Indústria perde quase 800 mil funcionários entre 2010 e 2019, diz IBGE

Indústria perde quase 800 mil funcionários entre 2010 e 2019, diz IBGE

Remuneração média recebida pelos 7,6 milhões de profissionais do setor recuou para 3,2 salários mínimos (R$ 3.194), mostra IBGE

R7

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A indústria brasileira empregava 7,6 milhões de profissionais em 2019. O número corresponde a uma queda de 9,2% no contingente de funcionários do setor em 2010, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do crescimento do volume de pessoal ocupado nas fábricas extrativas, a indústria de transformação perdeu 786.163 trabalhadores e agora soma 7,4 milhões de profissionais. O recuo é observado por 16 das 24 áreas de atividade no período de 10 anos, aponta a PIA (Pesquisa Industrial Anual).

As maiores quedas de pessoal foram registradas pelos segmentos de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-27,7%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,5%). Do ponto de vista positivo, o número de trabalhadores na fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis saltou 51,3%.

Por outro lado, nas Indústrias extrativas a atividade de extração de petróleo e gás natural quase quintuplicou a mão-de-obra ocupada em 10 anos, enquanto a maior redução foi na Extração de carvão mineral (-41%). Embora as variações sejam expressivas, as Indústrias extrativas representaram 2,5% da mão-de-obra de toda a indústria.

De acordo com o levantamento, as empresas industriais ocupavam, em média, 25 pessoas em 2019, com um volume médio mais elevado nas empresas de Indústrias extrativas (30 pessoas) do que nas Indústrias de transformação (25 pessoas). Entre os subsetores, chama atenção o número médio de profissionais do segmento de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com cerca de 668 pessoas por empresa.

O estudo aponta ainda que as cinco atividades industriais que mais empregam correspondem a quase metade (45,9%) de todo pessoal ocupado no setor. Os principais destaques ficam por conta das fabricações de produtos alimentícios (21,6%), artigos do vestuário e acessórios (7,5%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (5,9%), veículos automotores (5,8%) e produtos de minerais não metálicos (5,1%).

De acordo com o IBGE, o ranking permaneceu relativamente estável no período de 10 anos, com destaque para o aumento da fatia representada pela indústria alimentícia, que elevou sua participação em 2,7 pontos percentuais entre 2010 e 2019.

Salários

Em relação à remuneração para 2019, a indústria brasileira pagou R$ 313,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, sendo 96,4% referente às Indústrias de transformação e os 3,6% restantes relativos às Indústrias extrativas.

Ao analisar o valor médio pago aos trabalhadores com o salário mínimo, é possível dizer que a remuneração média recebida corresponde a 3,2 mínimos (R$ 3.194). O valor é inferior aos 3,4 salários mínimos (R$ 1.734) recebidos pelos profissionais do setor 10 anos antes.

As Indústrias extrativas pagaram salários médios mais elevados do que as Indústrias de transformação entre 2010 e 2019, mas têm apresentado redução ao longo do tempo e, em 2019, pagaram o menor valor médio, equivalente a 4,6 salários mínimos, o que representa uma redução de 1,3 salário mínimo em uma década.

"Este resultado é puxado, sobretudo, pela queda em cerca de 4 salários mínimos na atividade de extração de minerais metálicos. Considerando as atividades industriais de forma mais desagregada", indica o IBGE.


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