhe permitirá ter uma carreira onde fará o que acredita e, ao mesmo tempo, seguir colaborando com aquilo que a mãe e o pai, Edson Marcelo Garcia, construíram. “Por certo será uma relação diferente da deles com o negócio da família, mas não temos qualquer dúvida de que vamos levar adiante”, assegura.

 

Empreendedor desde os 8 anos, o jovem Stefanoski quer “é ser feliz”

Tiego, de 17 anos, aprendeu com os pais, Cristiane e Vilson, a valorizar a alegria do trabalho na agricultura e diz ter encontrado na propriedade da família, em Cerro Grande do Sul, aquilo que quer para o futuro. | Foto: Cris Stefanoski/Arquivo pessoal

Cristiane Stefanoski e o marido Vilson dividem com mais dois familiares uma propriedade rural em Cerro Grande do Sul. Eles frequentam há quase duas décadas o espaço de comercialização de orgânicos da Avenida José Bonifácio e também a feira do bairro Menino Deus, que ocorre aos sábados e quartas-feiras, no pátio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). A família produz raízes como cenouras e batatas, além de tomates e morangos. Cristiane e Vilson criaram o único filho, Tiego, hoje com 17 anos, inserido no trabalho, da plantação até a feira. Ensinaram ao menino, desde cedo, a importância e o valor do que desenvolveram e a ter autoestima em relação à profissão de agricultor. “Nós sempre dissemos para ele o quanto era importante estudar, ter conhecimento, mas nunca achar que o agricultor é o burro da história, que não sabe nada e que seu trabalho vale menos”, conta Cristiane.

Aos oito anos, relembra a mãe, Tiego reuniu todas as suas “economias” e investiu numa estufa para plantar tomate-perinha e dente-de-leão. A produção foi levada à feira e vendida para consumidores com quem o menino gostava de interagir.

Quando entrou na adolescência, o garoto, que também pensava seguir a carreira de jogador de futebol, teve uma “fase de preguiça”, segundo a mãe. Foi aí que ela e o esposo decidiram pagar Tiego por hora trabalhada, como qualquer outro agricultor. “Foi uma mudança visível desde então”, comemora ela, que diz ter percebido evoluções muito importantes no rendimento de Tiego.

Um tanto desconfortável com as limitações de uma sala de aula, Tiego decidiu ser, desde sempre, um bom aluno, para resolver logo a questão dos estudos e fazer aquilo que quer. Em 2021, faz o último ano do Ensino Médio e diz não pretender cursar faculdade. “Quero sempre conhecer mais para melhorar a nossa produção, fazer cursos técnicos e me aprimorar”, adianta o jovem, com uma desenvoltura surpreendente para quem tem fama de tímido.

Herdeiro da propriedade Stefanoski, junto com a prima Caroline, filha do tio, sócio de seu pai, Tiego tem certeza de ter encontrado na produção de orgânicos o que realmente almeja como profissão. Ele invoca a história dos pais, que construíram o patrimônio que têm hoje partindo do nada e que nunca reclamaram do trabalho, mesmo nas fases difíceis. “Nunca vi o pai e a mãe infelizes, sempre vi alegria no que eles fizeram e fazem”, salienta Tiego, para questionar: “Por que eu não iria seguir o que criaram e ser feliz também?”

 

Espelho dos pais

Criado em uma área de assentamento, em Nova Santa Rita, Sandino Nunes afirma que o pai, Olair, é seu modelo para a vida e estímulo para prosseguir no negócio familiar

Sandino integra família que está entre as pioneiras no cultivo de orgânicos em assentamentos. | Foto: Sandino Nunes/Arquivo Pessoal

Sandino Argolo Nunes, de 31 anos, divide com o pai, Olair, o trabalho em um lote do assentamento Itapuí, no município de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A família produz mais de 30 alimentos, com diversos tipos de hortaliças, os quais são vendidos na Feira Agroecológica do Menino Deus e em postos de abastecimento em Canoas. Sandino e as irmãs, Maíra e Jaqueline, sempre estiveram envolvidos com as atividades da família. As duas mulheres hoje têm negócios próprios ligados à produção orgânica, mas o rapaz segue na parceria com o pai.

“Os filhos se espelham nos pais, com eles eu aprendi tudo e só saber que produzimos comida saudável, sem envenenar o ambiente, é o bastante para querer continuar o que o pai começou”, sustenta Sandino. Ele afirma amar o que faz e demonstra disposição para ter a lida da feira e do plantio como profissão. Ressalva, também, que esta escolha lhe deu autonomia de trabalhar quando precisa, sem dar chances à má vontade. “Não presta ir para a horta com raiva”, observa o agricultor, que tem uma filha de dez anos, a quem já apresentou o mundo da feira.

Olair lembra que chegou ao assentamento em 1988, antes de Nova Santa Rita se emancipar de Canoas, em 1992. Relata que levou dois anos para conseguir ingressar no plantio de orgânicos, mas que, nos anos 90, junto com outras famílias do assentamento, iniciou a produção sem uso de defensivos.
“Fomos pioneiros entre os assentados a nos organizar neste tipo de agricultura e os primeiros a vender alimentos orgânicos na Expointer”, recorda, referindo-se ao início da participação da agricultura familiar na exposição de Esteio, em 1999.

 

Estabilidade financeira é um atrativo para os jovens

Os dois filhos de Antônio Bays, Igor e Lucas, de 25 e 28 anos, acompanharam os pais à feira de orgânicos realizada aos sábados no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, desde crianças. A família, com propriedade em Pareci Novo, no Vale do Caí, produz frutas, especialmente cítricos, e hortaliças. Bays diz que sempre estimulou os rapazes a seguirem o trabalho dele, que também sucedeu os pais, hoje na casa dos 80 anos, na propriedade. Embora sempre tenham ajudado nas lides do campo, Igor e Lucas já saíram para buscar alternativas fora da agroecologia. Lucas chegou a exercer a profissão de caminhoneiro, mas há pouco tempo decidiu voltar e ajudar Antônio a tocar o negócio.

“Ele reconheceu que esta é uma atividade na qual somos donos de nós mesmos, que dá retorno garantido para a produção orgânica, com bom rendimento financeiro”, explica o pai. O agricultor aponta que a parceria com o filho ajudou bastante durante a pandemia, uma vez que Lucas assumiu o serviço de entregas nas residências dos consumidores. Bays observa que a decisão da família, no passado, de direcionar seus interesses para a agroecologia, foi fundamental para não deixar o ramo. “Existe uma mudança tanto na qualidade do trabalho que precisa ser executado quanto na remuneração”, constata. Por fim, admite que se não fosse pelo resultado da produção de orgânicos a família não estaria mais na agricultura.

Luiz Carlos da Silva Pizzolotto, de Terra de Areia, produtor de bananas e pitaya, oferece suas frutas há cinco anos na feira do bairro Três Figueiras. Ele conta, eventualmente, com ajuda das filhas Carolina, de 24 anos, e Alice, de 17, estudantes de Farmácia. “As duas têm interesse em uma boa condição financeira, mesmo que tenham escolhido uma carreira diferente”, detalha Pizzolotto. Segundo o produtor, o suporte financeiro às filhas virá de uma agroindústria que a família está construindo para o processamento de doces derivados da banana, “que elas poderão administrar paralelamente com suas vidas profissionais”. 

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895