Rússia é suspensa dos Jogos Olímpicos de Inverno 2018
Atletas do país ainda poderão participar da competição sob bandeira olímpica, segundo COI
publicidade
Ainda assim, o COI autorizou a participação dos atletas russos sob a bandeira olímpica, desde que estes respeitem algumas condições. A competição vai ser disputada enter os dias 9 e 25 de fevereiro. A entidade também anunciou o banimento do vice-primeiro-ministro russo Vitali Mutko, encarregado dos esportes no país.
Esta decisão, tomada por motivos esportivos, é inédita na história olímpica e acontece no momento em que a Rússia é acusada de ter colocado em prática um esquema de doping institucionalizado entre 2011 e 2015, em particular durante os Jogos Olímpicos de Inverno-2014, que o país sediou em Sochi.
"Trata-se de um ataque sem precedentes contra a integridade dos Jogos Olímpicos e do esporte. O comitê executivo do COI tomou medidas proporcionais contra a manipulação sistêmica, ao mesmo tempo protegendo os atletas limpos", declarou o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, em nota.
O COI segue assim, dois anos depois, o exemplo dado pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), que suspendeu a federação russa em 13 de novembro de 2015 após a revelação de um esquema de doping acobertado pelas autoridades russas no atletismo. A Iaaf havia oferecido aos atletas russos a possibilidade de competir nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e no Mundial de atletismo-2017 caso provassem inocência.
Cerca de dois anos e meio depois da publicação do relatório McLaren, encomendado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) e que revelou o envolvimento do governo russo e dos serviços secretos do país no esquema de doping, o COI decidiu por responsabilizar e punir a Rússia.
Antes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, o COI repassou às federações internacionais a responsabilidade de suspender os atletas russos das modalidades olímpicas, algo muito criticado na época. No fim, somente o atletismo puniu com dureza a Rússia, que acabou viajando ao Brasil com uma delegação bem menor do que o esperado (276 dos 387 atletas previstos).
Após um ano e meio de investigações de duas comissões, organizadas pelo COI e presididas pelos suíços Denis Oswald e Samuel Schmid, as evidências eram gritantes demais para nova transferência de responsabilidade.