"Tento gritar, mas ninguém escuta", diz Najila ao Domingo Espetacular

"Tento gritar, mas ninguém escuta", diz Najila ao Domingo Espetacular

Modelo que acusa jogador Neymar de estupro deu entrevista exclusiva para Record TV

R7

Najila pediu para fazer inúmeras pausas durante entrevista para Record TV

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Em entrevista exclusiva ao Domingo Espetacular, da Record TV, Najila Trindade lamentou o desdobramento do suposto estupro cometido por Neymar. A modelo, que acusa o jogador, disse que sua família está sendo ameaçada e mais: "Tento gritar, mas ninguém escuta".

Najila recebeu o programa na manhã desse domingo. Diferentemente da modelo que deu entrevistas nos últimos dias, Najila se mostrou abatida, cansada e, por inúmeras vezes, pediu para interromper momentaneamente a entrevista para chorar. “Está tudo distorcido. Tudo errado, minha vida virou do avesso. Eu tento gritar, mas ninguém me escuta”, disse Najila. “Passei por muitas coisas. Não estou nem me sentindo acusada, mas estou me sentindo invadida. As pessoas estão inventando coisas. Não consigo nem expressar.”

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“Teria deixado ele (meu Instagram) desativado desde janeiro e estaria vivendo minha vida em paz. Tudo isso não estaria acontecendo na minha vida”, disse Najila, em outro trecho da entrevista. A assessoria de imprensa de Neymar disse à reportagem que "não vai se pronunciar sobre a entrevista porque a investigação está sob sigilo".

Confira os principais trechos da entrevista exclusiva:

Sonho em Paris

"Eu não quero falar sobre isso. Acho que, nesse momento, eu quero me retirar. Estou muito abalada psicologicamente por tudo que aconteceu, por toda essa exposição, com a minha família, os meus amigos. Não acho que é a hora de falar nesse assunto. Tem que respeitar meu momento, não estou bem, tomei muitos remédios nos últimos dias... Andei muito dopada. Dei depoimentos sob pressão, dopada, sem me alimentar, então, acho que nesse momento preciso de um pouquinho de tranquilidade e deixar que a justiça faça a parte dela e que parem essas especulações". 

Depoimentos na polícia

"(Me refiro) às entrevistas que nem me recordo. Eu estava muito abalada, estava dopada, então assim... Acho que nesse momento não é bom para mim ficar falando, me expondo. Eu preciso me recuperar por que não estou bem. Estou com síndrome do pânico, não durmo, não como". 

Saúde e Remédios

"Fiquei essa última semana sem me alimentar. Perdi dez quilos. Para fazer o depoimento, foi o primeiro dia que fiquei sem tomar o medicamento e, desde então, estou sem dormir, sem me medicar. Só estava conseguindo dormir me medicando. Não sei o que é pior. Ficar dormindo ou ficar acordada". 

A repercussão

"(Estou tendo apoio) da minha família. Está muito difícil. Já não basta tudo que estou passando. As pessoas querem tirar proveito da minha dor, ficam me seguindo, seguindo a minha família... (Najila pede um minuto). Venho sofrendo mais crimes. Venho sofrendo... Invadiram o meu apartamento, estão me caluniando, inventando coisas sobre mim... Não fico vendo muito até porque estive muito dopada nas últimas semanas. Mas o que vi foram pessoas que não sabem da minha história, não sabem da minha vida, estão falando. Estão falando sem me conhecer. E não conhecem". 

"A Najila não é essa Najila que estão falando aí. Só estou aqui de pé até hoje porque sei quem eu sou. Sei da mulher que eu sou. Estou com síndrome do pânico, não consigo sair na rua, não consigo cuidar do meu filho, não consigo fazer mais nada do que eu gostava. Não consigo treinar, não consigo fazer mais nada. Eu não tenho condições de aguentar isso. Não tenho condições de estar dando entrevista, das pessoas ficarem me perseguindo. Não tenho. Estou sofrendo. Me deixem quieta na minha. Deixa que as coisas vão ser resolvidas. Só me deixem em paz. A minha família não tem nada a ver com isso. As pessoas estão seguindo como se isso fosse resolver alguma coisa e não vai. Estão expondo, invadindo. Invadindo de uma forma terrível". 

