MP considera gestão do Inter entre 2015 e 2016 uma "associação criminosa"
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MP considera gestão do Inter entre 2015 e 2016 uma "associação criminosa"

Investigação encontrou irregularidades nas principais áreas do clube

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Investigação encontrou irregularidades nas principais áreas do clube

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O subprocurador-geral para Assuntos Institucionais do Ministério Público (MP), Marcelo Dornelles, esclareceu nesta quinta-feira parte da operação que investigou desvio de valores e fraudes no Inter, crimes ocorridos durante a administração do ex-presidente Vitorio Piffero, entre os anos de 2015 e 2016.  "Encontramos presentes nas irregularidades todos os braços importantes do clube: esportivo, financeiro, jurídico e patrimonial. Em resumo, a gestão do Inter entre 2015 e 2016 foi uma associação criminosa", disse Dornelles durante a entrevista coletiva na sede do MP em Porto Alegre. O procurador garantiu que esta foi a parte ostensiva da investigação, que terá novos capítulos. 

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Dornelles explicou ainda que previamente já se tinha ideia de que ocorriam adiantamentos de pagamento. A situação mais grave foi encontrada na vice-presidência de finanças. "No braço financeiro, foi escandaloso", resumiu. "Recursos de R$ 10 milhões. Dinheiro originado das bilheterias era sacado e já ficava para o dirigente, que direcionava para a sua conta ou para a conta da sua empresa particular. Os valores saíam e no mesmo dia entravam na conta deste dirigente. E isso aconteceu dezenas de vezes", completou.  

Conforme o procurador, as irregularidades se davam através de triangulações de valores, protagonizadas pelos dirigentes e empresas inativas, e com a inclusão de serviços que nunca foram realizados. "Despesas eram criadas como se fosse obras. Simularam obras no CT de Alvorada, Eldorado do Sul, Beira-Rio e Parque Gigante. Pegavam notas fiscais de empresa inativas e preenchiam como se fossem serviços concluídos. Isso comprometia as diretorias financeira e patrimonial", explicou. 

Recompensa para contratações 

De acordo com a investigação, no que diz respeito ao futebol, os dirigentes responsáveis realizavam a contratação de um determinado jogador já com o retorno em dinheiro previsto. "Tem um caso que ocorreu até antes do começo da gestão, ainda em 2014. A gestão foi eleita e há uma ocasião em que um empresário deu dinheiro para este dirigente. Na sequência, as primeiras contratações foram de atletas deste agente", finalizou Dornelles. 

O promotor de justiça que comanda o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Flávio Duarte, relatou que, conforme as investigações, o presidente Vitorio Piffero sabia de tudo que acontecia. Duarte reiterou que a apuração dos fatos ainda não terminou, tanto que há diligências que precisam ser concluídas ainda hoje. "Temos um leque de fatos maior para investigar. A investigação não tem data para terminar", acrescentou. 

Duarte revelou que Pedro Affatato, responsável pela vice-presidência de finanças, teria se beneficiado das irregularidades através de uma empresa de turismo. "Em relação a ele, a investigação não se restringe às empresas da construção civil, também diz respeito a uma empresa de turismo. Quando a gestão assumiu, esta companhia passou a prestar serviços para o clube. E até aí não há problema: uma mesma empresa prestando serviço para o Inter e para o Affatato. O problema é que constatamos um superfaturamento no serviço dado ao clube e este dinheiro voltou para o Affatato", afirmou. 



Número de envolvidos é desconhecido 

Flávio Duarte garantiu que ainda não foi feita nenhuma solicitação pela restrição de liberdade dos envolvidos na investigação. O promotor declarou que, neste momento, não é possível definir o número de envolvidos no esquema de fraude no Inter. 

"É difícil dizer porque os empresários usaram terceiras, quartas, até quintas pessoas para intermediar essas tratativas. Havia uma série de pessoas jurídicas e físicas envolvidas entre os empresários e os dirigentes. Não temos também a noção de quantos atletas teriam sido envolvidos até porque é bem provável que não tivessem conhecimento do que estava acontecendo", disse Duarte.  

O outro lado

Consultado pela reportagem, o ex-presidente Vitorio Piffero garantiu que está à disposição para demais esclarecimentos. O dirigente Alexandre Limeira disse estar surpreso com a inclusão do seu nome no processo de investigação. Segundo ele, o processo no qual está envolvido não tem a ver com obras.

A reportagem buscou contato com os ex-dirigentes Carlos Pelegrini e Emídio Ferreira para falar sobre o assunto. Eles não atenderam às ligações até o término desta matéria. Marcelo de Freitas e Castro também foi procurado e não atendeu a reportagem. O Correio do Povo ligou e deixou recados na caixa de mensagens de Pedro Affatato, mas não obteve resposta.



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