Rastreamento em tempo real auxilia na segurança

Rastreamento em tempo real auxilia na segurança

Empresa gaúcha possibilita saber, de forma online, quando paciente se aproxima de lugar de alto contágio

Correio do Povo

Hardware utilizado na composição da solução de rastreabilidade contém leitor e sensores

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Imagine um hospital com vários médicos e enfermeiras que pertencem, em face da idade, ao chamado grupo de risco. Nesse local, há uma ala inteiramente dedicada ao atendimento de pacientes portadores de um vírus altamente infeccioso. Ao fixar um chip no crachá desses profissionais é possível saber, de forma online, o momento em que eles se aproximam dessa área onde o contágio pode ser elevado. A informação será visualizada imediatamente no painel de controle, gerando um alerta na central de monitoramento e permitindo ação rápida da área de segurança do hospital. Esse é o negócio da Pmetric, fundada no início de 2018, pelo administrador de redes Rodrigo Westenhofer. Com foco na comercialização de produtos e soluções para automação industrial, logo se iniciou uma relação com o Inovates, ligado ao Tecnovates, em Lajeado, formalizando a incubação no parque. Em seguida, João Carlos Britto Filho associou-se ao projeto e, juntos, deram partida na pesquisa e desenvolvimento de soluções para internet das coisas (IoT), redes neurais e prototipação de produtos.

Conquistar o reconhecimento de dois certames que financiam startups pode ser considerado um feito. Tanto o Edital Gaúcho de Inovação para Indústria (EGII), via Senai Mecatrônica, de Caxias do Sul, com o aporte de R$ 300.000,00, quanto a classificação no edital Tecnova RS, revelam a potencialidade dessa jovem empresa. No total, R$ 583.000,00 vão desenvolver soluções tecnológicas com o conceito real time location system (RTLS), que é uma espécie de GPS indoor. Traduzindo, trata-se de uma tecnologia que permite acompanhar o movimento de ativos (objetos) e pessoas no ambiente interno de uma empresa, com o objetivo de garantir segurança física e sanitária de pessoas ou a movimentação de produtos num determinado ambiente de manufatura. O sistema dá ao cliente informação para tomada de decisão no momento de sua ocorrência. Nos próximos 12 meses, esses dois editais vão permitir a homologação de testes de ensaio junto a Anatel, que será o sinal verde para o início da comercialização do produto.

Com passagens profissionais por Volvo e Ambev, foi na Altus que Rodrigo enxergou a potencialidade da rastreabilidade indoor (num ambiente restrito) como negócio. “É uma solução inovadora e disruptiva se comparada aos meios tradicionais, gerando informações precisas e em tempo real, trazendo valor na gestão de processos, pessoas e na movimentação de ativos”, ressalta o administrador. Após a chegada do sócio João Carlos Britto Filho, chefe de P&D e mestrando em Microeletrônica na UFRGS, no final de 2018, a Pmetric negociou, no início de 2019, o primeiro trabalho de desenvolvimento para Altus. “Aprendi muito com colegas dessa empresa, todos muito experientes e qualificados, e fico feliz que temos uma parceria com eles hoje", diz Rodrigo, que foi desligado dessa empresa, no início da crise, em 2016, e teve que reinventar sua vida profissional.

Os setores prioritários de atuação da empresa serão as chamadas Indústria 4.0, com sistemas de controle de aceso a áreas controlada e o Hospital 4.0, para monitorar respiradores e acesso a área controladas, por exemplo. Futuramente, a mineração também receberá atenção para qualificar o monitoramento de equipamento e pessoas em túneis. A potencialidade desse produtos está diretamente ligada ao fato de que os meios de controle tradicionais, como planilhas preenchidas manualmente, que são falhos devido à interação humana e necessitam a transferência de dados manuscritos para meios digitais, impossibilitam o acompanhamento em tempo real, com informações visualizadas de forma simplificada em painéis de gráficos e informações (dashboards). A implementação de catracas e crachás demanda um alto custo, tornando inviável para muitas empresas, que necessitariam instalar equipamentos em todos pontos de controle de acesso de pessoas e ativos. Funcionalidades como a geolocalização permitem alertas com envio de mensagens no dashboard da plataforma, e-mail ou celular.

Neste sentido, a relação com o Tecnovates foi fundamental desde agosto de 2018, quando Rodrigo ingressou no prédio do parque com uma ideia na cabeça e  economias que garantiam sua estadia por, pelo menos, um ano no local, incluindo sala, telefone, infraestrutura e a visibilidade que o parque traz. Com concorrentes de alto calibre como Zebra, Siemens e Motorola, Rodrigo avalia que poderá oferecer soluções compatíveis com preços muto competitivos. “Nós poderemos oferecer aos clientes regionais e nacionais um laboratório para testar soluções reduzindo riscos e o alto custo para as empresas que não podem pagar uma solução de grife”, explica o empreendedor.

Inquieto, Rodrigo já mira em novos passos para a empresa, como o UWB (ultra wide band), tipo de banda larga de alta precisão e o BLE (bluetooth low energy), tecnologia mais barata onde se consegue acompanhar a localização do indivíduo ou equipamento em até 12 segundos. Esse é o futuro da Pmetric, finaliza.

 



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