Biden diz que poderá usar tecnologia para restaurar internet em Cuba

Biden diz que poderá usar tecnologia para restaurar internet em Cuba

Ele acrescentou que está aberto a enviar vacinas contra a Covid-19 ao país

AE

Cuba registrou protestos nos últimos dias

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Os Estados Unidos estão analisando se podem restaurar o acesso à internet em Cuba, onde autoridades restringiram a conexão após protestos governamentais históricos, afirmou nesta quinta-feira o presidente americano, Joe Biden. "Estamos considerando se temos capacidade tecnológica para restaurar esse acesso", disse Biden ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel.

Ele acrescentou que está aberto a enviar vacinas contra a Covid-19 ao país. "Eu estou disposto a doar quantidades significativas de vacinas se, de fato, eles me garantirem que uma organização internacional administrará essas vacinas e fará isso de tal forma que os cidadãos comuns tenham acesso a essas vacinas."

Horas antes, o governador da Flórida, Ron DeSantis, e outras autoridades haviam pressionado a Casa Branca a apoiar os esforços para preservar o serviço de internet para manifestantes antigoverno em Cuba. De Santis havia sugerido até mesmo o uso de balões gigantes como hotspots Wi-Fi flutuantes para permitir que imagens de dissidência sejam transmitidas ininterruptamente do país.

"Obviamente temos de apoiar as pessoas de Cuba contra a ditadura comunista", disse DeSantis em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira em Miami, acrescentando que restaurar o acesso à internet é vital para apoiar o povo de Cuba.

DeSantis disse que todas as opções devem ser exploradas, incluindo o uso de tecnologia offshore e de satélite para fornecer serviços de internet. Uma opção que está sendo considerada é o uso de balões, citado por De Santis, para fornecer conectividade. O governador republicano também sugeriu usar a Embaixada dos EUA em Havana como uma espécie de hotspot.

A maioria das redes sociais e aplicativos de mensagens continuava bloqueada no serviço de internet móvel de Cuba nesta quinta-feira quatro dias depois dos protestos contra o governo. A ONG Netblocks reportou que o acesso ao YouTube também passou a apresentar limitações, problemas que já tinham sido notados em Facebook, WhatsApp e Twitter.

Autoridades cubanas bloquearam sites de mídia social em um aparente esforço para interromper o fluxo de informações de dentro para fora e dentro do país. O acesso à internet é possível nos locais de Wi-Fi públicos e também, embora com relatos de instabilidade, nos serviços Nauta e ADSL nos domicílios, mas poucos cubanos podem pagar pela conexão em casa em razão do alto custo. As telecomunicações em Cuba são inteiramente dependentes da estatal Empresa de Telecomunicaciones de Cuba (Etecsa), que há dois anos e meio começou a oferecer serviços de dados móveis.

O serviço ficou desabilitado no domingo, após os protestos se estenderem por todo o país. Alguns cidadãos passaram a recorrer a plataformas de rede privada virtual (VPN) para retomar o acesso às redes 3G ou 4G de seus dispositivos. "Os serviços VPN, que podem driblar a censura da internet, continuam sendo eficazes para muitos usuários", destacou a Netblocks.

Os protestos começaram a se espalhar para várias cidades de Cuba depois que foram divulgados nas redes sociais vídeos das manifestações pela escassez de alimentos e remédios em San Antonio de Los Baños. 


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