Comissão Europeia rejeita modificação unilateral dos termos do Brexit

Comissão Europeia rejeita modificação unilateral dos termos do Brexit

Presidente do órgão, Ursula von der Leyen, disse que se trata de "uma questão de lei, de confiança e de boa-fé"

AFP

De acordo com von der Leyen, "o afeto pelos britânicos nunca vai desaparecer, mas a cada dia que passa as chances de um acordo oportuno se dissipam"

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O Acordo de Retirada alcançado entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido, que define o Brexit, "não pode ser modificado" unilateralmente - afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quarta-feira. É "uma questão de lei, de confiança e de boa-fé", disse, referindo-se a uma lei do mercado interno promovida pelo governo britânico e que altera aspectos já negociados e acordados entre Londres e Bruxelas.

"UE e Reino Unido concordaram que é a melhor e única forma de garantir uma paz duradoura na Irlanda. E não vamos recuar. Este acordo foi ratificado (pelo Parlamento Europeu) e pela Câmara dos Comuns. Não pode ser modificado, abandonado, ou deixado de ser aplicado unilateralmente", frisou.

De acordo com von der Leyen, "o afeto pelos britânicos nunca vai desaparecer, mas a cada dia que passa as chances de um acordo oportuno se dissipam", disse a presidente da Comissão. A alemã destacou que as negociações "são sempre difíceis", acrescentando que "as negociações não têm progredido como queríamos, e isso nos deixa muito pouco tempo".

Em mensagem direta a Londres, ela lembrou as palavras da ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, que afirmou que "os britânicos não quebram acordos". "Isso era verdade naquela época e é verdade hoje. A confiança é a base de qualquer associação", insistiu.

O texto promovido pelo governo britânico questiona as disposições aduaneiras acordadas para a Irlanda do Norte. Seu objetivo é impedir o restabelecimento de uma fronteira física entre a República da Irlanda, membro da UE, e a província britânica. A UE concedeu a Londres até o final deste mês para retirar os polêmicos dispositivos e não descarta a possibilidade de adotar ações legais.


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