Ministério Público denuncia ex-vice jurídico do Inter e outras seis pessoas

Ministério Público denuncia ex-vice jurídico do Inter e outras seis pessoas

Marcelo Castro é suspeito pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e por embaraçar investigação relacionada a organização criminosa

Correio do Povo

Marcelo Castro foi denunciado pelos de crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e por embaraçar investigação relacionada a organização criminosa

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O Ministério Público (MP) ofereceu, nesta quinta-feira, denúncia contra o advogado Marcelo Domingues de Freitas e Castro, ex-vice-presidente jurídico do Inter na gestão de Vitório Piffero. De acordo com o MP, ele é suspeito pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e por embaraçar investigação relacionada a organização criminosa durante a sua atuação no clube, entre os anos 2015 e 2016. 

Além do ex-vice jurídico do Inter, outros seis suspeitos investigados na continuação da Operação Rebote também irão responder na Justiça por envolvimento em acordos fraudulentos firmados com atleta, ex-jogador e empresa de consultoria jurídica. São eles: Leonardo Laporta Costa, advogado do atleta Danny Bittencourt Morais; Henrique Gershenson, administrador de empresas; Christian Correa Dionísio, empresário e ex-jogador; Georgio Chies, gerente de empresas; e as advogadas Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca. 

Denúncias 

Estelionato e lavagem de dinheiro

Conforme a Operação Rebote, entre os dias 16 de julho e 26 de agosto de 2015, o então vice jurídico do Inter, Marcelo Castro, em acordo com Leonardo Laporta Costa, teria induzido o clube em erro e teria recebido a quantia de R$ 138.750,00. 

Os suspeitos teriam combinado e colocado no acordo firmado pelo Inter com Danny Morais uma cláusula fraudulenta, no montante de R$ 138.750,00, supostamente a ser paga ao jogador, mas destinada a um intermediário, induzindo o clube em erro a fim de propiciar que a referida quantia fosse, em um momento posterior, repassada, por meio de terceiro, a empresas administradas pelo próprio Castro.

Embaraço a investigação relacionada a organização criminosa

Entre 31 de janeiro e 22 de fevereiro de 2018, Marcelo Castro, Henrique Gershenson e Leonardo Laporta Costa teriam embaraçado a investigação, levada a efeito pelo Ministério Público, sobre possível organização criminosa estabelecida na gestão do Inter, em 2015 e 2016, ao utilizar artifícios fraudulentos, como a falsificação e posterior utilização de recibo falso (para tentar justificar a fraude efetivada com os acordos trabalhistas).

Caso Christian 

Estelionato

Entre os dias 10 de junho e 7 de agosto de 2015, Castro e o empresário e ex-jogador Christian Correa Dionísio teriam induzido o clube ao erro nos autos de uma reclamatória trabalhista movida pelo próprio ex-atleta. Nesta ação, Castro, agido em concurso com o ex-atleta, teria obtido para si, em prejuízo ao Inter, R$ 70 mil, em desvio similar ao que envolveu o acordo firmado com o atleta Danny Morais.

Lavagem de dinheiro

Neste caso envolvendo Christian, a lavagem de dinheiro teria se dado por meio do gerente de empresa Georgio Chies. Para que o valor obtido de maneira ilícita não integrasse diretamente o patrimônio do ex-dirigente e nem transitasse de forma imediata por contas bancárias a ele vinculadas, Marcelo Castro teria encarregado Christian a repassar os R$ 70 mil para Georgio Chies, que teria redirecionado o montante à empresa vinculada a Marcelo Castro.

Caso Lorenz & Fonseca Advogados Associados 

Estelionato

Entre 1° de abril de 2015 e 9 de março de 2016, Marcelo Castro e as advogadas Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca - por meio de acerto prévio e da inclusão de cláusula e artifícios financeiros no contrato de prestação de serviços de consultoria jurídica ao Inter - teriam induzido o clube em erro. Nesta ação, Marcelo Castro poderia ter obtido pelo menos R$ 52.160,00 em prejuízo clube ao concretizar uma espécie de "rachadinha". Dos honorários recebidos pelas advogadas, parte teria sido direcionada ao então dirigente como contrapartida pela indicação.

Lavagem de dinheiro

Segundo a denúncia, era por meio do gerente de empresas, Georgio Chies, que o dinheiro retornava para Freitas e Castro. “O denunciado Georgio Chies contribuiu para a prática delituosa ao agir, de forma deliberada e combinada, como operador financeiro de Marcelo Domingues de Freitas e Castro, utilizando a conta corrente pessoal para, em um primeiro momento, receber os valores repassados por Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca, e, ato contínuo, redirecioná-los a empresas vinculadas a Marcelo”, apontou o promotor de Justiça da Promotoria Especializada Criminal, Flávio Duarte.

Ministério Público ofereceu denúncia contra Marcelo Domingues de Freitas e Castro e Leonardo Laporta Costa por estelionato, lavagem de dinheiro e embaraço a investigação relacionada a organização criminosa. Henrique Gershenson vai responder por lavagem de dinheiro e embaraço a investigação relacionada a organização criminosa. Christian Correa Dionísio, Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca foram denunciados por estelionato e lavagem de dinheiro. Pesa contra Georgio Chies o crime de lavagem de dinheiro.

Contrapontos

Em contato com a reportagem do Correio do Povo, a defesa do advogado Marcelo Castro, através do advogado Marcos Eberhardt, manifestou-se através de nota: "Estamos aguardando o acesso ao conteúdo da denúncia para conhecermos a acusação do Ministério Público em toda a sua extensão. De qualquer forma, assim como ocorreu na fase de investigação, seguiremos insistindo em demonstrar documentalmente que não há crimes praticados por Marcelo Castro e muito menos qualquer prejuízo gerado ao Sport Club Internacional". 

Por meio de Comunello, Mattos & Degani Advogados, que representa o ex-jogador Christian, divulgou uma nota sobre o caso:  
“A defesa do ex-jogador Christian não teve acesso oficial a eventual denúncia oferecida pelo Ministério Público. Desta forma, não irá estabelecer nenhuma manifestação a respeito do mérito dos fatos. Todavia o ex-jogador e empresário nega que tenha praticado qualquer espécie de fraude".

A reportagem do Correio do Povo está tentando localizar os demais denunciados pelo MP para ouvir os seus posicionamentos. O espaço está aberto. 


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