Vasco lamenta gritos "de caráter homofóbico" em jogo contra o São Paulo

Vasco lamenta gritos "de caráter homofóbico" em jogo contra o São Paulo

Na semana passada, STJD determinou que clubes poderão ser punidos com perda de três pontos em casos de gritos de tal natureza

Correio do Povo

Vasco venceu o São Paulo por 2 a 0

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A Diretoria Administrativa do Vasco afirmou em nota nesta segunda-feira lamentar e repudiar “qualquer canto ou manifestação de caráter homofóbico por parte de alguns de seus torcedores” e defendeu que o combate a essas atitudes não deve ser motivado pelo receio de punição desportiva, mas, por uma questão de cidadania e respeito ao próximo e cumprimento da lei. O texto foi publicado no site oficial da instituição um dia depois do árbitro Anderson Daronco interromper o confronto entre o clube carioca e o São Paulo, em São Januário, para advertir a torcida sobre cantos homofóbicos. Aos 19 minutos do segundo tempo, quando o time da casa vencia por 1 a 0, gritos de "time de v....." eram escutados nas arquibancadas.

O Vasco reiterou a gravidade da situação e destacou a atitude do técnico Vanderlei Luxemburgo e de jogadores que clamaram para que os gritos cessassem. “Preconceito é crime. E se existe um Clube no Brasil historicamente habituado a levantar a voz contra qualquer tipo de discriminação este é o Vasco da Gama, dono da história mais bonita do futebol. Assim foi com a resposta histórica de 1924; assim é com os cantos que o torcedor vascaíno entoa orgulhosamente na arquibancada enaltecendo a luta do Clube a favor de negros e operários”, lê-se no comunicado.

A diretoria ainda se comprometeu a promover ações educativas junto ao seu torcedor, “certa de que encontrará em cada vascaíno um aliado no combate a qualquer tipo de discriminação”. “A plateia de um estádio de futebol e a sociedade de maneira geral passam por um processo de aprendizado e conscientização necessário para que atos de preconceito fiquem no passado”– um triste passado, diga-se. O Vasco é a casa de todos”, conclui.

Punição com perda de pontos

Na última segunda-feira, após recomendação da Fifa e atualizações nas leis de homofobia e transfobia no Brasil, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que os clubes poderão ser punidos com perda de três pontos, sendo o dobro da pontuação para reincidentes, em casos de gritos homofóbicos entoados nos estádios. “Que a partir desta data (19 de agosto) os árbitros, auxiliares e delegados das partidas relatem na súmula e/ou documentos oficiais dos jogos a ocorrência de manifestações preconceituosas e de injúria em decorrência de opção sexual por torcedores ou partícipes das competições”, determinou procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua.

A decisão ainda afirma que, além da súmula dos árbitros, outros modos para identificar as injúrias poderão ser levadas em conta. A análise será feita caso a caso. Em junho deste ano, o Suprimo Tribunal Federal decidiu que a legislação que julga os casos de racismo seja utilizada em casos de crimes de injúrias homofóbicas e transfóbicas. A decisão fora dos gramados, porém, influencia diretamente no universo futebolístico. Com a norma do STJD, os clubes passarão a participar das punições cabíveis ao esporte.


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