Jogadores e ídolos do futebol criticam criação da Superliga

Jogadores e ídolos do futebol criticam criação da Superliga

Gary Neville, ex-jogador do inglês Manchester United, pediu punições e que as entidades tirem os títulos dos clubes envolvidos

AFP

O atacante alemão Lukas Podolski comemora após marcar o primeiro gol contra a Austrália

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"Trágico", "impostores", "crime contra o futebol": definiram ídolos que estão aposentados dos gramados, enquanto alguns jogadores não encontram palavras duras o suficiente para criticar o projeto de criação de uma Superliga independente, proposta por doze grandes clubes europeus para rivalizar com a Liga dos Campeões.

"É um ato criminoso contra os torcedores, uma pena, eles são impostores", acusou Gary Neville, ex-jogador do inglês Manchester United, um dos clubes fundadores desta Superliga. "Que eles sejam punidos severamente. Multas dissuasivas, retirada de pontos, retirem seus títulos!", declarou Neville durante um programa na TV Sky.

A mesma raiva sente Rudi Völler, vencedor da Liga dos Campeões com o Marselha (1993) e hoje treinador do Bayer Leverkusen. "É um crime contra o futebol! (...) Quem quiser jogar nesta Liga que seja expulso de todas as competições nacionais, com todas as equipes, inclusive juvenil e feminina. Devemos expulsar todos!", frisou o alemão.

Völler ficou satisfeito com o Bayern de Munique e o Borussia Dortmund, que se recusaram a se juntar ao grupo de doze times (seis ingleses, três espanhóis e três italianos). "Isso mostra que eles são corajosos (ao contrário) do Liverpool, onde os torcedores cantam 'You will never walk alone' ('Você nunca andará sozinho'), é uma vergonha", completou.

Outro alemão, o campeão mundial de 2014 Lukas Podolski classificou a iniciativa como um "projeto nojento e injusto (...) Estou desapontado com o envolvimento de clubes nos quais atuei", acrescentou o ex-jogador do Arsenal e Inter de Milão, dois dos fundadores na nova liga.

"Os ricos estão roubando o futebol"

"As crianças sonham conquistar a Copa do Mundo ou a Liga dos Campeões, não qualquer Superliga", afirmou o Mesut Özil, também campeão mundial em 2014 com a seleção da Alemanha. "O prazer dos grandes jogos é que nós os disputamos uma ou duas vezes por ano, não todas as semanas", disse o ex-jogador do Arsenal.

Ander Herrera, que atua no Paris Saint-Germain, pensa de forma semelhante: "Me apaixonei pelo futebol popular, pelo futebol dos torcedores, pelo sonho de ver a equipe do meu coração competir contra os maiores. Se esta Superliga avançar, acabarão com esses sonhos (...) Os ricos roubaram o que o povo criou, que nada mais é do que o esporte mais lindo do planeta. "

O Real Madrid é um dos fundadores da Superliga, mas o seu ex-jogador Luis Figo criticou a competição. "Esta jogada gananciosa e insensível seria um desastre para os jogadores que estão na base, para o futebol feminino e para toda a comunidade futebolística como um todo, apenas para servir aos interesses dos proprietários que há muito deixaram de se preocupar com os seus torcedores e esqueceram o seu mérito desportivo. Trágico", disse o português.

O croata Dejan Lovren, que passou pelo Liverpool e agora está no russo Zenit, considerou que "o futebol estará perto de um colapso total no futuro".  "Ninguém vê o problema em sua totalidade, vemos apenas o aspecto financeiro (mas) acho que ainda podemos sair dessa situação desagradável", declarou de forma otimista pouco compartilhada por seus colegas de profissão após o anúncio da criação desta Superliga.


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