China afirma que países pagarão preço por boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno

China afirma que países pagarão preço por boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno

Washington anunciou um boicote no início da semana e denunciou as violações dos direitos humanos de Pequim

AFP

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O governo chinês criticou nesta quinta-feira o boicote diplomático dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá aos Jogos Olímpicos de Inverno que serão disputados em Pequim em fevereiro e prometeu que os países "pagarão" o preço por sua decisão. Washington anunciou um boicote no início da semana e denunciou as violações dos direitos humanos na China. Também afirmou que o tratamento reservado à minoria muçulmana dos uigures constitui um "genocídio".

Depois dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá aderiram ao boicote diplomático ao evento esportivo. Embora a medida signifique apenas que representantes dos governos não serão enviados ao evento, sem impedir a viagem dos atletas, Pequim ameaçou adotar represálias.

"A utilização por parte dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá da plataforma olímpica para uma manipulação política é impopular e isolacionista. Inevitavelmente (estes países) pagarão o preço de suas ações equivocadas", afirmou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

O porta-voz da diplomacia afirmou que a China não havia convidado os países em questão. "Venham ou não os seus representantes oficiais, os Jogos de Inverno de Pequim serão um sucesso", afirmou. "O esporte não tem nada a ver com a política. Os Jogos Olímpicos são uma grande reunião de atletas e fãs do esporte, não um cenário para que os políticos façam um espetáculo", disse. Os Jogos de Inverno acontecerão de 4 a 20 de fevereiro, mas em consequência das restrições para a entrada de estrangeiros na China pela Covid-19 poucos políticos devem viajar a Pequim.

O presidente russo Vladimir Putin será um dos poucos a viajar a Pequim, depois de aceitar o convite do colega chinês Xi Jinping. França e Alemanha afirmaram que abordarão com os outros países da União Europeia (UE) uma possível adesão ao boicote diplomático.

Após uma reunião com a nova ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, disse que o tema será discutido "entre europeus". "Quando afirmamos de maneira coordenada, queremos dizer de maneira coordenada. Não chegamos dizendo: 'Esta é a posição que acreditamos que devemos alcançar' (...) Somos partidários de uma posição comum da UE", completou Le Drian.

Sua colega alemã afirmou que o novo governo do país também examinará a questão do boicote diplomático, "mas sempre de acordo" com os sócios europeus. Pouco antes, um ministro francês chegou a anunciar que o país enviaria representantes políticos aos Jogos de Inverno.

"Temos que condenar as violações dos direitos humanos na China, porque existem, mas quando trata-se de competições esportivas precisamos ter a atitude adequada", afirmou o ministro da Educação e Esporte, Jean-Michel Blanquer.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou na quarta-feira que pretende manter uma posição neutra, mas destacou que o importante é "a participação dos atletas". Várias organizações de defesa dos direitos humanos apoiaram o boicote.

A diretora da Human Rights Watch na China, Sophie Richardson, considerou a medida "um passo crucial para desafiar os crimes contra a humanidade do governo chinês contra os uigures e outras comunidades de língua turca".

Os ativistas afirmam que pelo menos um milhão de uigures e outras pessoas da minorias muçulmanas foram detidas em campos em Xinjiang, onde Pequim também é acusado de impor trabalhos e esterilizações forçadas. A China afirma que os campos são centros de formação para reduzir a atração exercida por grupos de extremistas islâmicos.


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