Área central de Porto Alegre fica mais de 19 horas sem energia elétrica

Área central de Porto Alegre fica mais de 19 horas sem energia elétrica

Até o início da noite, a Companhia Estadual de Energia Elétrica não sabia informar o que causou o "apagão"

Jessica Hübler

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Mais de 19 horas sem energia elétrica. Desde a noite dessa terça-feira - 21h30min quando o problema foi registrada pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) até as 16h54min - este foi o período que moradores, comerciantes e trabalhadores da área localizada ao longo da rua dos Andradas, no Centro Histórico de Porto Alegre sofreram sem a energia.

Na Andradas, no trecho entre a rua Bento Martins e Caldas Júnior, era possível ver dezenas de pessoas em frente a prédios, na expectativa do retorno da energia. Entre os locais impactados, estava o prédio onde fica a Secretaria Municipal de Educação e o Procon de Porto Alegre. Ambos tiveram as atividades suspensas no turno da manhã. Do lado de fora, professores e funcionários tentavam dar prosseguimento às suas atividades. Porém a falta de luz não atingia todos os locais. Alguns conseguiram manter os serviços com o apoio de geradores.

Um dos prédios afetados tinha 11 andares e permaneceu com as salas e escritórios fechados pela manhã. Na entrada, o chefe operacional do prédio, Eduardo Eckhard, comentava que a maioria dos escritórios seguiam fechados, alguns chegaram inclusive a liberar os seus funcionários. Do lado de fora, várias pessoas aguardavam por uma posição oficial.

Entre os escritórios estava uma clínica de medicina do trabalho. Quem tinha atendimento agendado teve que ir embora sem o serviço. Na mesma quadra, uma lotérica e uma loja de roupas estavam às escuras. Na lotérica, foi afixado um cartaz informando a falta de energia. Na loja, a proprietária Makelen Chiaradia destacou os transtornos causados, como uma obra que estava prevista e era realizada com menos rapidez por falta da luz.

“O planejamento era conseguir fazer todas as melhorias, como a reforma do banheiro, mas estamos apenas fazendo o que é possível por enquanto”, comentou ela. Em uma farmácia, as funcionárias também aguardavam o retorno do fornecimento e explicaram os transtornos.

“Não temos como ver os preços, daí precisamos ligar para outra loja onde há luz. As compras por cartão ainda funcionam porque os equipamentos têm bateria”, explicou a balconista Jéssika Jaqueline. Alguns estabelecimentos nem chegaram a abrir as portas, como um escritório de seguros localizado na Andradas.

Muitas pessoas reclamaram ainda da demora na solução do problema e na falta de informações sobre o horário de retorno do fornecimento. A CEEE explicou que, como os alimentadores da rede são subterrâneos, no Centro, descobrir as causas da falha e corrigi-la leva mais tempo do que em casos de problemas com a rede aérea.

Até o início da noite, a CEEE não sabia informar o que teria causado o “apagão”. Há uma suspeita de que tenha sido resultado de vandalismo, mas a hipótese não foi confirmada e nem o local exato do problema foi identificado. A Companhia deve investigar o caso. A demora, conforme a CEEE, ocorreu por conta da dificuldade de manutenção da rede.

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