Cenário exigirá readequação financeira da dupla Gre-Nal

Cenário exigirá readequação financeira da dupla Gre-Nal

Dirigentes de Grêmio e Inter avaliam efeitos do novo coronavírus nas finanças e devem iniciar negociações com jogadores

Fabrício Falkowski e Rafael Peruzzo

Romildo Bolzan e Marcelo Medeiros terão trabalho pela frente diante do cenário criado pelo novo coronavírus

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O cenário é muito preocupante. Com cerca de dez dias de paralisação no futebol nacional, os clubes de todo o país, sem exceções, começam a fazer contas e a traçar estratégias para amenizar os danos causadas pela pandemia de coronavírus, prioritariamente os financeiros. E na dupla Gre-Nal não é diferente. 

As diretorias dos principais clubes do Rio Grande do Sul estão trabalhando constantemente na busca por soluções. Há uma negociação nacional em andamento que deverá ser tomada como base por ambos. Os dirigentes colorados já sabem que o tombo será grande, mas não imaginam o quanto. Neste momento, os técnicos do clube trabalham na avaliação dos cenários financeiros de um Brasil sem futebol e quanto isso afetará as finanças. Segundo o 1º vice-presidente eleito do clube, Alexandre Chaves Barcellos, esse levantamento deve estar concluído até o final da semana. 

É certo que haverá atrasos e renegociações. Afinal, a quebra de caixa pela falta de jogos, que cessa a maior parte das fontes de arrecadação, pode chegar a cerca de R$ 30 milhões. Nem os jogadores devem ficar de fora do ajuste nas contas. Internamente, os dirigentes admitem que poderá haver a proposta de uma redução salarial, que pode ser uniforme ou proporcional (com porcentual maior para os atletas cujos salários são maiores). As possibilidades de uma redução salarial pelo período no qual o futebol estiver parado e a antecipação das férias foram tratadas pelos dirigentes do principais clubes do Brasil no início da semana. Porém, as propostas do Inter só devem ser apresentadas na próxima semana, quando todo o estudo sobre o cenário financeiro do clube para os próximos meses estiver concluído.

Ontem, a Federação Nacional dos Atletas de Futebol Profissional (Fenapaf) enviou um documento à Comissão Nacional de Clubes refutando uma possível redução salarial – foi sugerido um corte de 25% nos vencimentos dos jogadores – mas concordando com a aplicação de 30 dias de férias no mês de abril. A negociação para um acordo coletivo ainda deve se arrastar. 

O Grêmio também segue na mesma linha do Inter, ainda que apresente uma melhor situação financeira em comparação ao rival. Os atrasos serão inevitáveis. “Vamos aguardar a negociação nacional que está em andamento”, diz o presidente Romildo Bolzan Júnior. 

O dirigente não cogitava romper contratos e diz que gostaria de honrá-los em sua totalidade. No entanto, a queda na arrecadação entre 20 a 25 milhões de reais, projetada pelo Grêmio nos meses que se avizinham, irá influenciar nas decisões do clube. O presidente acredita que aqueles clubes que tiverem capacidade de endividamento poderão se sair melhor nessa crise. Caso contrário, terão sérios problemas em função da pandemia. 

Os jogadores, representados pela Fenapaf, também querem que a CBF arque com os seus custos salariais em caso de inadimplência dos clubes, cobrando uma participação efetiva da entidade máxima do futebol brasileiro. E exigem dez dias de licença remunerada ao final do ano.


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