Amistoso encerra carreira de superações do Fenômeno

Amistoso encerra carreira de superações do Fenômeno

Ronaldo conclui trajetória de 18 anos em jogo da Seleção

Correio do Povo

Neste ano, derrota na pré-Libertadores sela o fim da carreira de Ronaldo

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Poucos jogadores tiveram tanta destreza com a bola quanto ele. Outros poucos serão tão “matadores” quanto ele. Mais que um simples jogador que leva a camisa 9 às costas, mais que um goleador do futebol brasileiro, Ronaldo Luís Nazário de Lima é um mito. Ou um fenômeno. Ele sempre fez jus ao apelido que o acompanhou ao longo de sua trajetória, que chega oficialmente ao fim na noite desta terça-feira, quando vestirá pela última vez o manto verde e amarelo da Seleção Brasileira.

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A carreira que se encerra nesta noite, às 21h50min, no amistoso entre Brasil e Romênia, em São Paulo, no estádio do Pacaembu, é única, vencedora e igualmente polêmica. Assim como conquistou títulos por onde passou, além de prêmios por artilharia e qualidade, Ronaldo colecionou momentos difíceis e situações constrangedoras para alguém que tem no currículo três finais – e duas conquistas – de Copa do Mundo. Ao apito final no Pacaembu, a imagem que ficará é do dentuço centroavante que infernizou os goleiros que enfrentaram a Seleção Brasileira, sagrando-se o maior artilheiro da história das Copas do Mundo.

Do subúrbio à Europa em dois anos

Num daqueles típicos casos que só o futebol pode proporcionar, a estrela que ganhou o mundo e brilhou nos perfeitos gramados europeus começou sua trajetória no subúrbio do Rio de Janeiro. Foi nos campos do São Cristóvão foi que Ronaldo marcou seus primeiros gols. Lá chamou a atenção de Jairzinho, o furacão da Copa de 70. Com intermédio do ex-jogador, o atacante de 16 anos parou no Cruzeiro, em 1993.

Em Belo Horizonte, o garoto Ronaldo despontou para o Brasil. Seus números com a camisa cruzeirense são arrebatadores: 44 gols em 46 jogos. Naquela época, ainda defendia a Seleção Brasileira sub-17, mas sua eficiência fez o técnico Carlos Alberto Parreira convocá-lo para a Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994. Do banco, o Ronaldinho (alcunha que ganhou do grupo, que já tinha outro Ronaldo, zagueiro do São Paulo) viu o Brasil ser tetracampeão.

Apesar de não ter jogado sequer um minuto nos Estados Unidos, Ronaldo já havia sido vendido para o PSV, da Holanda. Não precisou falar o complicado idioma para conquistar os torcedores da nova equipe. Em duas temporadas nos Países Baixos, entrou em campo 57 vezes e balançou as redes em 54 oportunidades. Esse desempenho chamou a atenção do Barcelona, que pagou 20 milhões de dólares para tê-lo. Foi na Espanha que Ronaldo virou Fenômeno, graças aos 34 gols em 37 jogos. Porém, ficou apenas uma temporada na Península Ibérica. A Inter de Milão, que o observava desde os tempos de Cruzeiro, finalmente conseguiu contratá-lo, em 1997.

Ascensão e queda de um fenômeno

Os gols por PSV e Barcelona garantiram a Ronaldo um lugar cativo na Seleção Brasileira. Vestindo a amarelinha, chegou a formar dupla de ataque com Romário e, claro, ganhou títulos. Nessa época, participou dos grupos que levantaram os troféus da Copa das Confederações e da Copa América, ambas em 1997, além do bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, um ano antes.

Como Romário havia sido cortado, Ronaldo, então com 22 anos, tornou-se a grande esperança para o penta em 1998, na França. Ele marcou quatro gols durante o torneio, mas a final ficou marcada pela lembrança da mal explicada convulsão sofrida minutos antes do jogo, vencido pelos anfitriões por 3 a 0. Aquela é até hoje a maior goleada que o Brasil sofreu em Mundiais.

Nos anos seguintes, pela Inter, justo quando executava o drible tantas vezes aplicado em zagueiros mundo afora, os ligamentos de seu joelho arrebentaram, afastando o craque dos gramados primeiro por cinco e depois por oito meses. A volta, em 2001, foi lenta e gradual. Alguns disseram que era o precoce fim do atacante.


A volta por cima do outro lado do mundo

Na recuperação, a camiseta que tinha um sorriso estampado com a palavra “Alegria” contrastava com a preocupação de médicos e torcida. Mas foi nessa época que Ronaldo mostrou seu poder de superação. Àqueles que duvidaram de sua participação na Copa do Mundo, respondeu com oito gols marcados no Japão e na Coreia – dois deles na final contra a Alemanha – e o pentacampeonato mundial para o Brasil.

Depois da Copa, voltou à Espanha, para defender as cores do Real Madrid e, no mesmo ano de 2002, conquistou outra vez o mundo, pelo novo clube, em final contra o Olimpia, do Paraguai. A temporada foi encerrada com o terceiro prêmio de melhor jogador do planeta, em eleição da Fifa.

Pelo time merengue, Ronaldo disputou a maior parte de seus jogos pela carreira. Foram 177 partidas ao longo de cinco temporadas. O presitígio na Espanha não o ajudou na Copa de 2006. Na Alemanha, Ronaldo já sofria com o excesso de peso. O Brasil chegou como favorito, mas saiu pela porta dos fundos, em uma campanha que mais ficou marcada pela tietagem do que pelo bom futebol. Mesmo assim, Ronaldo marcou três vezes e se tornou o maior artilheiro de Copas do Mundo, com 15 gols.

De Milão ao fim, em Tolima

Quando já era reserva do Real Madrid, em 2007, Ronaldo transferiu-se para o Milan. E a temporada não trouxe nenhuma boa recordação. Ele não pôde entrar em campo pela Liga dos Campeões, pois já havia disputado uma partida pelo Real. Teve de assistir das cabines aos colegas erguerem o troféu. Em fevereiro de 2008, sofreu uma nova grave lesão no joelho.

A decadência na Europa apontou para a volta ao Brasil. Tudo indicava que Ronaldo enfim jogaria no clube do coração, o Flamengo, onde chegou a fazer sessões de fisioterapia. Porém o Corinthians foi mais rápido e assinou com o jogador. Apresentado com pompa, estreou pela equipe paulista em março de 2009. E novamente calou os críticos que já duvidavam da sequência da sua carreira.

Ainda que preservado em diversas partidas, Ronaldo mostrou-se decisivo nos títulos do Paulistão e da Copa do Brasil – este sobre o Inter. Na temporada de 2010, lesões musculares não permitiram o mesmo desempenho. E com o fracasso do Corinthians no projeto de vencer a Libertadores em 2011, decidiu encerrar sua gloriosa carreira após a eliminação para o Deportivo Tolima.

Números de Ronaldo


Jogos pela Seleção – 104
Gols pela Seleção – 67
Gols em Copas do Mundo – 15
Gols na carreira – 352
Títulos – 13
Melhor do Mundo Fifa – 1996, 1997 e 2002

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