Taxistas da Rodoviária pedem mais fiscalização sobre motoristas de aplicativos

Taxistas da Rodoviária pedem mais fiscalização sobre motoristas de aplicativos

Vereador Adeli Sell defende que os dois sistemas de transporte precisam se somar

Franceli Stefani

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Mais fiscalização por parte da Empresa Pública de Transportes e Circulação de Porto Alegre (EPTC). Essa é a principal reivindicação feita pelos taxistas do ponto da Estação Rodoviária da Capital.

De acordo com o supervisor do local, Ademir Niffa, a posição foi reforçada na manhã desta terça-feira para o vereador Adeli Sell, que esteve no local. Atualmente, cerca de 1.200 motoristas trabalham no endereço.

"Ainda não existe uma fiscalização eficiente. Há umas duas semanas eles começaram a fiscalizar, principalmente os pneus, a parte elétrica e a documentação, porque tem muito condutor que trabalha para aplicativo que anda com gás e não é legalizado", afirmou Niffa.

Segundo ele, mês passado a EPTC flagrou quase uma dezena de irregularidades em veículos utilizados por motoristas não profissionais. "O táxi tem que ter todas as taxas pagas, não é justo com nossa categoria. Hoje para funcionar é preciso fazer investimentos, como ponto de estacionamento, leis trabalhistas, aqui temos 13 funcionários, além da manutenção do veículo", destacou.

A competição irregular também foi salientada pelo vice-supervisor, Sílvio Cesar Russo Freitas. "Basta ter um carro, baixar um aplicativo e pronto. A pessoa que chama nem sabe quem é que está dirigindo. Acho muito desleal, nos atrapalhou muito, principalmente financeiramente. Há muita gente indo para o outro lado", disse. Há pessoas que não tem dinheiro, nem mesmo, para ter pneus em condições de circular, conforme relata Freitas. "Para nós não tem meio termo, a fiscalização é rigorosa." Entre os apelos feitos, Niffa destaca melhorias no ponto da rodoviária, porque não há mais lugar para abrigar todos os veículos. "Não temos nem mesmo banheiro aqui. Além disso, queremos os mesmos direitos e os mesmos deveres de sempre. Queremos uma limitação no número de veículos de aplicativos, hoje são mais de 10 mil e a nossa frota se mantém", desabafou.

O vereador diz que os dois sistemas de transporte precisam se somar. "Eles devem pagar a mesma Taxa de Gerenciamento Operacional (TGO), achamos que temos que ter uma boa legislação para os taxistas. Isso facilitaria passar o carro para outras pessoas. Eu fiz uma proposição para a mesa, que seja feita uma reunião para tratar das emendas e não ir a frio para o plenário." Sell lembrou de anos anteriores, quando houve muita discussão e estresse na Câmara de Vereadores e também nas ruas. "Hoje estamos com nossa proposição em ordem, ela foi construída coletivamente, já conhecemos a posição dos taxistas e dos aplicativos. Cada um precisa ser ouvido. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. As duas modalidades são possíveis e necessárias e o poder público precisa tomar as decisões necessárias", encerrou.

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