Autópsia do corpo de Maradona aumenta evidências de erro médico

Autópsia do corpo de Maradona aumenta evidências de erro médico

Relatório aponta presença de substâncias encontradas em remédios contra ansiedade e depressão, sem registro de álcool e drogas ilícitas

AE

Maradona e médico Leopoldo Luque eram amigos

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O relatório da autópsia feita no corpo de Diego Maradona apontou a presença de substâncias encontradas em medicamentos psicofármacos, usados contra ansiedade e depressão. Os exames, que começaram no dia 2, uma semana após sua morte, não registraram o uso de drogas ilegais ou álcool e concluíram que o astro argentino morreu por causa de um "edema agudo de pulmão secundário a insuficiência cardíaca crônica exacerbada" e também descobriu uma "cardiomiopatia dilatada " em seu coração.

Como divulgado em investigações preliminares, o coração de Maradona pesava 503 gramas, o dobro do normal. Com isso, ficam ainda maiores as evidências de que ocorreram negligências no tratamento dos médicos que tratavam do ídolo argentino.

"É tão importante o que apareceu com o que não surgiu nessas análises de laboratório. À primeira vista, confirmam que davam psicofármacos para Maradona, mas nenhum medicamento para combater sua cardiopatia", disse - declarou um dos responsáveis pela autópsia à agência Télam.

Outro ponto que coloca o trabalho médico em dívida, segundo o investigador, é o fato de Maradona tomar remédios psicofármacos que produzem arritmia, o que não é recomendável para um paciente que tinha problemas cardíacos como era o caso do capitão da seleção argentina nas copas de 1986, 1990 e 1994.

Ainda de acordo com o relatório, Maradona sofria de cirrose, necrose tubular aguda (transtorno renal), glomeruloesclerose focal (insuficiência renal), aterosclerose (acúmulo de gordura e colesterol nas artérias), doença isquêmica do coração (aterosclerose das artérias coronárias) e hiperplasia arterial no nó sinoatrial (doença cardíaca).

A análise toxicológica de amostras de sangue e urina apresentou resultados negativos para álcool e entorpecentes, mas positivos para desmetilvenlafaxina (antidepressivo), quetiapina (antipsicótico atípico), levetiracetam (convulsões) e naltrexona (usada em programas de tratamento para dependências).

Também foram detectados metoclopramida (para sintomas de esvaziamento lento do estômago) e ranitidina (para tratamento de úlcera).

Investigação

Com estes resultados, espera-se que Laura Capra, Come Iribarren e Patricio Ferrari, promotores responsáveis pela investigação, convoquem uma junta médica para saber se houve erro no tratamento de Maradona e se sua morte poderia ter sido evitada.

O responsável pelo tratamento foi o neurocirurgião Leopoldo Luque, de 39 anos, médico particular de Maradona desde 2016. Foi ele quem fez uma drenagem no cérebro do lendário jogador em novembro. Acusado formalmente pelo Ministério Público, Luque, que se eximiu de culpa, teve celulares e computadores apreendidos para a investigação.

Outro detalhe informado pelo canal de TV argentino LaSexta é que "não foi uma morte súbita, mas sim uma grande agonia que durou entre seis e oito horas".

Desabafo

Gianinna, uma das filhas de Maradona, reagiu após os resultados dos exames feitos no corpo de seu pai. "Todos os filhos da p... esperando que a autópsia do meu pai tenha drogas, maconha e álcool. Não sou médica, mas ele parecia muito inchado. A voz robótica. Não era sua voz. Estava acontecendo e eu era a LOUCA INSANA."


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