OMC enfrenta a pior crise de sua história, diz diretor-geral
Brasileiro Roberto Azevedo reclama de bloqueio da Índia sobre acordo de 2013
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O conjunto dos 160 países membros da OMC chegou a um acordo, em dezembro passado, na Indonésia, sobre um texto que pretendia reformar e simplificar as regras do comércio mundial, em particular os procedimentos alfandegários. O acordo foi negociado durante quase dez anos. No entanto, a Índia rejeitou assinar o protocolo do acordo de Bali em julho passado, algo indispensável para iniciar o período de ratificação do texto pelos Estados membros. "É a crise mais grave que a OMC já enfrentou", insistiou Azevedo, que participa no Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec) em Pequim.
A Índia exige garantias sobre as ajudas financeiras concedidas a seus produtores agrícolas, que os países ocidentais contestam porque consideram subvenções disfarçadas. Washington e Nova Délhi realizaram discussões bilaterais sobre o tema, segundo Azevedo, que disse ter sido informado pelo representante do Comércio Exterior americano (USTR), Michael Froman. "No entanto, não parece que tenha havido avanços durante estas negociações", lamentou.
O diretor-geral da OMC viajará em meados de novembro à Austrália para o G20, e assegurou que insistirá na gravidade da situação. A OMC tem duas missões principais, que é definir novas regras para o comércio interniaconal e resolver os conflitos comerciais entre os países membros. O acordo de facilitação de intercâmbios é o primeiro em nível multilateral concluído desde a criação do organismo.