Gabriel Medina avança em busca do título mundial em Pipeline
Filipinho revela "momento de pânico" após queda para Kelly Slater em bateria
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Com ondas que chegaram a quatro metros em alguns momentos na praia de Pipeline, Medina fez sua parte e avançou para a quarta fase ao bater o havaiano Seth Moniz por 14,30 a 11,83 em um duelo equilibrado. Os torcedores locais vibravam com cada tubo do garoto havaiano, mas os fãs brasileiros faziam a festa a cada resposta de Medina. A família do surfista estava na praia e comemorava a cada boa nota que o campeão mundial de 2014 tirava.
Bem perto do mar, o padrasto e técnico Charles Saldanha sofria, até poder festejar quando saiu a virada na bateria que garantiu o atleta na próxima fase. A mãe Simone e o irmão Felipe também vibraram muito.
"Eu consegui uma boa onda, e depois uma segunda que me colocou na liderança da bateria. Estou bem empolgado. Pensei que o mar fosse estar maior, mas está com um tamanho bom e está sendo um desafio para todos os surfistas. Eu estou focado na próxima fase, será complicada, e vamos ver quem consegue mais tubos bons para avançar", disse.
Depois de fazer sua parte, Medina foi ver o amigo Miguel Pupo em ação. Os dois vivem em Maresias, são muito próximos, e coube o destino que o companheiro de tantas remadas caísse na mesma bateria de Julian Wilson. Mas o australiano acabou levando a melhor e se manteve vivo na briga pelo título mundial ao fazer 8,43 a 7,00.
Toledo perde para Slater
Já o brasileiro Filipe Toledo deu adeus à disputa do título mundial de surfe. Ele acabou sendo derrotado pela lenda Kelly Slater na última bateria do dia, válida pela terceira fase do Pipe Masters. O norte-americano deu um show em Pipeline e ganhou de 15,60 a 6,77, avançando na competição no Havaí.
"Tive uma queda, foi um momento de pânico, meu pescoço está doendo, mas está tudo bem. Foi um ano longo, fiquei longe da família e dos meus filhos, o que é complicado, mas estou orgulhoso de mim mesmo pelo que fiz. Estou bastante triste, mas disse para o Kelly que foi uma honra surfar com ele essa bateria", comentou Filipinho, ainda abalado pela eliminação.
"Sinceramente, não me sinto bem de ter tirado o Filipe, tivemos uma batalha boa no final, mas faz parte do esporte. Até tentei ajudá-lo em alguns momentos, mas queria vencer a bateria. Foi divertido, vi grandes ondas vindo, com ótimas oportunidades para surfar", afirmou Slater, que evitou dar seu palpite sobre o campeão. "Quem quiser mais, vai vencer", disse.
Para o brasileiro, a ajuda de Slater foi muito bem-vinda. "Depois de Portugal, tivemos algumas conversas, fiz perguntas para ele porque ele sabe tudo aqui, é 11 vezes campeão mundial e fez coisas incríveis até antes de eu nascer. Faz parte do jogo perder, então é bola para frente", explicou.
Quarta fase
Na quarta fase, Medina vai enfrentar Michel Bourez, do Taiti, e Sebastian Zietz, do Havaí, na segunda bateria do dia. Wilson, por sua vez, terá de encarar o australiano Joel Parkinson e o brasileiro Yago Dora. Quem ficar em último em sua bateria estará eliminado da etapa. Os surfistas que avançarem vão para as quartas de final.
Em linhas gerais, Medina precisa chegar à final em Pipeline para não depender de qualquer outro resultado. Se cair na semifinal, Wilson precisa vencer o Pipe Masters. Se o brasileiro cair nas quartas de final ou antes, seu rival precisa no mínimo chegar à final da etapa para tirar o bicampeonato mundial de Medina.
• Confira como ficaram as baterias da quarta fase:
1ª bateria - Ryan Callinan (AUS), Jordy Smith (AFS) e Conner Coffin (EUA).
2ª bateria - Michel Bourez (TAI), Sebastian Zietz (HAV) e Gabriel
Medina (BRA).
3ª bateria - Yago Dora (BRA), Julian Wilson (AUS) e Joel Parkinson (AUS).
4ª bateria - Jesse Mendes (BRA), Joan Duru (FRA) e Kelly Slater (EUA).