Em greve, servidores do INSS realizam manifestação no Centro Histórico de Porto Alegre

Em greve, servidores do INSS realizam manifestação no Centro Histórico de Porto Alegre

Protesto teve adesão de cerca de 300 pessoas, de acordo com organizadores

Felipe Faleiro

Manifestação dos servidores encerrou na Esquina Democrática

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Servidores do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no RS (Sindisprev RS) realizaram, na manhã desta terça-feira, um ato no Centro Histórico de Porto Alegre, reivindicando melhorias no serviço público. A categoria está em greve desde o dia 23 de março. Conforme os organizadores, por volta de 300 pessoas de diversas partes do Estado participaram da mobilização pacífica, que teve o uso de camisas pretas, trio elétrico e diversos cartazes contrários ao governo federal.

O ato, que contou com adesão de outros sindicatos, também ocorreu em outros estados, e iniciou em frente ao edifício do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (Ipase), na Travessa Mário Cinco Paus, percorreu os fundos do Mercado Público, encerrando na Esquina Democrática. “Além da reivindicação do reajuste salarial, também temos a questão do concurso público. Hoje, estamos com a metade da força de trabalho que havia em 2015, enquanto o número de processos cresce em razão do aumento da população”, disse Alcieres Cardoso, diretor de imprensa do Sindisprev RS.

De acordo com ele, o governo não está promovendo diálogo com a categoria de trabalhadores. “Tivemos algumas reuniões com o INSS, mas não houve uma negociação efetiva. O governo está oferecendo 5% de reajuste linear, no entanto, nossa perda é de mais de 30% desde 2017, o último reajuste que tivemos. Mesmo assim, antes daquele ano, a reposição foi sempre abaixo da inflação anual. Então, temos uma perda salarial de quase 50%”, calcula Cardoso. A categoria pleiteia o reajuste de 19,99%, referente à inflação a partir de 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência.

Conforme o diretor do sindicato, por volta de 40% dos serviços realizados pelo INSS está sendo afetado em razão do movimento grevista. Em março, o movimento teve também a adesão dos peritos médicos federais. “A população não está sendo atendida de forma digna. Em vez de ter servidores nas agências atendendo, o governo manda as pessoas serem atendidas nos meios digitais. Atualmente, 60% da população não tem acesso à Internet, muitas vezes não tem computador ou celular que suporte o aplicativo Meu INSS”, criticou ele. A reportagem contatou o INSS, mas o órgão disse que não iria se posicionar a respeito do movimento reivindicatório.


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