D'Alessandro avalia os anos de 2008, 2009 e 2010 como os melhores da sua passagem
Ídolo do Inter também falou sobre a história no Inter, Coudet e Piffero
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Em mais de 10 anos de Inter, D’Alessandro passou por diversos jogadores e treinadores. Porém, na visão do ídolo e agora ex-jogador, os melhores anos dos elencos em que o camisa 10 atuou foram nas temporadas de 2008, 2009 e 2010, disse o argentino em entrevista ao programa Ganhando Jogo, da Rádio Guaíba, na manhã desta segunda-feira. “O melhor Inter foi entre 2008 e 2010, ouço vocês falar isso também. Vejo uma diferença entre os times de 2008, 2009, 2010 para os times atuais. Falo pela questão mental. Os times tinham Bolívar, Magrão, Índio e outros", disse.
Foi nesta época que o Colorado conquistou os principais títulos mais recentes, como a Copa Sul-Americana de 2008 e a Libertadores de 2010. Sobre o futuro no futebol, D’Ale deixou em aberto: “Dos quatro (treinador, dirigente, comentarista ou empresário), eu colocaria por último o de empresário, até porque sigo trabalhando com o meu”, revelou D’Ale. “O futebol abre muitas portas. Eu digo sempre que continuo mantendo o pensamento que ter sido jogador não te dá todo o conhecimento que precisamos para ser um dirigente, diretor ou mesmo treinador. Isso leva tempo. Não quer dizer que se não aparecer uma oportunidade eu não vá aproveitar”, completou.
D'Alessandro em entrevista ao Ganhando o Jogo, da Rádio Guaíba, fala sobre melhores anos de passagem no Inter:
— InterCP (@InternacionalCP) May 9, 2022
"Eu vejo uma diferença muito grande de comprometimento e de comportamento do Inter de 2008, 2009 e 2010, com o momento de agora." pic.twitter.com/dUVmxC1oaG
O argentino ainda revelou que nunca imaginava, quando chegou a Porto Alegre, em 2008, de que começaria uma história de anos com a camisa do Inter. “Nunca imaginei passar tanto tempo em um clube e muito menos o que veio depois. Se deitarmos a cabeça no travesseiro e sonharmos com uma coisa boa, não vai chegar nem perto do que passei aqui no Inter”, explicou
D'ALE: "Não imaginava ser atleta de futebol, nem ficar tanto tempo no clube. E tudo o que veio depois se a gente coloca a cabeça no travesseiro e sonha com alguma coisa boa, a gente não chega a sonhar com o que aconteceu comigo aqui em Porto Alegre no Inter." pic.twitter.com/bIpdsDaBFZ
— InterCP (@InternacionalCP) May 9, 2022
De Coudet à Medina e a gestão Piffero
Com anos de experiência dentro do Beira-Rio, D'Alessandro não fugiu de perguntas mais amargas como a gestão do ex-presidente Vitório Piffero e a passagem de Eduardo Coudet e Alexander Medina. Sobre o dirigente, o jogador explicou que a mistura entre política e futebol teve papel primordial para a queda à Série B em 2016. A passagem de Piffero no comando chegou até ser denunciada pelo Ministério Público por diversas irregularidades.
“Quando a política se torna mais forte do que o futebol, é mais complicado de trabalhar. Posso virar presidente ou não, mas o objetivo maior tem que ser o clube. Em termos mais gerais, temos que querer o clube”, disse D’Ale.
“Como atleta, posso falar que sim, afetou. No nosso dia a dia, as coisas não andavam. Em uma gestão de futebol, tu tem que ter o diretor o dia todo em campo. Se o atleta precisa de alguma coisa, ou mesmo que não precise, o jogador tem que enxergar que o diretor está ali. Isso faz parte do futebol”, reforçou.
Sobre a recente passagem de Alexander Medina, antecessor do atual treinador, Mano Menezes, o ex-camisa 10 rasgou elogios ao uruguaio e responsabilizou o grupo de jogadores, incluindo ele mesmo, pela curta estadia em Porto Alegre. “Quem conviveu o dia a dia com ele, sabe que ele se doava para uma ideia que, infelizmente, não deu certo. Mas o trabalho nunca faltou. A maior porcentagem disso é nossa, é do grupo”, salientou.
Antes, não soube explicar os motivos da saída de outro técnico, Eduardo Coudet em 2020 para o Celta de Vigo. "Chacho" era amigo pessoal de D’Alessandro dos tempos de River Plate. “Não sabemos os detalhes. A gente vê que ele fez um trabalho sensacional, com melhores resultados. Eram duas maneiras diferentes de jogar (comparação com Medina), mas o Chaco saiu com o Inter bem”, enfatizou.
Na mesma linha dos treinadores, D’Ale reforçou a figura de grupo como principal característica de Abel Braga, que quase levou o Colorado ao título do Brasileirão em 2020. Na visão do ídolo, Abel trouxe consistência e união ao elenco. “Abelão era diferente. Ele chegou e fez muito mais do que ele sempre fez. Agregou, fechou o grupo e deu consistência à equipe”.