CEEE-D é vendida para holding Equatorial em leilão

CEEE-D é vendida para holding Equatorial em leilão

Proposta válida pela estatal foi de R$ 100 mil

Correio do Povo

publicidade

O braço de distribuição da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE-D) foi vendido na manhã desta quarta-feira para a holding Equatorial. A proposta, de R$ 100 mil, foi a única válida no leilão envolvendo a estatal gaúcha. O valor equivale ao dobro do que foi pedido pelo governo do Rio Grande do Sul. A CPFL não apresentou oferta para levar a distribuidora de energia.

Segundo a Secretaria Estadual da Fazenda, o valor tão baixo de venda é explicado pelo fato de que a CEEE estava prestes a perder a licença para atuar no Rio Grande do Sul, justamente por conta da dívida de mais de R$ 7 bilhões. 

Serão vendidas as 44.959.522 ações de propriedade da estatal gaúcha CEEE-Par, que correspondem a 65,87% do capital da CEEE-D. Destas, 44.958.435 são ordinárias e as demais 1.087, preferenciais. 

De acordo com o governo do Estado, a transferência do controle da concessão para a Equatorial irá ocorrer entre 60 e 90 dias. Segundo presidente da CEEE, Marco Soligo, a partir do início da atuação da nova companhia, o ICMS começará ser pago por ela e iss significa a entrada de R$ 1,3 bilhão nos cofres do governo estadual. 

O presidente do Grupo Equatorial, Augusto Miranda, disse que a concessão da CEEE-D fará bem ao mix de ativos da companhia, e que a aposta no Rio Grande do Sul se dá porque o plano de crescimento do Estado é consistente. "Temos conhecimento do plano de investimento do Rio Grande do Sul que está em curso e nosso investimento ajudará muito o Estado a alcançar as metas estabelecidas pelo governo", projetou Miranda. 

Equatorial 

A holding Equatorial já opera na área de fornecimento de energia nos estados de Alagoas, Maranhão, Pará e Piauí. O grupo ingressou no segmento de transmissão de energia ainda em 2016, ao vencer o certame de sete lotes no Leilão de Transmissão 013 /2015 para implantar e operar mais de 2 mil quilômetros de linhas nos estados do Pará, Piauí, Bahia e Minas Gerais. 

Em 2017, após a vitória em outro leilão, foram adicionados 436 quilômetros de linha de transmissão no Pará. No ano seguinte, ao adquirir a totalidade das ações de propriedade da Eletrobrás, a empresa assumiu a gerência e o cumprimento do contrato das instalações e subestações localizadas em Tocantins e Goiás. 

Atualmente, o grupo Equatorial atende quase 10% do total de consumidores brasileiros e responde por 6,5% do mercado de distribuição do país. As empresas que fazem parte do Grupo são a Equatorial Maranhão, Equatorial Pará, Equatorial Piauí, Equatorial Alagoas, Geramar, Equatorial Transmissão, Intesa, Equatorial Telecom, Sol Energia e 55 Soluções.

Privatização 

A desestatização da companhia se iniciou em janeiro de 2019, com a elaboração das propostas legislativas necessárias. No mesmo ano, em maio, a Assembleia Legislativa aprovou a retirada da obrigatoriedade de plebiscito para a venda da empresa e, em julho, autorizou a privatização. O processo começou com a privatização da CEEE-D, a primeira da atual gestão.

Para dar seguimento na desestatização, o governo do Estado firmou contrato com o BNDES para elaboração dos estudos e da modelagem do projeto de privatização. A execução dos serviços, por sua vez, foi feita pela empresa Ernst & Young Global e pelo consórcio Minuano Energia, composto pelas empresas Machado Meyer, Thymos Energia e Banco Genial.

Os estudos elaborados em parceria com o BNDES apontaram para a necessidade de aporte de R$ 2,8 bilhões de forma escritural por parte do Executivo para que a venda se tornasse viável. Assim, a venda das ações partiu de um valor positivo e mínimo de R$ 50 mil e o comprador assume o controle da companhia com o compromisso de se empenhar para reestruturar as dívidas da empresa.

*Com informações do repórter Aristoteles Junior 


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895