Funcionários públicos protestam por reposição salarial em Porto Alegre

Funcionários públicos protestam por reposição salarial em Porto Alegre

Grupo se concentrou no Instituto de Educação Flores da Cunha, de onde saiu em caminhada até o Palácio Piratini

Felipe Samuel

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Funcionários públicos estaduais e federais protestaram nesta sexta-feira em Porto Alegre por reposição salarial, contra os governos estadual e federal e os 58 anos do golpe militar. A manifestação reuniu representantes de entidades e movimentos sociais, sindicais e estudantis. O grupo se concentrou no Instituto de Educação Flores da Cunha, na avenida Osvaldo Aranha, de onde saiu em caminhada até o Palácio Piratini.
 
Classificado como ato em defesa das liberdades democráticas, a manifestação fez referência ao aumento do custo de vida - como elevação do preço da gasolina e do gás de cozinha. Entre os funcionários estaduais, as críticas recaíam sobre a reposição salarial de 6% anunciada pelo governo gaúcho. O presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, afirma que o funcionalismo está há oito anos sem reajuste.
 
Ele critica ainda a renúncia de Eduardo Leite do Palácio Piratini. "Obviamente não vai deixar saudades, mas deixa os servidores numa situação terrível e ainda anuncia 6% de reposição, com uma defasagem superior a 50% e uma inflação de 2021 a mais de 10%", afirma. Corrêa destaca que a mobilização visa também lembrar dos 58 anos do golpe militar de 1964. "Essa data não pode ser esquecida", observa.
 
Representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) também participaram do ato. Vice-presidente da seção sindical Andes/Ufrgs, Elisabete Búrigo afirma que o protesto é em defesa das liberdades democráticas e por reajuste salarial de 19,99% para os funcionários públicos federais. "Estamos em campanha salarial e pela manutenção dos serviços públicos", explica.
 
O Sindicato dos Técnico-Administrativos da Ufrgs, UFCSPA e IFRS (Assufrgs) marcou presença no protesto. Coordenadora-geral da Assufrgs, Tamyres Filgueira afirma que a mobilização serve para lembrar de 1964. "Foi um período que foi muito ruim para a população em geral, que feriu direitos da democracia", destaca. O atual governo é muito saudosista desse tempo, que foi um tempo nebuloso para o Brasil", completa.
 
Tamyres reforça que os servidores públicos federais, sobretudo os que trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram papel importante durante a pandemia. "É uma campanha pela recomposição emergencial, não vai ser um reajuste real, mas sim reposição emergencial por conta de toda a inflação do último período", sustenta.

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