"Não disse não ao Real Madrid, disse sim à França", afirma Mbappé
Jogador era especulado como o novo reforço do time espanhol
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Ao renovar com o Paris Saint-Germain, apesar da proposta do Real Madrid, o atacante Kylian Mbappé "disse sim à França e a um novo projeto", conforme afirmou o próprio jogador em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Pergunta: Até que ponto você quer ter influência nas contratações do clube?
Resposta: "É preciso saber confiar nas pessoas. Não se começa bem um projeto quando o principal jogador coloca pressão sobre o diretor esportivo para contratações, etc. Cada um tem o seu lugar. Não vou influenciar em nada e em nenhuma contratação ou venda. Não sou bom para isso. Sou bom no campo de jogo, é nele que quero me concentrar porque há muito trabalho.
P: Já conversou depois de sua decisão com Karim Benzema, seu companheiro na seleção, que queria jogar com você no Real Madrid?
R: "Não conversamos. Não queria exagerar. Não queria forçar as coisas. Quando nos encontrarmos, claro que conversaremos. Ele vai me perguntar os motivos e eu explicarei. É um companheiro, sei que ele queria que eu fosse (para o Real Madrid)".
P: E o que achou de sua publicação no Instagram (com o escudo do Real Madrid)?
R: Todos os jogadores do Real Madrid a publicaram... Não só ele. Não é preciso ser um universitário para saber que vem um pouco mais de cima (risos)".
P: Você recebeu garantias sobre a continuação do técnico Mauricio Pochettino?
R: "A única garantia que tenho é que ele tem contrato até 2023. Por enquanto, deve seguir como treinador. Tenho uma grande relação com ele. É o clube que vai decidir".
P: Como você recebeu as críticas do Real Madrid?
R: "Não tinha nenhum acordo com ninguém. Sempre funcionou assim. É conversar com um clube, traçar um contrato e aí eu escolho. Já aconteceu de eu assinar nos últimos dias da janela, escolher e depois traçar o contrato, mas aí você fica pressionado porque o tempo etá acabando (quando assinou com o PSG em 2017). Posso entender a decepção. Agradeço por terem quisto me aceitar como um dos seus. Não disse não ao Real Madrid, disse sim à França e a um novo projeto do PSG. Foi um chamado da pátria e da capital... Era um pouco cedo para sair assim, grátis, embora saísse pela porta da frente pelo meu rendimento. Um jogador tem que ir bem dentro e fora de campo".
P: Você se sente como um embaixador do Campeonato Francês e da França?
R: "Embaixador? Sim, sou um embaixador! Têm que me pagar! (risos) Está claro que nosso campeonato e nosso futebol foram desprestigiados demais para que seus principais jogadores não o defendam. Hoje, quando vemos nossa seleção, os jogadores que jogam nos grandes clubes, não temos do que nos envergonhar. Não temos que nos achar melhores do que somos, mas a França tem um lugar importante no futebol. É importante lembrarmos sempre disso e estarmos orgulhosos".
P: "Você pode ser Bola de Ouro mais facilmente em Paris do que em Madri?
R: "Em Madri há uma história. Não se pode comparar Madri e Paris. O Real Madrid é um clube muito mais antigo que o PSG, que é um clube jovem. As regras da Bola de Ouro mudaram. Não importa o clube agora, não é como antes, que você dependia muito da sua equipe, do seu campeonato, do seu clube. Hoje em dia, a Bola de Ouro é simplesmente o melhor jogador do mundo. Não importa onde você joga, se você for o melhor, será Bola de Ouro".
P: Está previsto em seu novo contrato uma brecha para saída dentro de dois anos, especialmente pensando no que aconteceu no ano passado?
R: "Claro que pensamos. Existem parâmetros, antecedentes a levar em conta. Não se pode fazer um contrato curto demais, seria rir de todo mundo. Assim como está, está bem. Não é muito longo, não é muito curto, há tempo para se comprometer. Depois, dentro de três anos, não sei o que pode acontecer, mas agora estou comprometido com este novo projeto, com uma nova era, e acredito que fiz uma boa escolha".