Racismo interrompe partida de futebol americano na Serra
Súmula do duelo entre Juventude e Restinga, no domingo, registra ofensas a atletas da equipe da Capital
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De acordo com o documento da arbitragem, “as palavras relatadas foram, entre outras, as seguintes: ‘Dá banana para o macaco que resolve’ e ‘banana é para isso mesmo’”. O presidente do Restinga Redskulls, Vinícius Franla, alega que as ofensas se repetiram ao final da partida. “Quando estávamos saindo do campo falaram: ‘Agora vão comer banana”’.
A direção do Juventude se defende afirmando que as acusações são generalizadas e que não foi encontrada até o momento nenhuma prova concreta. O clube vai disponibilizar à Federação Gaúcha de Futebol Americano (FGFA) a filmagem com a íntegra da partida, na esperança de que fique evidenciado ou que não houve ofensa alguma ou que seja possível identificar os autores. “É uma acusação muito grave, todos nós repudiamos atos de racismo. Temos inclusives diversos jogadores da raça negra”, argumentou o presidente, Eduardo Ferreira.
Como não há nada previsto no regulamento, a FGFA ainda avalia o caso, mas o presidente Jeferson Mendes adianta que uma eventual punição deve ser baseada no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Clube fala em ofensas entre atletas
Além dos gritos racistas nas arquibancadas, o Restinga Redskulls alega que também houve casos de ofensas raciais dentro de campo. “O jogador número 11 deles ofendeu dois jogadores nossos. Comunicamos isso ao árbitro e avisamos que por isso não íamos cumprimentar os jogadores deles”, revelou o presidente do Restinga, Vinícius França.
A súmula não traz menção a possíveis ofensas entre atletas. Por isso, o Juventude mostra indignação com a acusação. “Não podemos ter a nossa imagem manchada dessa forma. Isso é um absurdo, uma calúnia. Se nada for provado neste sentido, vamos processar quem está divulgando isso”, avisou Eduardo Ferreira.
Ainda que a súmula não traga nenhuma referência a ofensas entre os atletas, pelo menos um dos jogadores do Restinga, Andrey Paz, registrou boletim de ocorrência, no qual afirma ter sido ofendido. O documento aponta que “a ofensa à vítima consistiu na utilização de elementos discriminatórios referentes à raça e origem.”