Democratas retomam votação de acusações contra Trump

Democratas retomam votação de acusações contra Trump

Processo avalia necessidade de julgamento político do presidente norte-americano

AFP

Trump é investigado por abuso de poder em caso ucraniano

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Os democratas votarão as acusações do julgamento político contra Donald Trump nesta sexta-feira, após um debate de 14 horas contra os republicanos sobre a suposta má conduta do presidente americano ao buscar o apoio político da Ucrânia.

No fim da noite de quinta-feira, durante uma audiência de várias horas do Comitê Judicial da Câmara de Representantes, o presidente da comissão, Jerry Nadler, adiou uma votação prevista sobre as duas acusações do julgamento político, alegando que desejava dar tempo aos membros do comitê para refletir sobre as provas apresentadas contra Donald Trump.

Os republicanos acusaram Nadler de dirigir uma "corte canguru", mas o democrata Jamie Raskin disse que eles não queriam ser acusados de tomar uma decisão tão importante contra o presidente na calada da noite. "Queríamos fazer isso em plena luz do dia para que todos pudessem ver exatamente o que está acontecendo", disse ao canal CNN após o debate.

A decisão de adiar a votação para esta sexta-feira às 10h (12h de Brasília) aconteceu após 14h de um debate exibido ao vivo, que serviu para demonstrar a profunda divisão política do país. Os republicanos do Comitê Judicial da Câmara de Representantes denunciaram o processo, que consideram um ataque ilegítimo contra o presidente e seus partidários, enquanto os democratas rejeitaram os esforços de seus oponentes para anular os artigos do julgamento político que desejam abrir contra Trump.

O presidente é acusado de condicionar uma ajuda militar crucial para a Ucrânia e um encontro em Washington com o presidente ucraniano à abertura por Kiev de uma investigação sobre um potencial rival nas eleições de 2020, o ex-vice-presidente democrata Joe Biden e seu filho, Hunter.

Também foi acusado de tentar obrigar Kiev a investigar uma teoria desacreditada de que a Ucrânia interferiu nas eleições presidenciais de 2016 para ajudar o Partido Democrata. Na quarta-feira, os congressistas tiveram um debate acalorado, durante o qual o presidente democrata do Comitê, Jerry Nadler, pediu aos republicanos que "não justificassem o comportamento que sabem que está errado".

Os legisladores deveriam se concentrar na quinta-feira nos detalhes do procedimento para modificar os artigos do julgamento político, mas a sessão foi marcado por muitos confrontos. Um combativo Nadler repreendeu os republicanos que afirmaram que os democratas estão obcecados em derrubar o presidente e tentar "subverter" a capacidade do Congresso de controlar o Poder Executivo. "Queremos um ditador, sem importar o quão popular, independente de quão bons ou ruins são os resultados de suas políticas?", questionou. "Nenhum presidente deve ser um ditador nos Estados Unidos".


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