Especial 50 anos do Beira-Rio: Pela primeira vez, campeão brasileiro
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Especial 50 anos do Beira-Rio: Pela primeira vez, campeão brasileiro

Com uma equipe que tinha ídolos como Figueroa e Falcão, o Inter bateu o Cruzeiro na final e levou a taça

Rafael Peruzzo

O gol iluminado que garantiu o primeiro título nacional ao Inter

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A nova casa dos colorados elevou o patamar do clube e encheu o torcedor de orgulho. Com o estádio Beira-Rio, o Inter partiria para conquistas maiores. Vencer um campeonato nacional virou obsessão. E o time que encantou o país na década de 1970 ergueu a taça do Brasileirão pela primeira vez em 1975. No dia 14 de dezembro daquele ano, o Inter bateu o Cruzeiro por 1 a 0 em um Beira-Rio com mais de 80 mil pessoas e escreveu um dos capítulos mais relevantes de sua história em um jogo que tornou-se simbólico para o clube e sua torcida. 

“O Beira-Rio foi algo muito significativo na vida do Inter, criado através da garra dos colorados. Foi uma separação bem distinta do que era o Inter antes e do que se tornou depois. O clube teve grandes equipes e jogadores, mas os times da década de 70 mudaram a história, o estádio foi um divisor de águas”, confirma o ex-meia Paulo César Carpegiani, que era uma referência técnica daquele time. Para chegar à decisão em jogo único com o Cruzeiro, o Inter teve que passar pelo Fluminense de Roberto Rivellino na semifinal de 1975. “Eles tinham goleado o Palmeiras de Ademir da Guia e Leivinha, eram tidos como favoritos, falavam que a gente não tinha chance. O (Rubens) Minelli (técnico do Inter na época) explorou muito bem essa questão do favoritismo deles. Não deixamos dúvida da nossa superioridade, vencemos por 2 a 0 e fomos à final”, conta Carpegiani.

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Em um Beira-Rio abarrotado de colorados, o Inter não deixaria passar a oportunidade de derrotar o Cruzeiro de Raul Plassmann, Palhinha e Piazza, entre outros, para se sagrar campeão brasileiro. Qualquer torcedor do Inter, independentemente da idade, conhece bem a história daquela partida e, principalmente, do gol de Elías Figueroa, o chileno que é considerado o maior zagueiro que já atuou com o manto vermelho. No segundo tempo, Valdomiro levantou uma bola na área em cobrança de falta, Dom Elías subiu alto para cabecear e vencer Raul Plassmann, no lance que está eternizado na retina dos colorados. 

No mesmo momento em que Figueroa golpeava a bola com uma testada indefensável, um facho de luz proporcionado pelo pôr do sol do Guaíba iluminou o zagueiro. A jogada ficou conhecida como “Gol Iluminado”. “O gol do Figueroa também foi um marco importante para o Inter. Na verdade foi um marco na história do futebol no Rio Grande do Sul porque abriu o caminho dos títulos nacionais para o Estado. O Inter passou a ser olhado de outra forma”, revela Carpegiani. Ao lado de Falcão e Caçapava, ele formou um meio-campo inesquecível. “Era fácil de jogar com esses caras. Eu lembro que o Caçapava entrou na semifinal contra o Fluminense. O titular era o Escurinho, mas como íamos jogar no Maracanã, o Minelli optou pelo Caçapava. Isso gerou até um pouco de crise na época”, lembra o ex-jogador.

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Aquele time do Inter campeão em 1975 tinha uma peça que era uma espécie de curinga do técnico Rubens Minelli. Nos dias atuais, seria chamado de 12º jogador. Trata-se de Jair Gonçalves Prates, o Príncipe Jajá, nono maior artilheiro da história colorada com 117 gols. Jajá entrava em praticamente todas as partidas. “O Minelli tinha essa carta na manga: quando alguém estava mal, eu entrava. Joguei de ponteiro direito e articulador, também entrei como camisa 9 e ponteiro esquerdo”, conta Jajá. Segundo ele, o Inter trouxe uma inovação para o futebol naquele ano, o que também contribuiu para o bicampeonato em 1976. “No Beira-Rio era muito difícil nos bater. O Inter adotou um esquema tático de pressão e pegada, marcação sob pressão no campo do adversário, isso era uma novidade na época e pegava os adversários de surpresa. O goleiro era obrigado a dar um balão e a bola voltava mais facilmente para nossos pés”, comenta Jajá. Sem a mesma qualidade técnica de companheiros como Falcão e Carpegiani, ele teve de suar muito e ser persistente para cavar um lugar na equipe. “Todos os jogadores que vinham da base tinham o sonho de vestir a camisa do Inter. Eu queria vestir a de número 8. Mas eu não me contentava em ser um profissional comum, eu queria ser ‘o profissional’. Eu treinava muito para conquistar posição naquele time, tinha que ter algo diferente”. 

Se em 1975 o Príncipe Jajá era um reserva de luxo, no ano seguinte ele ganhou protagonismo. A campanha do título de 1976 teve Jajá em praticamente todas as partidas e como titular, com exceção de uma, a final diante do Corinthians no Beira-Rio. “O Minelli preferiu mudar a equipe taticamente. Iria sair o Dario (Dadá Maravilha), mas como ele era mais famoso do que eu, então ele falou para me tirar. Eu, como sou um cara do bem, fiquei na minha”, revela Jajá, aos risos. “Acabou jogando Caçapava, Falcão, Batista, Valdomiro, Dario e Lula. O importante era ganhar”, ameniza Jajá. Em 1979, ele ganharia o terceiro título brasileiro com a camisa do Inter.


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