Isaquias Queiroz e Erlon de Souza levam prata na canoagem velocidade

O canoísta brasileiro Isaquias Queiroz, remando ao lado de Erlon de Souza, conquistou a medalha de prata do C2 1000m nos Jogos Rio 2016, neste sábado na Lagoa Rodrigo de Freitas. Com o resultado, Isaquias se tornou o primeiro atleta do país a subir três vezes ao pódio em uma única edição de Jogos Olímpicos.

Os brasileiros, campeões do mundo em Milão 2015 na categoria, completaram a distância em 3 minutos 44 segundos e 819 milésimos, cruzando a linha de chegada pouco atrás dos mitos alemães Sebastian Brendel e Jan Vandrey (3:43.912), que levaram o ouro. O bronze ficou com o barco ucraniano, formado pela dupla Dmytro Ianchuk e Taras Mishchuk (3:45.949).

Em sua primeira Olimpíada, Isaquias não cansa de escrever seu nome na história do esporte brasileiro. A medalha de prata no C1 1000m, prova em que também foi superado pelo alemão Brendel, foi também a primeira medalha do Brasil na história da canoagem velocidade. Dois dias depois, conquistou o bronze no C1 200m.

Neste sábado, o baiano, ao lado do companheiro Erlon de Souza, queria buscar o ouro que lhe faltava para completar a trinca olímpica, mas acabou com uma segunda prata na Rio 2016. Com as três medalhas, ele superou a marca dos nadadores brasileiros César Cielo (ouro e bronze em Pequim-2008) e Gustavo Borges (prata e bronze em Atlanta-1996) e atirador Guilherme Paraense (ouro e bronze na Antuérpia-1920).

Ao cruzar a linha de chegada, Isaquias se mostrou frustrado por ter perdido novamente o ouro nos últimos metros, batendo o remo na água com força. Em seguida, percebeu a façanha que tinha realizado e, junto com Erlon, comemorou com a torcida, que lotou a arquibancada do estádio da lagoa Rodrigo de Freitas e gritava "Brasil! Brasil!".

Favoritismo

Atuais campeões do mundo da prova, melhor tempo geral nas eliminatórias. Isaquias e Erlon eram considerados os grandes favoritos ao ouro no C2 1000m. Desde a largada, a dupla brasileira assumiu a liderança da prova e tudo parecia bem encaminhado para que subisse ao mais alto do pódio.

Com 250 metros completados, o barco do Brasil, com a frequência de remadas mais rápida da prova (67 por minuto), se distanciava dos perseguidos mais próximos, os russos Shtokalov e Pervukhin. Os alemães Brendel e Vandrey não apareciam sequer entre os quatro primeiros.

Esse cenário se manteve até os 750 metros. De repente, o monstro da canoagem Sebastian Brendel acordou. O bicampeão olímpico do C1 1000 m deu a ordem ao jovem colega Vandrey para acelerar e, usando seu imponente físico, ultrapassou com facilidade os barcos russo, húngaro e ucraniano.

Só Isaquias e Erlon poderiam fazer frente ao submarino alemão, mas não houve jeito. Mais cansados devido ao forte início de prova, os brasileiros não conseguiram segurar Brendel, que cruzou a linha de chegada quase um segundo à frente do Brasil.