Irã volta a impedir entrada de mulheres em jogos de futebol

Irã volta a impedir entrada de mulheres em jogos de futebol

Cerca de 2.000 mulheres iranianas haviam comprado ingressos para a partida

AFP

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A entrada de mulheres em um estádio de futebol voltou a ser proibida no Irã. Desta vez, a medida foi adotada durante uma partida entre as seleções masculinas de seu país e do Líbano, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, informou a imprensa iraniana. O jogo, vencido pelo Irã por 2 a 0, foi disputada no estádio Imã Reza, na cidade de Mashhad, no nordeste do país.

"Cerca de 2.000 mulheres iranianas, que haviam comprado ingressos para a partida, estavam presentes nos arredores do estádio Imã Reza, mas não puderam entrar no estádio", noticiou a agência de notícias ISNA. "Peço desculpas porque muitas pessoas não puderam entrar no estádio e ver de perto a partida de futebol entre as seleções do Irã e do Líbano", declarou o governador de Mashhad, Mohsen Davari, à televisão pública iraniana IRIB. "Infelizmente, não foi possível para um grande número de pessoas que estavam do lado de fora entrar no estádio", acrescentou.

Diante da revolta provocada pelo incidente, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, ordenou que o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, acompanhe de perto a situação. O capitão da seleção iraniana, Alireza Jahanbakhsh, comentou o ocorrido.

"Não acho que teria acontecido alguma coisa se as mulheres tivessem ido ao estágio. Pelo contrário, pode favorecer nossa cultura", disse à imprensa.

Em declarações a uma estação de rádio local, o procurador-geral iraniano, Mohammad Jafar Montazeri, considerou que, "se as condições permitissem a venda de ingresso para as mulheres, seria necessário encontrar um local adequado para elas".

Pressão da Fifa

Em janeiro, as mulheres iranianas foram autorizadas a assistir a uma partida de futebol da seleção masculina de seu país pela primeira vez em quase três anos. O jogo contra o Iraque carimbou o passaporte do Irã para a Copa do Mundo de 2022.

Há quatro décadas, a República Islâmica impede, em geral, as torcedoras de assistirem às partidas de futebol.

Os setores religiosos, que têm grande peso na tomada de decisões no país, defendem que as mulheres devem ser protegidas do "ambiente masculino" e da visão dos homens "seminus". Em setembro de 2019, a Fifa exigiu do Irã que autorizasse o acesso das mulheres aos estádios, sem restrições.

A diretriz de 2019 da Fifa, ameaçando uma suspensão contra o Irã, veio após a morte de uma torcedora chamada Sahar Khodayari. Ela ateou fogo ao corpo por medo de ser presa por ter tentado assistir a uma partida.

Em 2018, ela havia sido presa, ao tentar entrar em um estádio vestida como um homem. Sua morte deflagrou uma onda de reações contra o Irã. A Fifa pressiona o Irã, há anos, para que abra seus estádios para as mulheres. Foi somente em 2019 que o governo autorizou um número limitado de torcedoras nos jogos.


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