Com foco no atendimento clínico e cirúrgico, Hospital São Lucas completa 45 anos

Com foco no atendimento clínico e cirúrgico, Hospital São Lucas completa 45 anos

Instituição também passou por situações desafiadoras durante a pandemia

Felipe Samuel

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Primeiro hospital marista do mundo, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) completa 45 anos nesta sexta-feira. Em quase meio século de existência, a instituição enfrentou um dos maiores desafios da sua história nos últimos 20 meses, que foi a pandemia do novo coronavírus. A exemplo de outros hospitais, o HSL precisou se reinventar para atender a demanda crescente de pacientes com diagnóstico da doença.

As transformações provocadas pela pandemia na área da saúde aceleraram algumas mudanças na instituição, que começou a colocar em prática um planejamento de reposicionamento de mercado, com foco no atendimento clínico e cirúrgico da população adulta. Há quase dois anos à frente do HSL, o diretor-geral Leandro Batista Firme explica que os serviços do hospital serão voltados para assistência nas diversas linhas de especialidades, com ênfase na oncologia e cardiologia.

Segundo Firme, a instituição já tinha um projeto de reposicionamento de negócio que avançou por conta da pandemia. "Temos uma parceria bastante forte com o Grupo Oncoclínicas, que é um grupo de representatividade nacional, e também na linha cardiológica. Recentemente lançamos o Saúde Card, que visa desde o acolhimento do paciente, a sua admissão, até o monitoramento pós-tratamento. É o cuidado individual prestado ao paciente em cada etapa do seu processo de atendimento", frisa.

Com 2,8 mil colaboradores, o HSL - que foi inaugurado no dia 29 de outubro de 1976 -, sofreu as consequências do impacto econômico provocado pela Covid-19. "Para um hospital com as características do nosso, filantrópico, que atende SUS, foi bastante desafiador, porque a gente já vinha com uma defasagem da tabela de remuneração do SUS, o que faz com que a gente 'se vire nos 30', como se diz no popular", observa. Ele destaca que a pandemia gerou ainda o represamento de procedimentos eletivos. "Era tudo aquilo que trazia um equilíbrio para a estrutura do ponto de vista econômico-financeiro", assinala.

Desafios 

Com a chegada da pandemia, procedimentos cirúrgicos, exames eletivos, entre outros, foram suspensos, o que acabou esvaziando o hospital. "A gente se viu numa situação bastante desafiadora, embaraçosa, porque ao mesmo tempo que a sociedade precisava dos atendimentos de saúde, precisava da nossa estrutura de atendimento, estávamos vivendo uma das piores crises financeiras da época, pelo menos num primeiro momento", salienta. O aumento de pacientes Covid-19 obrigou o hospital a direcionar leitos críticos para atender especificamente pacientes com a doença.

"A gente inverteu todo fluxo de atendimento no hospital, não deixando de atender outras patologias, mas o hospital numa determinada época ficou Covid-19 de ocupação tanto em leitos de UTI quanto de enfermaria", completa. Antes da pandemia, Firme destaca que o HSL já tinha um projeto de se reinventar enquanto negócio. "Um dos exemplos de oportunidades que surgiram durante a pandemia foi a própria telemedicina, que era algo até então bastante incipiente dentro da nossa instituição", frisa.

Em função da pandemia, o HSL ampliou os investimentos na telemedicina. "Acabamos tendo repercussão bastante positiva, porque além de levar uma solução bastante acessível e inovadora para toda a sociedade, as pessoas não deixaram de ser assistidas", garante. Mesmo passado o pico da pandemia, a ocupação dos leitos do HSL continua elevada, com média de 90% de ocupação dos leitos. Firme destaca ainda a trajetória de 45 anos do HSL.

"É um orgulho grande estar à frente de uma instituição deste tamanho e com a representatividade do HSL, não só na saúde de Porto Alegre, como do Estado e até inclusive em nível nacional. O HSL já é reconhecido por sua reputação técnica", finaliza.


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