Maratona do Rio reabre corridas de rua no Brasil

Maratona do Rio reabre corridas de rua no Brasil

Com mais de 20 mil participantes, evento nos cartões postais da capital carioca marcou o retorno das provas presenciais

Amauri Knevitz Jr.

Justino Pedro da Silva foi o vencedor da prova principal

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Esporte em grande ascensão em número de praticantes, a corrida de rua voltou à ativa no Brasil neste feriadão, após quase dois anos sem eventos oficiais. A Maratona do Rio de Janeiro, maior prova da América Latina, reuniu mais de 20 mil corredores de todos os níveis, procedentes de diversos estados e até de fora do país, em quatro modalidades. Foram dois dias de uma grande festa que marcou a retomada do circuito de provas de rua, tendo como cenário os principais cartões postais cariocas.

Entre os atletas de elite, o vencedor da prova principal, a maratona (42 km), foi Justino Pedro da Silva, de Petrolina-PE, responsável por quebrar o recorde da prova, que estava vigente desde 1998, com 2 horas, 13 minutos e 31 segundos, ganhando uma premiação de R$ 10 mil. Entre as mulheres, o troféu também foi para Pernambuco. Mirella Saturnino de Andrade chegou em primeiro lugar com o tempo de 2 horas, 44 minutos e 51 segundos. Também foram disputadas as distâncias de 10 km e 5 km.

A meia maratona, realizada no domingo, foi vencida por uma atleta olímpica. A catarinense Simone Ferraz, que representou o Brasil nos Jogos de Tóquio na prova dos 3.000m com obstáculos, sagrou-se campeã nos 21 km com o tempo de 1 hora, 15 minutos e 21 segundos. Mais acostumada com as pistas, ela conquistou assim a sua primeira prova de rua importante. "Para fechar um ano perfeito", comemorou. Entre os homens, o baiano Marcos Fernandes da Cruz foi o vencedor, com o tempo de 1 hora, 8 minutos e 42 segundos.

Um evento como esse, porém, não pertence somente aos atletas de elite. Afinal, a corrida é um esporte altamente democrático. Os milhares de amadores, ávidos pelo retorno das provas de rua, foram os responsáveis pelo tamanho da festa. A reportagem do Correio do Povo participou do festival, correndo os 5 km. O cenário era muito parecido com o que se via em provas como essa antes da pandemia, mas a empolgação do público parecia ainda maior. E uma das diferenças era que, além de água, isotônico e a medalha de conclusão da prova, todos ganhavam álcool gel e máscara descartável na linha de chegada. Para se inscrever, era preciso apresentar comprovante de vacinação completo. A imensa maioria dos atletas correu sem máscara - desde o final de outubro, não é mais obrigatório o uso da máscara em espaços abertos no Rio.

"É muito especial estar na rua de novo. É a celebração da saúde. A Maratona do Rio é o grande festival das corridas de rua no Brasil. Vimos isso durante o verão europeu, e agora chegou a nossa vez, claro que com toda a cautela, mas é a oportunidade de estar com o público de novo", comemorou Márcio Callage, diretor de marketing da Olympikus, marca esportiva oficial do evento desde 2011.

As corridas de rua são o que são por causa de amadores como Nilson Lima, de Uberlândia-MG. Aos 68 anos, ele garante ser o brasileiro com mais maratonas concluídas: 289. É um recorde difícil de verificar, mas de qualquer forma uma marca impressionante. O currículo expressivo ficou parado por mais de um ano, mas agora voltou a crescer. No Rio, ele fez o "Desafio Cidade Maravilhosa 63", que consistia em percorrer os 21 km no domingo e os 42 km na segunda-feira.

Com 42 países visitados para disputar maratonas (chegou a completar um desafio de 50 provas em todos os 50 estados dos Estados Unidos), o empresário do ramo financeiro está se organizando para completar a 300ª em maio, na sua cidade natal, onde a maratona local recebeu o seu nome, Maratona Nilson Lima. Questionado sobre o motivo de tamanha vitalidade, responde: "Eu sou movido a desafio. A adrenalina é o que me empurra para frente e me faz ter disciplina. Mas o que eu faço, qualquer pessoa poderia fazer, com foco e determinação".

Porém, o evento teve uma nota triste. Um homem, cujo nome não foi divulgado, sofreu um mal súbito enquanto corria a meia maratona, domingo, não resistiu e morreu. Em nota, a organização da maratona lamentou o ocorrido e afirmou que a vítima recebeu atendimento das equipes de emergência.


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