Brasil desafia favoritismo da anfitriã França nas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina

Brasil desafia favoritismo da anfitriã França nas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina

Seleção entra em campo a partir das 16h, no Stade Óceane, em Le Havre

Correio do Povo e AE

Maior artilheira da história das Copas, Marta é um dos trunfos do Brasil

publicidade

A tarefa não é fácil, mas não quer dizer que seja impossível. Com uma campanha até agora marcada pela conquista de marcas pessoais, a seleção brasileira feminina entra em campo neste domingo, a partir das 16h, para enfrentar a favorita e anfitriã França pelas oitavas de final da Copa do Mundo, sabendo que precisará de um bom jogo coletivo para alcançar um novo feito. Além de um time consolidado e que serve como base para o Lyon – quatro vezes campeão da Champions League feminina, de forma consecutiva –, as comandadads de Vadão deverão enfrentar um lotado Stade Óceane, em Le Havre, comuna na região administrativa da Normandia, ao norte.

Também há a pressão da atmosfera que transformou o país todo: a França tem visto um grande aumento de entusiasmo para o futebol feminino, com índices de audiência de TV para o evento alcançando o dobro do que foi previsto, ingressos esgotados de forma rápida, camisas esgotando nas lojas. Significativamente, o dobro de espectadores assistiram à vitória por 4 a 0 contra a Coreia do Sul na partida de abertura do torneio do a partida das eliminatórias da Euro 2020, contra Andorra, na noite anterior. Jogadoras como a capitão Amandine Henry, a camisa 9 Eugénie Le Sommer e a defensora Wendie Renard se tornaram nomes conhecidos dos mais jovens aos mais velhos.

Esse entrosamento é fundamental. O famoso “time de ouro” húngaro masculino da década de 1950 - campeão olímpico em 1952, vice-campeão mundial em 1954 e o primeiro adversário estrangeiro a derrotar a seleção inglesa na Inglaterra - foi construído em uma estrutura de jogadores recrutados pelo serviço nacional para jogar para a equipe do exército Honvéd. A equipe masculina holandesa dominante de 1974 tinha um núcleo de jogadores que havia vencido três Copas da Europa consecutivas com o Ajax. A equipe nacional dos homens da Coreia do Sul passou três meses juntos em um campo de treinamento antes da Copa de 2002 de 2002 e encontrou coesão para, surpreendentemente, chegar até as semifinais.

A equipe é a quarta colocada no ranking da FIFA, seis posições à frente da seleção brasileira. E joga com a possibilidade e a pressão de carregar o sonho de “unificar” os títulos mundiais feminino (o quarto lugar em 2011 é o melhor resultado alcançado) e masculino com suas seleções. Busca repetir o sucesso do seu principal clube com a seleção: o Lyon tem a base da equipe dirigida por Corinne Diacre, com seis das 11 titulares sendo da equipe. Esse cenário torna a França favorita a triunfar diante do Brasil, avançando para um aguardado e provável confronto com os Estados Unidos, outra destaque da fase de grupos do Mundial e que, na segunda-feira, enfrentará a Espanha nas oitavas de final, em Reims.

Brasil também tem suas armas

Mas o favoritismo francês poderá ser explorado pela seleção brasileira. “O peso está mais nas costas delas do que nas nossas. Acho até que isso vai ser ótimo para nós”, afirmou a zagueira Kathellen, que atua no futebol francês, no Bordeaux, esperançosa em aproveitar o status de azarão para frustrar as donas da casa no Mundial. No mais equilibrado grupo desta edição, a seleção avançou em terceiro lugar em uma chave em que três equipes se classificaram com seis pontos, tendo vencido com tranquilidade a Jamaica (3 a 0), sofrido uma dura derrota para a Austrália (3 a 2) após abrir dois gols de vantagem, e obtido a classificação com a difícil vitória sobre a Itália (1 a 0).

Nesses compromissos, algumas jogadoras da seleção atingiram feitos marcantes. Foi o caso de Cristiane, que marcou três vezes contra a Jamaica, de Formiga, ao se tornar a única jogadora a disputar sete edições do Mundial, e, principalmente, de Marta, que, com seus dois gols de pênalti, se transformou na maior artilheira da história das Copas com 17, um a mais do que o alemão Miroslav Klose.

O brilho desses talentos tornam o Brasil um adversário respeitado por qualquer oponente no cenário mundial. Mas a equipe sabe que precisa minimizar os erros cometidos nos compromissos anteriores para superar uma das equipes que avançou às oitavas de final com três vitórias. “Chegamos em uma fase que não dá mais para cometer erros, agora quem perder volta pra casa. Então acho que temos que impor o nosso melhor futebol, não tem que ter medo de nada, temos que enfrentar de igual pra igual. E vamos pra cima!”, prometeu Cristiane, artilheira do Brasil no Mundial com quatro gols marcados.

Além de encarar as anfitriãs, a seleção precisará deixar para trás o retrospecto negativo de nunca ter vencido a França. As seleções se encontraram no Mundial de 2003, com empate por 1 a 1. Depois disso, as equipes fizeram sete amistosos, com cinco vitórias e dois empates. Embora neste Mundial os problemas físicos venham sendo uma rotina na seleção, o tempo de preparação entre a vitória sobre a Itália, na última terça, e o confronto deste domingo, dá a Vadão a esperança de contar com um time mais inteiro contra a França.

A expectativa do treinador e do departamento médico é de que Marta, enfim, suporte os 90 minutos, após se recuperar de lesão que a deixou de fora da estreia contra a Jamaica – depois só atuou no primeiro tempo diante das australianas e foi substituída na etapa final do confronto com as italianas. Além disso, Formiga retorna ao meio-campo após cumprir suspensão no compromisso anterior, também tendo se aproveitado do período em que ficou sem atuar para se livrar de dores no tornozelo.


Mais Lidas

Confira a programação de esportes na TV desta terça-feira, 16 de abril

Opções incluem eventos de futebol e outras modalidades esportivas em canais abertos e por assinatura



Placar CP desta terça-feira, 16 de abril: confira jogos e resultados das principais competições de futebol

Acompanhe a atualização das competições estaduais, regionais, nacionais, continentais e internacionais

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895