MPF denuncia Nuzman e Sérgio Cabral por esquema da Olimpíada
Ambos são acusados pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro
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A denúncia é o resultado da Operação Unfair Play do MPF, que descobriu um esquema que revelou a compra de votos para a escolha do Rio como sede olímpica de 2016. Ela foi encaminhada nesta manhã ao juiz da 7º Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsável por julgar os processos relacionados à Lava Jato no Rio.
As investigações apontaram que Sérgio Cabral pagou propina para a delegação africana, por meio do empresário Arthur Soares, para a escolha do Rio. Carlos Nuzman e Leonardo Gryner teriam sido os agentes responsáveis por unir pontas interessadas, fazer os contatos e "azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas", segundo o MPF.
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O MPF também informou que, nos últimos dez dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, não havendo indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça. Por exemplo, ele só veio a declarar a existência de 16 barras de ouro, 1 kg cada uma, que mantinha no exterior, à Receita Federal, por meio de retificação do Imposto de Renda, na data de 20 de setembro deste ano, ou seja, após a deflagração da Operação Unfair Play. Nuzman está preso preventivamente, desde o dia 5, em Benfica, zona norte do Rio.
Relembre o caso
Um braço da Operação Lava Jato, denominada Unfair Play, investiga a participação de Nuzman e seus pares na compra de votos para a escolha do Brasil como país-sede da Olímpiada do Rio. O cartola foi preso anteontem porque havia a desconfiança de que ele pudesse atrapalhar as investigações. Os advogados de Nuzman tentam um habeas corpus.
A reportagem do Estado localizou o depósito na Suíça onde o dirigente do COB guarda 16 barras de ouro avaliadas em R$ 2 milhões. Nuzman não havia declarado as barras em seu Imposto de Renda. Só o fez depois de a informação ter sido revelada pela Polícia Federal. Nuzman continua preso no Rio.