"Por que tanto ódio e violência só com meu filho?", diz mãe de torcedor xavante

"Por que tanto ódio e violência só com meu filho?", diz mãe de torcedor xavante

Brigada Militar já instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias em que ocorreram os fatos, após partida entre São José e Brasil de Pelotas no domingo passado, em Porto Alegre

Correio do Povo

Vídeo nas redes sociais mostra vítima sendo retirada do ônibus

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Marta Moraes Cardoso, mãe do torcedor do Brasil de Pelotas, Rai Duarte, desabafou durante entrevista à Rádio Universidade 1160 AM, da Universidade Católica de Pelotas, após o filho ser internado em estado grave na noite do último domingo passado na UTI do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra ele sendo retirado de um ônibus pelo efetivo da Força Tática do 11º BPM.  “Eu me pergunto: Por que tanto ódio e violência só com meu filho? O que ele fez? E mesmo que fez alguma coisa, não justifica o que fizeram com ele. Isso aí foi tentativa de homicídio”.

“Isto aí não se faz...Alguém tem que pagar por isso...Isso aÍ não pode ficar impune”, assegurou, prometendo inclusive processar o Estado. Marta Moraes Cardoso já registrou uma ocorrência na Polícia Civil e confirmou que teve acesso ao vídeo que circula nas redes sociais. “Ele já estava dentro do ônibus para ir embora, quando a Brigada tirou ele de dentro do ônibus, algemou e não sei depois o que aconteceu”, relatou. "Quem fez foi a Brigada. Eles entraram caçoando dele e simplesmente mandaram descer", enfatizou.

Conforme a mãe, o filho “continua sedado e entubado”, tendo passado por uma segunda cirurgia. “Está estável. Os médicos querem tirar a sedação dele na sexta-feira para ver como se comporta”, adiantou, frisando que ainda não existe uma previsão de alta hospitalar do filho. Marta veio de Pelotas e permanece acompanhando a situação do filho no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Uma campanha de auxílio financeiro para o custeio das despesas dela na Capital está sendo realizada.

Questionado sobre a fala de Marta sobre o ocorrido, o comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Luis Felipe Neves Moreira, disse que compreende a revolta. "Entendemos o sentimento dela, mas não podemos nos manifestar", resumiu. 

Inquérito instaurado 

A Brigada Militar já apura o que aconteceu com o torcedor xavante. “Instauramos um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias em que ocorreram os fatos”, confirmou na manhã desta quarta-feira o comandante Neves Moreira à reportagem do Correio do Povo.

O prazo para a conclusão do IPM é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20 dias em caso de necessidade. Depois disso, o procedimento será encaminhado para a Justiça Militar, que irá deliberar pelo arquivamento ou oferecimento da denúncia.

O episódio ocorreu após a partida no domingo passado entre São José e o Brasil de Pelotas, que empataram em 1 a 1, em jogo válido pela Série C do Campeonato Brasileiro, no estádio Francisco Novelletto Neto, no bairro Passo D´Areia, na Zona Norte da Capital. O resultado deixou o Xavante na 17ª posição, na zona do rebaixamento para a Série D, e o Zequinha em 14º.

Houve troca de agressões entre as duas torcidas. Com a confusão, a Brigada Militar interveio. Várias postagens nas redes sociais relatam que a ação policial foi marcada por tapas, chutes, agressões, uso de gás pimenta e ameaças psicológicas. Um total de 13 torcedores foram detidos e levados para a 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (3ª DPPA).


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