Invasão no apartamento

"Todas as minhas coisas de valor até o computador do meu filho... Tudo. Assim... As pessoas estão passando dos limites comigo. Eu não sou de ferro. Eu não sou. O que mais querem de mim? Já estou com traumas suficientes já. Quero ficar em paz".

Vida normal

"Nesse momento não passa nada pela minha cabeça. Tomei muito remédio nos últimos dias, muitos mesmo. Preciso colocar minha cabeça no lugar, parar de me medicar, ficar bem. Preciso ainda ter que lidar com todas essas acusações, calúnias, xingamentos. Tudo isso de uma vez só. Nesse momento, preciso de reclusão. Preciso sair dessa turbulência que me colocaram. Eu não pedi nada disso. Nunca pense nisso (tamanho da repercussão). Ficar com síndrome do pânico? Com todo mundo me seguindo como se eu fosse uma criminosa? Acreditei na lei. Achei que meu nome iria ficar em sigilo, que seria tudo resolvido pela lei. Eu confiei na lei. Apenas nisso. Jamais imaginei que fosse entrar na internet e estar exposta lá para todo mundo. Nunca imaginei. Até porque isso é um crime". 

Confiança na lei

"Eu me dopei. Tomei remédio. Tomei muito remédio e vivi na base da medicação. Quando acordava, vinham uns flashes das pessoas falando coisas sobre mim, sobre a minha família. E cada vez queria me dopar mais porque está tudo destorcido, está tudo errado. A minha vida virou do avesso. Eu tento gritar, mas ninguém me escuta. Eu passei a muitas coisas. Não estou nem me sentindo acusada, mas invadida. As pessoas estão invadindo a minha vida, a vida da minha família e não há necessidade disso. Estou me sentindo como... Não consigo nem expressar, não consigo nem achar palavra para isso". 

O pesadelo

"Só sei que minha vida está um pesadelo. A minha vida está um pesadelo e só vem piorando. Desde que me encontrei com ele (Neymar), minha vida está um pesadelo. Eu cheguei no Brasil com quatro quilos a menos. Eu cada vez mais eu vou emagrecendo. E cada vez mais eu desanimo, cada vez mais tudo piora. Cada vez mais as coisas saem do controle e as pessoas não têm noção da dor da minha família, do meu filho. Não consigo ter minha vida, trabalhar, estudar, as coisas que eu gostava de fazer... Treinar, ir dançar, ver meus amigos. Ficar com o meu filho, ver meu filho... Minha família. Ir almoçar com a minha mãe. Não consigo fazer mais nada". 

Redes sociais

"Eu faria diferente? Nunca teria reativado o meu Instagram. Estava desativado. Não teria ativado. Teria deixado ele desativado desde janeiro e estaria vivendo a minha vida em paz hoje. Tudo isso não estaria acontecendo na minha vida. Não quero falar sobre isso (arrependimento de conhecer Neymar). Está piorando mais. Faz tempo que estou carregando. Tomo uma atitude por ser forte e tudo vai piorando, tudo vai piorando, tudo vai piorando cada vez mais. Eu não aguento mais. Eu sou um ser-humano. Estou sofrendo e quero que as pessoas parem de perseguir a minha família, parem de me perseguir. Isso não vai resolver. Agora eu vou fazer um tratamento e colocar a cabeça no lugar. Não vai ser fácil. Vai demorar? Vai, mas assédio em cima de mim não vai resolver. Eu não tenho psicológico para ficar falando nesse assunto, para sair na rua e as pessoas ficarem me perseguindo". 

O vídeo

"Não quero falar. Em outro momento eu falo. Mas aquilo realmente... Foi eu que divulguei o vídeo? Que vídeo? Eu não vi qual vídeo foi para o ar. Não quero falar sobre isso".

O Domingo Espetacular também esteve no hotel em que Neymar e Najila se encontraram. Em um dos endereços mais famosos da capital francesa — próximo à famosa avenida Champs-Élysées, perto do Arco do Triunfo, ao lado de um dos restaurantes que Neymar mais gosta de frequentar —, o programa reproduziu o que seriam os passos do jogador, da entrada até a suíte 203.

Confira a entrevista completa com Najila Trindade:


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