Cruz Vermelha doa quatro toneladas de medicamentos para Venezuela
Ação foi iniciada com a visita do presidente do Comitê Internacional da instituição, Peter Maurer, ao país
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A organização internacional de ajuda humanitária Cruz Vermelha doou, neste final de semana, quatro toneladas de medicamentos e equipamentos para um hospital na Venezuela. A ação foi iniciada com a visita do presidente do Comitê Internacional da instituição, Peter Maurer, ao país. A viagem irá durar cinco dias, tendo previsão para encerramento na próxima quarta-feira.
Em sua conta no Twitter, Maurer informou que o grupo conheceu o trabalho do Hospital Ruiz y Paez, localizado em Ciudad Bolívar, capital do estado de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil. A unidade hospitalar pertence à rede pública de saúde venezuelana.
"Nós trouxemos quatro toneladas de medicamentos e equipamentos ao hospital, para ajudar a sanar a lacuna, para que aqueles que se encontram em necessidade sejam imediatamente tratados", disse Maurer, ontem, na rede social. "O sistema de saúde está sobrecarregado: a malária, que já havia sido erradicada, agora retornou; suprimentos médicos agora estão em falta", complementou.
We brought four tons of medicines and equipment to the hospital to help bridge the gap so those in need can urgently be treated.#WorldHealthDay should be every day.
— Peter Maurer (@PMaurerICRC) 7 de abril de 2019
No final do mês passado, ao anunciar a iniciativa, a Cruz Vermelha comunicou que, além de oferecer antibióticos, kits cirúrgicos e geradores elétricos para hospitais, contribuirá com provisões de alimentos aos venezuelanos. A entrada de alimentos e medicamentos na Venezuela tem sido um dos temas centrais na disputa política entre o governo de Nicolás Maduro e o líder da oposição, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país, em 23 de janeiro.
A dificuldade de acesso a alimentos tem levado venezuelanos a colocar suas próprias vidas em risco. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), muitos deles têm cruzado o Rio Táchira para chegar à Colômbia onde pedem amparo. A travessia se tornou uma alternativa após o fechamento da Ponte Internacional Simón Bolívar.
De acordo com a ONU, 45 mil venezuelanos vão, diariamente, ao país vizinho. A entidade internacional calcula que, em 2018, mais de 250 mil venezuelanos pediram asilo em outros países, a maioria em nações latino-americanas. Ao todo, estima-se que 1,3 milhão de refugiados e migrantes venezuelanos tenham sido beneficiados por outras formas legais de permanência na região.
Brasil
Mais de 240 mil venezuelanos entraram no Brasil desde 2017 e quase a metade deles já saiu do país. Cerca de 160 mil foram regularizados até o momento, seja pela solicitação de refúgio (59%) ou por meio de um visto de residência temporária (41%). Por meio da Operação Acolhida, mais de 5,2 mil refugiados e migrantes venezuelanos foram transferidos de Roraima para outros estados, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) .
A fronteira do Brasil com a Venezuela foi fechada no dia 21 de fevereiro, por orientação do presidente Nicolás Maduro.