Ao menos cinco pessoas morrem em incêndio em fábrica de vacinas na Índia

Ao menos cinco pessoas morrem em incêndio em fábrica de vacinas na Índia

Fogo consumiu parte de um prédio do Instituto Serum, mas não impactou imunizantes contra Covid-19

Correio do Povo e AFP

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Ao menos cinco pessoas foram encontradas mortas depois que um incêndio atingiu as instalações do Instituto Serum (SII), na Índia, na maior fábrica de vacinas do mundo. O fogo consumiu parte de um prédio que está em construção para ampliar a capacidade do local. Autoridades locais e a empresa afirmaram que a produção de Covishield, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca, não foi impactada.

"Acabamos de receber algumas atualizações angustiantes; após uma investigação mais aprofundada, descobrimos que infelizmente houve algumas perdas de vidas no incidente. Estamos profundamente tristes e oferecemos nossas mais profundas condolências aos familiares dos falecidos", tuitou o CEO do Instituto Serum, Adar Poonawalla.

As equipes de resgate encontraram cinco corpos num prédio em construção depois que o incêndio foi controlado, informou a imprensa local. O controle do fogo levou cerca de três horas. De acordo com a mídia indiana, a principal hipótese para o início das chamas é uma falha elétrica. O SII está distribuído por 100 acres na cidade de Pune. Manjari, o complexo onde o incêndio começou, fica a poucos minutos de carro das instalações onde as vacinas conta a Covid-19 são produzidas.

Vacinas não foram afetadas

O fabricante garantiu, porém, que sua produção de vacinas contra a Covid-19 não foi afetada. "A unidade de produção de vacina não foi atingida", garantiu uma fonte do SII à AFP, acrescentando que o incêndio começou em uma nova fábrica em construção. O local do incêndio fica a uma curta distância de carro da unidade onde as vacinas contra o coronavírus são produzidas, enquanto o complexo da SII se estende por mais de 40 hectares.

Oito ou nove edifícios estão em construção no complexo para melhorar a capacidade de produção, de acordo com a emissora NDTV. Um oficial dos bombeiros disse a repórteres que "mais três ou quatro pessoas estavam dentro" do prédio quando o incêndio começou, mas que todas estavam seguras.

"Farmácia do mundo"

O Serum Institute of India, fundado em 1966 por Cyrus Poonawalla, é o maior fabricante mundial de vacinas em volume. Ela  já produzia 1,5 bilhão de doses por ano antes da pandemia de Covid-19.

A empresa fabrica vacinas contra poliomielite, difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba e rubéola. Essas vacinas são exportadas para mais de 170 países. A empresa gastou quase um bilhão de dólares nos últimos anos para expandir e melhorar seu gigantesco complexo em Pune.

Em janeiro, as autoridades regulatórias indianas aprovaram duas vacinas: Covishield, produzida pelo Serum Institute, e a Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech. O imenso país de 1,3 bilhão de habitantes iniciou no sábado uma das campanhas mais ambiciosas do mundo, com o objetivo de imunizar 300 milhões de pessoas até julho.

Mas muitos outros países também dependem do SII para o fornecimento de vacinas. A Índia enviou na quarta milhares de doses de seus primeiros lotes da vacina contra a Covid-19 para as Maldivas e o Butão. Bangladesh recebeu dois milhões de doses nesta quinta, também ofertadas, e então será a vez do Nepal, Mianmar e Seychelles.

A Índia planeja doar cerca de 20 milhões de doses aos seus vizinhos, informou a agência Bloomberg na semana passada. Sri Lanka, Afeganistão e Maurício, bem como Brasil e África do Sul serão os próximos na longa lista de países que aguardam a vacina.

"A farmácia mundial vai aceitar o desafio da Covid", disse o ministro indiano das Relações Exteriores, S. Jaishankar, em sua conta no Twitter. Além disso, o SII planeja fornecer 200 milhões de doses dentro da estrutura Covax, o dispositivo colaborativo contra a pandemia, co-dirigido pela Organização Mundial da Saúde e destinado a distribuir a vacina para países pobres.

A Índia é o segundo país mais afetado - depois dos Estados Unidos - pela covid-19, com mais de 10 milhões de casos relatados, embora a taxa de mortalidade seja uma das mais baixas do mundo.

 


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