Centro comercial no Quênia reabre dois anos após massacre

Centro comercial no Quênia reabre dois anos após massacre

Complexo foi atacado por insurgentes filiados à Al-Qaeda e deixou 67 mortos

AFP

Centro comercial Westgate de Nairóbi reabre dois anos após massacre

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O centro comercial Westgate de Nairóbi, capital do Quênia, reabriu neste sábado, quase dois anos após um ataque dos islamitas somalis shebabs que matou 67 pessoas durante quatro dias de cerco. O luxuoso complexo, frequentado pela classe média e expatriados, sofreu importantes danos no ataque realizado em setembro de 2013 pelos insurgentes filiados à Al-Qaeda. Depois de uma curta cerimônia de abertura, na presença do governador de Nairóbi Evans Kidero, cerca de 50 clientes fizeram fila para serem os primeiros a entrar no edifício, cuja entrada ganhou um detector de metais.

"Estamos impacientes porque (...) a gente pode mostrar ao mundo que o terrorismo não pode nos colocar para baixo", declarou Ben Mulla, de 34 anos, ferido no ataque. "Eu tinha ido para um almoço de negócios. O tiroteio foi intenso, escondi-me atrás de algumas plantas. Vi quatro terroristas (...) Dispararam contra mim e uma bala ricocheteou na parede e atingiu minha perna. Eles mataram um guarda na minha frente", relatou. "Eles eram jovens. Não tinham emoções. Pareciam desfrutar o que estavam fazendo. Eu nunca vou esquecer os seus rostos, nunca", acrescentou.

O Shebab reivindicou a responsabilidade pelo massacre e disse que atacou o shopping em retaliação pelo envolvimento militar do Quênia na vizinha Somália, mergulhada no caos há duas décadas. As tropas quenianas fazem parte da AMISOM, uma força militar da União Africana que apoia o governo de Mogadíscio contra os insurgentes. Dede o Westgate, os shebabs cometeram mais ataques no Quênia. Em abril, realizaram mais um massacre sangrento na Universidade de Garisa (nordeste), que deixou 148 mortos, em sua maioria estudantes.

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