Crise energética pode adicionar um ponto percentual na inflação de 2021, projeta estudo

Crise energética pode adicionar um ponto percentual na inflação de 2021, projeta estudo

Falta de chuvas em áreas geradoras de eletricidade gera impacto no preço do serviço e ameaça com desabastecimento

R7

Bandeira tarifária deve sofrer reajuste que perdurará por mais tempo

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A crise hídrica que o Brasil enfrenta pode adicionar até um ponto percentual na inflação 2021 e reduzir até 2,1% do PIB, a soma das riquezas produzidas no País. A conclusão é de estudo da RPS Capital, elaborado pelos economistas Gabriel Barros e Gustavo Fabrício.

O Brasil reduziu a sua dependência na geração hidrelétrica de energia de 90% para 70% nos últimos anos, mas como o patamar ainda é alto, a falta de chuvas acaba tendo um grande impacto no preço da energia. Um menor volume de água nos rios significa também menor capacidade das usinas para gerar energia.

O governo deve anunciar na próxima semana o reajuste da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto aplicado nas contas de luz, em razão da crise hídrica. O Ministério da Economia propôs um aumento de cerca de 50%, que deve prevalecer por mais tempo – em vez de optar por um aumento maior por menos tempo. Assim, o custo para o consumidor deve aumentar de R$ 9,49 para cerca de R$ 14 a partir de setembro.

De acordo com o estudo da RPS, o aumento das bandeiras tarifárias em 2021 terá um custo estimado de R$ 13 bilhões no ano e deve afetar ainda a inflação do ano que vem.

“No curto prazo, o cenário hídrico desfavorável tem pressionado a inflação através da elevação das bandeiras tarifárias, cujo custo estimado é de R$13 bilhões somente neste ano. Ainda que o acionamento das térmicas esteja sendo parcialmente custeado este ano, parte do maior custo com a compra de energia afetará ainda a inflação de 2022, por meio do processo de revisão tarifária das distribuidoras. Estimamos que para este ano, a crise hídrica adicione aproximadamente 1 ponto percentual ao IPCA, que deverá encerrar acima de 7%”, diz o estudo.

O centro da meta de inflação para 2021 é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, a meta será considerada cumprida se a inflação ficar entre 2,25% e 5,25%.

Além da falta de chuvas, que deixou a “caixa d’ água” do País (as regiões Sudeste e Centro-Oeste) com reservatórios no menor nível em 91 anos, há outros fatores que pressionam a inflação para cima, no que os economistas Gabriel Barros e Gustavo Fabrício chamam de “tempestade perfeita” na inflação. Esses fatores são: os choques de oferta na cadeia de suprimento de bens industriais, a elevação do custo global do frete, a inflação de alimentos, na esteira da valorização das commodities e depreciação do câmbio (R$/US$) e o efeito das geadas na quebra de safra de culturas importantes como milho, trigo e café.

O estudo aponta ainda que a situação para 2022 depende do volume de chuvas no período úmido do País, entre outubro a abril, que se ficar abaixo da média pode deteriorar a situação.


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