Especial Olímpico: anos de ouro do Monumental
Mazaropi revela detalhes da conquista do Grêmio da Copa do Brasil
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Considerado um dos maiores goleiros da história do Grêmio, Mazaropi não esconde a emoção ao falar da sua relação com o clube e com o estádio Olímpico. Contratado em 1983, ele ajudou o Tricolor a conquistar a América, o Mundo e, mais tarde, a primeira edição da Copa do Brasil. A energia da torcida repassada era "o doping positivo que todo atleta precisava", lembra o ex-arqueiro. "A torcida do Grêmio sempre foi contagiante e para um jogador não existe nada melhor do que a casa cheia. O Olímpico nos deixava turbinados e o mínimo que a gente poderia fazer era demonstrar empenho."
Uma dessas demonstrações ocorreu durante um jogo emblemático na história do Grêmio, que marcou a conquista da primeira Copa do Brasil, em 1989. Personagem da vitória do Tricolor por 2 a 1 sobre o Sport, Mazaropi relata com carinho o apoio recebido das arquibancadas: "Saímos vencendo (por 1 a 0) e no gol de empate (do Sport) fui infeliz no lance. Foi um choque para todos porque a igualdade dava o título para eles. Estava indignado comigo mesmo".
O que Mazaropi ouviu em seguida não permitiu que ele esmorecesse no momento decisivo. "O estádio inteiro começou a gritar o meu nome e isso não tem preço. Recebi o reconhecimento e isso foi fundamental. A torcida me deu a noção da confiança que eu tinha e acabamos conquistando a Copa do Brasil com uma campanha invicta", argumenta. Depois do empate do Leão, o ex-atacante Cuca marcou o segundo gol gremista e garantiu o título.
Torcida gremista celebra gol contra Sport na final da Copa do Brasil / Foto: José Ernesto / CP Memória
Para Mazaropi, os títulos de 83 e 89 representavam a consolidação de uma maneira agressiva de jogar, principalmente quando a partida era realizada no Olímpico. "A gente já entrava em campo com o espírito de vencedor. Até os amistosos nós não queríamos perder. Criamos essa identidade", explica.
Nem mesmo os 15 anos de Vasco da Gama impediram Mazaropi de se apaixonar pelo estádio do Grêmio e pelo clube. O sentimento, que por vezes cega o ser humano, falou mais alto e o ex-goleiro confessou sua incredulidade com a saída da casa gremista. "A ficha ainda não caiu. A minha vida toda foi construída ali. Claro que o clube está indo para uma casa nova, mas quando derrubarem o Olímpico, eu não quero estar lá porque a lágrima vai correr”, se emociona.
Com informações do repórter Laion Espíndula