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O Grêmio conquistou a América pela segunda vez em 1995. Após 12 anos do primeiro título da Libertadores, o clube superou o Atlético Nacional, da Colômbia, na final do torneio. No entanto, o principal confronto do Tricolor na caminhada ao bi da competição continental ocorreu duas fases antes, contra o Palmeiras. Em uma das maiores rivalidades do futebol nacional na época, gremistas e palmeirenses se encontraram nas quartas de final da Libertadores. No primeiro jogo, no estádio Olímpico, a equipe do ex-atacante Jardel goleou por 5 a 0: “Na minha opinião, foi ali que ganhamos a Libertadores. E acho que aquele foi o principal jogo da minha carreira”.
Jardel comandou a goleada sobre o Palmeiras no estádio Olímpico / Foto: José Ernesto / CP MemóriaO lendário dono da camisa 16 lembra com carinho o apoio da torcida. Dono de três gols naquela noite de 26 de julho, Jardel ressaltou que a força do Grêmio em casa foi crucial para o placar elástico. “Todo adversário chegava a Porto Alegre com medo de jogar no Olímpico com a gente. Temos que dar parabéns aos torcedores, porque com certeza ajudaram muito nessa vitória," recorda.
A goleada deixava a equipe praticamente classificada para a semifinal da competição. Só que o oponente respondeu no jogo de volta, venceu por 5 a 1 e quase acabou com a festa dos tricolores. “O primeiro resultado foi decisivo. Foi um grupo que se encaixou muito bem, e também contamos com a sorte. Aquele resultado (da volta) nos fortaleceu e serviu de lição, para ter mais concentração e sacrifício nos jogos seguintes”, analisa.
Danrlei destaca convicção para reverter vantagem da Lusa em 1996
Um ano depois do segundo título da Libertadores viria o bi do Campeonato Brasileiro, com o Olímpico como palco novamente. Na final contra a Portuguesa, o Grêmio havia perdido o jogo de ida por 2 a 0 e precisava devolver o placar diante da sua torcida. “Tínhamos a convicção de que era possível reverter a vantagem da Lusa”, destaca Danrlei.
A convicção era tanta que o 2 a 0 sofrido para a Portuguesa no primeiro embate foi considerada razoável pelos gremistas. “A gente conversou e chegamos a conclusão que aquele placar havia ficado barato, porque jogamos com um a menos desde o primeiro tempo. Foi uma constatação muito importante e, assim, saímos com a certeza de que dava para virar. Com a cabeça voltada para isso e conseguimos reverter”, pondera.
Para o ex-goleiro, a lotação no Olímpico no dia 15 de dezembro de 1996 foi ideal para o título do Brasileirão: “A situação era muito favorável a nós. Tinha toda aquela torcida e tudo estava armado para a conquista. Lembro que não tinha mais onde colocar gente no Olímpico. Por isso, havia o sentimento que iríamos vencer”.
Apesar da confiança, o Grêmio sofreu para botar as mãos na taça. Danrlei lembra que a Portuguesa era um time de qualidade. “O time deles era formado por Zé Roberto (atualmente no Tricolor), Rodrigo Fabri, Galo, Capitão, Caio e Alex Alves, por exemplo. Fizemos um gol no começo (de Paulo Nunes) e isso nos ajudou, porque deu calma e tivemos tempo para fazer o segundo”, avalia, recordando a vitória de dois gols de diferença aplicada pelo Grêmio, com gol de Aílton nos minutos finais.
Jonas lembra virada “atípica” sobre o Santos na Copa do Brasil
O Olímpico também foi palco de viradas emocionantes. Pela Copa do Brasil de 2010, o Grêmio encarou o badalado Santos na semifinal do torneio. O Tricolor deixou o primeiro tempo perdendo por 2 a 0. Quando ninguém mais acreditava, o time mandante marcou quatro gols em 18 minutos e saiu na frente do Peixe. “Aquele foi um jogo atípico e nossa equipe foi muito copeira”, classifica Jonas.
O Tricolor foi uma avalanche sobre o time santista na etapa final. Com um gol atrás do outro, Borges balançou três vezes as redes e Jonas uma vez. O 2 a 0 do Peixe virou 4 a 2 para o Grêmio em instantes. No final, Robinho fez o terceiro gol do time paulista. “Lembro que as duas equipes chegaram muito parecidas e tinham sido campeãs estaduais. Os dois elencos eram muito fortes”, ressalta.
Jonas comandou a virada do Grêmio sobre o Santos pela Copa do Brasil / Foto: Fabiano do Amaral / CP Memrória
Os dois gols do Santos no primeiro tempo não desanimaram o Grêmio. Jonas lembra a conversas no vestiário: “Decidimos manter a mesma pegada”. Assim provaram que o duelo não estava perdido. “Conversamos que deveria continuar igual no segundo tempo. Voltamos com o mesmo time e mesma parte tática. Nosso empenho fez com que conseguíssemos a virada”, frisa.
A repercussão foi muito grande e até hoje se fala no confronto. “Quando acabou o jogo, todo mundo estava nos dando parabéns e os torcedores estavam eufóricos. Era grande a possibilidade de passar para a final," recorda. Só que a vantagem não foi suficiente para a classificação. Na volta, o Grêmio perdeu por 3 a 1 e deu adeus à Copa do Brasil. “A gente entrou muito concentrado, mas eles tinham o Ganso, que deu aquele chute de longe. Após o primeiro gol deles, nosso time deu uma baqueada. Apesar disso, tenho boas lembranças da virada no Olímpico,” acrescenta.