Com Brasil na fila de espera, Índia começa a exportar vacina a partir de quarta

Com Brasil na fila de espera, Índia começa a exportar vacina a partir de quarta

Butão e Bangladesh serão os primeiros países a receber lotes da vacina de Oxford/AstraZeneca produzida pelo Instituto Serum

Correio do Povo e R7

País, produtor de mais de 60% das vacinas existentes no mundo, faz diplomacia com imunizantes

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A Índia iniciará as exportações de vacinas da Covid-19 na quarta-feira, conforme fontes do governo informaram à agência de notícias Reuters. O país irá comercializar a vacina desenvolvida pela universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e fabricada na no país pelo Instituto Serum. O primeiro lote será enviado o Butão amanhã e nos próximos dias mais dois milhões de doses da vacina serão despachadas para Bangladesh. Outras dezenas de nações estão na fila para adquirir o imunizante, inclusive o Brasil.

O governo indiano fornecerá vacinas gratuitamente ao Butão, informou o The Bhutanese, citando o primeiro-ministro Lotay Tshering, na segunda-feira. O primeiro-ministro pagará com seus recursos pessoais se o país tiver que adquirir as vacinas, acrescentou. Enquanto isso, Bangladesh receberá o imunizante como um símbolo de amizade diplomática, de acordo com o India Today. “A vacina que será dada como presente chega na quarta-feira”, disse o secretário de Saúde de Bangladesh, Abdul Mannan, na segunda-feira. "Esta vacina é um acréscimo ao acordo que temos", disse, em referência à compra de 8 de janeiro de 30 milhões de doses.

É provável que a Índia também dê vacinas ao Nepal. O governo desse pequeno país aprovou na semana passada o uso emergencial da vacina de Covishield. Após a aprovação, a Embaixada do Nepal disse que o lado indiano garantiu que “os requisitos seriam considerados prioritários após o lançamento das vacinas”. 

O governo indiano não fez declarações a respeito da entrega das vacinas aos seus vizinhos. No entanto, o primeiro-ministro Narendra Modi sugeriu ajudar os vizinhos em seus tweets. Em resposta a uma mensagem do presidente das Maldivas, Ibrahim Mohamed Solih, parabenizando a Índia pelo lançamento das vacinas contra o coronavírus, Modi tuitou: “As vacinas sendo desenvolvidas e fabricadas na Índia ajudarão nosso povo, bem como a humanidade em geral, a escapar da pandemia".

Brasil espera envio de vacinas

O Brasil está numa fila para receber o imunizante de Oxford, fabricado pela AstraZeneca na Índia. O país, porém, sequer é citado na declaração oficial indiana e permanece sem previsão de receber os 2 milhões de doses solicitadas. 

"O programa de imunização está sendo implementado na Índia, como em outros países, de maneira gradual para cobrir os profissionais de saúde, os trabalhadores da linha de frente e os mais vulneráveis. Tendo em vista as necessidades domésticas da implementação em fases, a Índia continuará a fornecer vacinas contra a covid-19 aos países parceiros nas próximas semanas e meses de forma faseada. Será garantido que os fabricantes nacionais terão estoques adequados para atender às necessidades domésticas enquanto fornecem no exterior", diz a nota.

O governo de Modi preferiu garantir a campanha nacional de vacinação, que começou em 16 de janeiro, antes de iniciar a venda da dose para outras nações. A vacina de Oxford pode ser armazenada à temperatura de um refrigerador e é vista como uma opção mais viável para países mais pobres, já que as vacinas da Pfizer e da Moderna precisam ser armazenadas a temperaturas muito baixas, cerca de 70 graus negativos.


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