Austrália quer prender jornalistas que divulgaram informações do caso Pell
Promotoria pediu que 23 profissionais de 13 organizações sejam processados por violar sigilo
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As autoridades da Austrália solicitaram penas de prisão e multas para 23 jornalistas e grupos de imprensa acusados de violar o sigilo imposto ao caso de pedofilia envolvendo o cardeal George Pell. A promotoria pediu nesta terça-feira que estes 23 jornalistas e 13 organizações de imprensa sejam processados por ignorar o sigilo decretado pela justiça.
O processo contra Pell correu em sigilo por ordem do juiz Peter Kidd, que proibiu não apenas a divulgação do caso, mas também de sua decisão de mantê-lo em segredo. Mas após a condenação de Pell, em dezembro passado, por abuso sexual contra dois coroinhas na década de 1990, jornais como New York Times e Washington Post publicaram detalhes do processo, alegando que o juiz não tinha jurisprudência a nível global.
Diante desta situação, órgãos australianos de imprensa se queixaram da censura e alertaram seus leitores na Austrália sobre o sigilo envolvendo um caso de interesse público. Em contrapartida, juízes australianos justificaram o sigilo para não predispor os jurados do caso.
Entre os jornalistas ameaçados de prisão ou pesadas multas estão o editor do jornal Daily Telegraph e do Australian Financial Review, e os editores de dois jornais de Melbourne. Também está na mira das autoridades o conglomerado Nationwide News, o maior grupo de imprensa do país, do magnata Rupert Murdoch.