Invasões de estrangeiros da Copa América começa com peruanos e venezuelanos

Invasões de estrangeiros da Copa América começa com peruanos e venezuelanos

Costumes diferentes e espanhol começam a aparecer na paisagem de Porto Alegre

Christian Bueller

Torcedores estão otimistas e querem ver gols de Paolo Guerrero

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Não se espante se você cruzar nos próximos dias com estrangeiros, em sua maioria sorridentes, falando o seu espanhol de maneira pausada, portando bandeiras de seus países. É a Copa América, que começa nesta sexta-feira no Brasil e tem seu primeiro jogo em Porto Alegre no sábado. A Arena do Grêmio recebe Peru x Venezuela, a partir das 16h. Hotéis, pensões e albergues da cidade já registram, desde quarta-feira, torcedores das duas nacionalidades.

Em números de torcedores, os peruanos chegam com vantagem. No Centro, não é difícil encontrar camisetas brancas com uma faixa vermelha atravessada. No Mercado Público, quatro amigos experimentavam as iguarias brasileiras. “Estamos gostando muito da cidade. Vamos onde a nossa seleção vai. Estivemos na Copa da Rússia, ano passado”, recorda Jose Pepe, antes de caçoar da juventude do Miguel que, por sua vez zombava da calvície do vizinho Alberto, em um clima de descontração típica de torcedores de futebol. A expectativa para a partida dos confrades destoava de Maurício Salazar, encontrado com o ingresso na mão no bairro Navegantes. A partida de estreia na Copa América será difícil, diz o jovem que veio dos Estados Unidos porque um amigo não conseguiu viajar. “Meu ponto de vista é mais realista, nosso time não está tão bem desde o Mundial. Vai ser um confronto bem igual”, prevê.

Os irmãos Maximo e Jose Castillo, hospedados com outros familiares em um hotel na rua Coronel Vicente, eram só euforia, em visita ao Parque do Pontal, no bairro Cristal. De frente para o Guaíba, se juntariam aos mais de cem compatriotas em um evento promovido por uma marca de cerveja do seu país. “Vocês estão gostando do Guerrero?”, questionavam, se referindo ao atacante peruano que joga no Inter. Jeancarlo Palomino não teve a mesma a sorte de conseguir acomodação em Porto Alegre. Vendendo bandeiras a R$ 25 e bonés a R$ 30, tentava arrebanhar dinheiro para se instalar e comer. Ninguém apostava menos do que 2 a 0 para o jogo.

São poucos os venezuelanos, em comparação aos adversários. A delegação da seleção foi encontrada em um shopping, comendo fast food e dando autógrafos, enquanto compravam chips para os telefones celulares dos jogadores e comissão técnica. Eles reservaram 400 ingressos para a partida. Na central para a retirada de entradas para os jogos da Copa, alguns admiradores do atacante venezuelano José Salomón Rondón. A família de Ricardo Chacon é uma das exceções. “Sou fanático por futebol. E, como estou morando em Porto Alegre, estou emocionado de conseguir assistir minha seleção aqui. Vamos ganhar de 3 a 1”, diz o violinista, que cursa doutorado de Música na Ufrgs. A esposa Angelica Molina não vai à Arena, ficará em casa com o pequeno Angelo de um ano de idade. “Mas, meu outro filho, Ricardo Andres, estará lá”, conta a jornalista, que mora há três meses na Capital para acompanhar o marido otimista.

Grande procura

A movimentação de reservas em hotéis para o período de jogos segue acima da média. Segundo levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região Metropolitana (Sindha), cerca de 97% dos hotéis entrevistados confirma a alta procura de reservas por parte de visitantes de outras cidades e também de outros países. Somente para o jogo do dia 20 de junho, entre Uruguai e Japão, por exemplo, 80% dos hotéis já sinalizam mais de 90% da sua capacidade.

Para o presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt, o setor hoteleiro de Porto Alegre é um dos que mais se beneficia com o impulsionamento do turismo. “Os eventos esportivos sempre trazem bons reflexos ao setor. Além disso, junho normalmente não é um mês de boas ocupações e a competição propiciará uma alta ocupação aos hotéis”. O presidente reforça, ainda, que a Capital conta com uma rede hoteleira fortemente preparada para receber os turistas, com profissionais qualificados e número de leitos suficientes para a demanda.

Presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky lembra, a Copa América também mobiliza outro setor importante da Capital: a gastronomia. “Nossa cidade possui uma variedade muito grande de restaurantes temáticos, que simbolizam bem as culturas dos países com equipes participantes na competição. No levantamento realizado pelo Sindicato verificamos que 40% dos entrevistados já confirmaram que a Copa América deve gerar crescimento na receita”, declara o presidente. 


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